Mingau de tapioca
Mingau de tapioca é um prato típico brasileiro, tradicionalmente consumido na região Norte do Brasil.[1] A receita mais simples e tradicional do mingau de tapioca é feita com farinha de tapioca e o acréscimo de leite. Essa receita também pode levar outros ingredientes como açúcar, cravo, canela e leite de coco, e outros preparos incluem frutas frescas como a banana.[2]
A farinha de tapioca é um alimento originário da culinária indígena, e é feita com o amido ou fécula de mandioca (também conhecida como macaxeira ou aipim em diferentes regiões do Brasil). A farinha de tapioca é um alimento muito versátil, e ganhou popularidade em todo o Brasil, sendo até exportado.[2][3]
O mingau de tapioca é muito popular na cidade de Belém, no estado do Pará, onde é tradicionalmente consumido no café da manhã ou como sobremesa, e é conhecido por sua textura cremosa.[1] O mingau de tapioca também é considerado uma comida típica de festas juninas[4], e é opção de comida de rua muito presente em mercados populares, e vendedores ambulantes.[5]
Etimologia
editarA palavra “mingau" vem do tupi “minga'u” que significa “papa” ou “empapado”, e que já se refere ao alimento em si.[6] A palavra "tapioca" também tem origem no termo tupi "tipi'óka", que significa "aglutinado" ou “coágulo”[7], referindo-se à textura característica da fécula da mandioca quando hidratada e transformada em tapioca granulada. O mingau de tapioca recebe esse nome por ser feito a partir desse ingrediente principal misturado ao leite.[7]
História
editarA mandioca (Manihot esculenta)[8], também conhecida como macaxeira ou aipim, é um dos alimentos mais antigos e importantes das populações ancestrais da América do Sul, tendo sido tradicionalmente cultivada pelos povos indígenas por muitos séculos.[9] Por isso, a mandioca também está ligada às crenças e à cultura indígena através da lenda de Mani.[9][10]
A tapioca, por sua vez, também é um alimento de origem indígena, muito usado no preparo do beiju (ou biju), e é uma das formas mais populares de processamento e consumo da mandioca.[9] A tapioca é uma iguaria tipicamente brasileira, e acredita-se que o preparo do mingau de tapioca tenha origem nas regiões norte e nordeste do Brasil, onde a mandioca é amplamente cultivada e usada em diversos pratos à base de mandioca ou tapioca. Entretanto, a receita de mingau de tapioca com leite não tem origem na culinária indígena, sendo uma opção de preparo com água. Há muitos anos o mingau de tapioca se destaca como comida de rua na cidade de Belém, no Pará.[1][5]
Ao longo último século a mandioca vem sendo explorada e cultivada em vários outros países por ser uma planta muito resistente, e por sua raiz ser uma importante fonte de alimentação. A tapioca também ganhou destaque no mercado por sua versatilidade de preparo, e ser uma fonte rápida de carboidratos.[8]
Culinária
editarO mingau de tapioca é um prato simples, e originalmente, uma opção econômica para aproveitar os recursos disponíveis ao processar a mandioca.[3] A tapioca granulada era então hidratada ao leite, ou até mesmo com água, e então cozida em fogo baixo, e adoçada com açúcar, resultando em um mingau cremoso. Com o tempo, novos ingredientes e variações regionais foram incorporados à receita, como o acréscimo de frutas, tornando-se cada vez mais uma opção popular de alimentação, até mesmo como comida de rua, ou ocasiões especiais como festividades.[1][5]
Nutrição
editarA farinha de tapioca em si, um dos principais ingredientes do mingau de tapioca, é pobre em fibras, possui alto índice glicêmico e alta concentração de carboidratos simples, sendo assim, absorvidos rapidamente pelo corpo.[11] Em média, 100 g de farinha de tapioca apresenta 382 quilocalorias, 93,1 g de carboidratos, 1,1 g de lipídeos e 0,4 g de fibras.[2]
Dessa forma, o mingau de tapioca pode ser uma fonte de energia, pois a tapioca é rica em carboidratos, sendo um alimento com alto teor de amido. Além disso, é naturalmente isento de glúten, o que o torna uma opção para pessoas com intolerância a essa proteína.[11] A composição nutricional de um prato de mingau de tapioca pode variar dependendo dos ingredientes adicionados, como leite, açúcar, leite de coco ou queijo coalho. No entanto, em sua receita básica, é uma preparação de baixo teor de gordura e baixo teor de proteína. O valor nutricional do mingau de tapioca pode ser enriquecido ao adicionar frutas frescas, como banana ou manga, que fornecem vitaminas, minerais e fibras adicionais.[2]
Ver também
editarReferências
editar- ↑ a b c d Pará, Arthur SobralDo G1 (1 de junho de 2016). «'Foodbike' de mingau faz sucesso nas ruas de Belém». São João 2016 no Pará. Consultado em 10 de julho de 2023
- ↑ a b c d «Alimentos Regionais Brasileiros» (PDF). Departamento de Atenção Básica. Ministério da Saúde (2ª ed.): 192. 2015. ISBN 978-85-334-2145-5. Consultado em 10 de julho de 2023
- ↑ a b «Processamento e caracterização da farinha de tapioca, amplamente consumida no estado do Pará. - Portal Embrapa». www.embrapa.br. Consultado em 10 de julho de 2023
- ↑ «Festa de Santo Antônio chega com aumento nas comidas típicas». O Liberal. 11 de junho de 2022. Consultado em 10 de julho de 2023
- ↑ a b c «Conheça história de superação do 'mingau do Careca' e por quê 'carrinho' é famoso em Belém». O Liberal. 19 de janeiro de 2023. Consultado em 10 de julho de 2023
- ↑ «Opinião - O Curioso: De mingau a catapora, veja palavras que têm origem nas línguas indígenas». Folha de S.Paulo. 3 de fevereiro de 2023. Consultado em 10 de julho de 2023
- ↑ a b Doces, Patriopan-Pães e. «Conheça a história da tapioca». Patriopan - Pães e Doces. Consultado em 10 de julho de 2023
- ↑ a b «Mandioca - Portal Embrapa». www.embrapa.br. Consultado em 10 de julho de 2023
- ↑ a b c Karolline, Lívia (19 de março de 2021). «De herança indígena à comida fitness: conheça a história da tapioca». JC. Consultado em 10 de julho de 2023
- ↑ Mani - a lenda da mandioca | Lendas Animadas | TV Brasil | Infantil, 21 de junho de 2018, consultado em 10 de julho de 2023
- ↑ a b «Tapioca é tudo isso? Veja receitas e comparações com outros carboidratos». A Chata das Dietas. Consultado em 10 de julho de 2023