Minúsculo 699
Minúsculo 699 (numeração de Gregory-Aland), δ104 (von Soden[1]) é um manuscrito minúsculo grego do Novo Testamento, em folhas de pergaminho, datado paleograficamente como sendo do século XI. Algumas folhas se perderam. Scrivener numerou-o como 603e.[2]
Minúsculo 699 | |
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Verso do Folio 41, no começo da Epístola a Tito | |
Texto | Novo Testamento † |
Data | século XI |
Escrito | grego |
Agora está | Biblioteca Britânica |
Tamanho | 29,3 cm por 20,6 cm |
Tipo | texto-tipo bizantino |
Categoria | V |
O manuscrito está atualmente na Biblioteca Britânica, em duas coleções. 302 folhas estão nos "Manuscritos adicionais" (28815) e outras 67, na coleção Egerton (3145).[3][4]
Descrição
editarO códice contem o texto do Novo Testamento em 369 folhas de pergaminho (tamanho 29,3 cm por 20,6 cm),[3] com algumas lacunas[3][4] (Romanos 16:19–27; I Coríntios 1:1–11; II Coríntios 10:9–13; Gálatas 1:1–12). Quatro folhas estão em papel não-laminado.[5] A ordem dos livros é a usual para os manuscritos gregos: Evangelhos, Atos, epístolas católicas, epístolas paulinas (com Hebreus antes de 1 Timóteo) e o Apocalipse de João.[6]
O texto está escrito em uma coluna de 30 linhas por página. O texto de Mateus 23:1–20 foi acrescentado por um escriba posterior.[6] Os cabeçalhos são coloridos com detalhes dourados, assim como as grandes letras iniciais no início de cada um dos livros. As iniciais menores são em vermelho e dourado.[5]
O texto está dividido em κεφαλαια ("capítulos") cujos números estão na margem esquerda. Os τιτλοι ("títulos") estão no topo ou no final de cada uma das páginas. O texto também está dividido de acordo com as seções amonianas, mas não há referências aos cânones de Eusébio.[7] No final de três das folhas está um trecho incompleta do tratado de Pseudo-Doroteu, bispo de Tiro, sobre os Setenta Discípulos e os doze apóstolos,[8] assim como também nos minúsculos 82, 93, 177, 459, 613 e 617).[6]
Texto
editarO texto grego do códice é representativo do texto-tipo bizantino. Hermann von Soden o classificou como parte da família textual Family K1.[9] De acordo com Soden, este grupo representa a forma mais antiga do texto-tipo bizantino, que descende do século IV e é resultado da recensão de Luciano.[10]
Kurt Aland colocou-o na Categoria V.[11]
Este manuscrito não contém o Mateus 16:2b-3 ("sinal dos tempos").[2]
História
editarScrivener datou o manuscrito como sendo do século X ou XI, enquanto que Gregory o colocou no século XI.[2][6] Atualmente ele está datado pelo INTF no século XI.[4] Ele foi provavelmente escrito em Constantinopla.[5]
Em 1864, o manuscrito estava nas mãos de um comerciante em Janina, em Epeiros. Ele foi comprado por um representante da baronesa de Burdett-Coutts (1814 - 1906), uma filantropa,[12] juntamente com outros manuscritos gregos do Novo Testamento.[6] Eles foram levados para a Inglaterra em 1871.[13] Parte do manuscrito (Egerton 3145) foi adquirido pelo Museu Britânico em 8 de outubro de 1938.[5]
O manuscrito foi presenteado à Escola Sir Roger Cholmely por Burdett-Coutts e permaneceu em Highgate (Burdett-Coutts II. 4), em Londres.[14] Scrivener o examinou e coligiu o texto. Sua colação foi editada postumamente em 1893.[15]
Ele foi adicionado à lista de manuscritos do Novo Testamento por Scrivener (603) e Gregory (699).[2]
Ele foi examinado e descrito por S. T. Bloomfield, Dean Burgon e Edward A. Guy. Gregory viu o manuscrito em 1883.[6] Herman C. Hoskier coligiu o texto do Apocalipse.[16]
Ver também
editarReferências
- ↑ Hermann von Soden (1902). Die Schriften des neuen Testaments, in ihrer ältesten erreichbaren Textgestalt / hergestellt auf Grund ihrer Textgeschichte (em alemão). 1. Berlin: [s.n.] p. 105
- ↑ a b c d Scrivener, Frederick Henry Ambrose; Edward Miller (1894). A Plain Introduction to the Criticism of the New Testament (em alemão). 1 4 ed. London: George Bell & Sons. p. 260-261
- ↑ a b c ALAND, Kurt; M. Welte; B. Köster; K. Junack (1994). Kurzgefasste Liste der griechischen Handschriften des Neues Testaments (em alemão). Berlin, New York: Walter de Gruyter. p. 88. ISBN 3110119862
- ↑ a b c Handschriftenliste at the Münster Institute
- ↑ a b c d «Egerton 3145» (em inglês). British Library. Consultado em 27 de maio de 2011
- ↑ a b c d e f Gregory, Caspar René (1900). Textkritik des Neuen Testaments. 1. Leipzig: [s.n.] p. 213
- ↑ Scrivener, F. H. A. (1893). Adversaria critica sacra. Cambridge: [s.n.] p. LXXXV. Consultado em 27 de maio de 2011
- ↑ Scrivener, F. H. A. (1893). Adversaria critica sacra. Cambridge: [s.n.] p. LXXXVI. Consultado em 27 de maio de 2011
- ↑ Wisse, Frederik (1982). The profile method for the classification and evaluation of manuscript evidence, as Applied to the Continuous Greek Text of the Gospel of Luke (em inglês). Grand Rapids: William B. Eerdmans Publishing. p. 64
- ↑ von Soden, H. Die Schriften des Neuen Testaments (em alemão). I/2. [S.l.: s.n.] p. 718
- ↑ ALAND, Kurt (1995). Erroll F. Rhodes (trad.), ed. The Text of the New Testament: An Introduction to the Critical Editions and to the Theory and Practice of Modern Textual Criticism (em inglês). Grand Rapids, Michigan: William B. Eerdmans Publishing Company. p. 139. ISBN 978-0-8028-4098-1
- ↑ Parker, Franklin (1995). George Peabody, a biography (em inglês). [S.l.]: Vanderbilt University Press. 107 páginas. ISBN 0826512569
- ↑ Robert Mathiesen, (janeiro de 1983). «An Important Greek Manuscript Rediscovered and Redated (Codex Burdett-Coutts III.42)». The Harvard Theological Review (em inglês). 76 (1): 131–133
- ↑ Scrivener, F. H. A. (1893). Adversaria critica sacra. Cambridge: [s.n.] p. LXXXIV. Consultado em 27 de maio de 2011
- ↑ Scrivener, F. H. A. (1893). Adversaria critica sacra. Cambridge: [s.n.] p. 1-59
- ↑ Hoskier, Herman C. (1929). Concerning the Text of the Apocalypse (em inglês). 1. London: [s.n.] p. 281
Ligações externas
editar- «Egerton 3145» (em inglês). British Library. Consultado em 27 de maio de 2011