Moinhos do Folón e do Picón
Os Moinhos do Folón e do Picón são um grupo de 67 moinhos dispostos em cascata, declarados Bem de Interesse Cultural pela Junta da Galiza[1] ao constituir parte do rico patrimônio etnográfico da comarca do Rosal, já mencionados em documentos do século XVII.
Situação
editarEncontram-se situados dentro do concelho do Rosal, entre os lugares de Martín e Fornelos, na ladeira do Monte Campo do Couto, desde o qual se pode contemplar o vale todo do Rosal, a desembocadura do rio Minho e o Monte onde se encontra o Castro de Santa Trega.
Descrição
editarOs 60 moinhos encontram-se divididos em dois trechos que recebem dois nomes diferenciados:
- Os Moinhos do Folón: Os 36 na vertente do Folón, por onde escorre o regato também chamado "Folón".
- Os Moinhos do Picón: Os 31 na vertente do Picón.
Dentro dos diferentes tipos de moinhos existentes, podem-se classificar como moinhos de rodízio ou de roda motriz horizontal, e dentro destes, nos moinhos do Folón e do Picón podemos encontrar tanto moinhos de canal (normalmente coberta no trecho mais inclinado), nos quais a água termina justamente no inferno onde fica o rodízio; e moinhos de cubo ou de poço, que se podem observar nos trechos com mais inclinação da rota, onde se armazenava a água nos cubos dos moinhos superiores e daí, uma vez usada pelo moinho, passava ao seguinte e assim sucessivamente.
A maioria deles tem uma estrutura de duas plantas, na inferior chamada sarteio pode-se ver ainda a maquinaria na qual age a força da água; no terminado ou andar superior é onde se podem encontrar as mós, comumente feitas de pedra.
Os primeiros moinhos conservados datam dos séculos XVIII e XIX, como se pode comprovar, por exemplo, no moinho número 11, o qual recolhe a datação mais antiga: Ano 1702, ou o moinho número 16 que recolhe o ano de 1715.
Nos dintéis, jambas, umbrais e paredes, tanto interiores como exteriores, podem-se observar, numerosas marcas de canteiro, posteriormente, os proprietários dos moinhos também deixaram as suas próprias marcas e sinais (e.g. cruzes), tendo neste caso uma possível função quer protetora quer delimitadora da propriedade.
Como exemplo, pose assinalar-se a inscrição de uma cruz com a lenda “Ave Maria” que se observa no moinho número 4 ou de uma cruz com um cálice no moinho número 21.
São edificações feitas de pedra construídas numa encosta ao pé do rio, para aproveitar toda a força da água com o fim de moer o grão de milho, de centeio ou de trigo para fazer farinha. Alguns deles conservam no exterior pias de pedra usadas como bebedouros e comedouros dos animais, como por exemplo, no moinho número 5 (que tem um alpendre para as cavalarias) ou o 23.
Hoje em dia, existe uma rota de trekking assinalada com a possibilidade de fazer visitas guiadas gratuitas com o fim de ver e entender o funcionamento dos moinhos.
Galeria de imagens
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Pormenor dum Moinho do Folón
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Moinho restaurado no Folón
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Pormenor dum moinho do Picón
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Moinhos do Picón
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Mó do moinho
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Estrutura interna moinho
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Cubo do moinho
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Vista do rio Minho desde a cima da rota
Referências
Bibliografia
editar- CAAMAÑO SUÁREZ, Manuel (2006). As construccións da Arquitectura Popular. Patrimonio etnográfico de Galicia. Hércules de Ediciones. [S.l.: s.n.] ISBN 84-96314-34-0