Modelo econômico anglo-saxão
O Modelo Econômico Anglo-saxão, ou capitalismo anglo-saxão, é assim chamado por ser supostamente praticado em países de língua inglesa, como Reino Unido, Estados Unidos, Canadá, Nova Zelândia, Austrália e República da Irlanda.[1] É um modelo capitalista macroeconômico no qual os níveis de regulação e taxas são baixos e o governo oferece relativamente menos serviços.
Origem do termo
editarO termo anglo-saxão denota a região de língua inglesa e provém da ideia francesa de mundo anglo-saxão (le monde anglo-saxon). Faz-se referência à cultura particular na qual há fortes características capitalistas e protestantes.Uma ligação entre capitalismo e protestantismo foi primeiramente descrita por Max Weber em sua obra A ética protestante e o espírito do capitalismo, no século XIX. Não se deve confundir o sentido do termo anglo-saxão aqui utilizado com seu sentido mais comum, que diz respeito aos povos anglos e saxões que povoaram a região da Grã-Bretanha por volta do século V.
Oposição ao Modelo Continental
editarAlguns economistas e historiadores afirmam que o modelo anglo-saxão de economia é mais liberal e mais direcionado ao livre mercado do que outras economias capitalistas. Entretanto, aqueles que discordam deste uso do termo argumentam que as economias do mundo anglo-saxão diferem tanto entre si quanto das outras economias do continente europeu.
Essas diferenças podem ser expressas pela política fiscal e o bem estar social: o Reino Unido possui uma política fiscal mais rigorosa que os Estados Unidos, enquanto que os gastos com bem-estar social são bem maiores, proporcionalmente, no Reino Unido do que nos EUA, porém menores em relação a outras nações europeias, como França e Alemanha. Mas, na verdade, o que importa é que, por mais diferentes que sejam, essas economias apresentam sinais de convergência.
Muitas nações da Europa Continental, como França, Itália e Alemanha apresentam uma forma de capitalismo conhecido como Continental ou Renânico. Outras, mesmo estando no continente europeu e não tendo como língua oficial o inglês, apresentam economias com estilo anglo-saxônico. É o caso dos novos integrantes da União Europeia, entre eles Portugal e Espanha.
O debate entre economistas sobre qual sistema é melhor, gira em torno de questões como pobreza, emprego, serviços sociais e desigualdade.De forma sucinta, os dados apontam que economias liberais apresentam prosperidade generalizada, enquanto que economias do Modelo Continental tem menores índices de desigualdade e pobreza.
Ver também
editarReferências
- ↑ Sapir 2006, p.375
Bibliografia
editar- Reginald Dale (26 de novembro de 1999). «Japan Is Transforming Its Economy». Thinking Ahead / Commentary. International Herald Tribune. Consultado em 7 de abril de 2008. Arquivado do original em 4 de junho de 2011
- Joerges, Christian; Strath, Bo; Wagner, Peter (2005). The Economy as a Polity: The Political Constitution of Contemporary Capitalism. [S.l.]: Routledge Cavendish. p. 227. ISBN 1-84472-070-5
- Mitchell, William; Muysken, Joan; Van Veen, Tom; Centre of Full Employment and Equity (2006). Growth and cohesion in the European Union: The Impact of Macroeconomic Policy. [S.l.]: Edward Elgar Publishing. p. 250. ISBN 1-84542-611-8
- Jurgen Reinhoudt (29 de outubro de 2007). «Showtime for Sarkozy». Economic Policy. The American. Consultado em 7 de abril de 2008
- Richter, Eberhard; Fuchs, Ruth (15 de novembro de 2003). «Rhine Capitalism, Anglo-Saxon Capitalism and Redistribution» (Excerpt, English translation of German original). The Future of Social Security Systems (Conference). Indymedia UK. Consultado em 4 de julho de 2008
- Sapir, André (junho de 2006). «Globalization and the Reform of European Social Models» (abstract). JCMS: Journal of Common Market Studies. 44 (2): 369–390. doi:10.1111/j.1468-5965.2006.00627.x. Consultado em 6 de abril de 2008[ligação inativa]
- Steve Schifferes (2 de junho de 2005). «Blow to EU economic reform hopes». Business. BBC News. Consultado em 7 de abril de 2008