Mola hidatiforme
Mola hidatiforme (do grego-latino molar, massa e hydatisiaforme, aquosa)[1] é um distúrbio da gravidez em que a placenta e o feto não se desenvolvem adequadamente. As células do embrião formam sacos de líquidos. Também pode ser chamado de tumor trofoblástico gestacional.[2]
Hydatidiform mole | |
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Tomografia computadorizada, vista sagital. | |
Especialidade | patologia |
Classificação e recursos externos | |
CID-10 | O01, D39.2 |
CID-9 | 630 |
CID-ICD-O | 9100/0 |
CID-11 | 946166369 |
OMIM | 231090 |
DiseasesDB | 6097 |
MedlinePlus | 000909 |
eMedicine | med/1047 med/866 |
MeSH | D006828 |
Leia o aviso médico |
Classificação
editar- Total: Toda placenta e embrião se desenvolvem anormalmente.
- Parcial: Apenas parte da placenta e embrião se desenvolvem anormalmente.
Causa
editarÉ causado por um desequilíbrio genético que pode ocorrer quando um óvulo é fecundado por dois espermatozoides ou quando o óvulo não tinha material genético suficiente (23 pares de cromossomos em humanos).
É um tumor usualmente benigno invulgar que se desenvolve a partir de tecido placentário em fases precoces de uma gravidez em que o embrião não se desenvolve normalmente. A mola hidatiforme, se assemelha a um punhado de pequenos bagos de uva, é causada por uma degeneração das vilosidades coriônicas (projecções minúsculas e irregulares penetrando no útero no período de fixação). Em 2-3% dos casos, penetra excessivamente e sem controle, tornando-se um tumor maligno, que passa a classificar-se como coriocarcinoma.
Sinais e sintomas
editarEntre os possíveis sintomas estão[3]:
- Perdas sanguíneas vaginais indolores;
- Enjoos e vômitos matinais excessivos;
- Pressão sanguínea elevada;
- Arritmia cardíaca;
- Proteinúria (proteínas na urina);
- Desconforto na pélvis.
Diagnóstico
editarO sangramento no quarto ou quinto mês indica a complicação, e o útero e ovários costumam estar visivelmente maiores que o esperado para esse mês. Os tumores hidatiformes são visíveis numa ecografia ou ultrassom. As análises de sangue e de urina detectam níveis excessivos de gonadotrofina coriônica humana produzidas pelo tumor. Pode estar associado a sintomas de hipertireoidismo.[4]
Prevalência
editarA mola hidatiforme é a forma mais comum de tumor trofoblástico. Nos países desenvolvidos, ocorre em cerca de uma em cada 1500 gravidezes. A incidência é muito mais elevada em alguns países em desenvolvimento. Em cerca de 3% das gravidezes afetadas, o tumor transforma-se em coriocarcinoma, um tumor maligno que pode invadir as paredes do útero se não for tratado e espalhar para outros órgãos.[3]
O risco é maior após os 35 anos e em mulheres com histórico de outras gravidezes mal sucedidas. Também está associado a uma dieta pobre em vitamina A.[3]
Tratamento
editarO tumor pode ser removido quer por sucção do conteúdo do útero, quer por raspagem, podendo ser necessário, por vezes, recorrer ao tratamento por quimioterapia para eliminação total do tumor.
O mais importante é que, assim que for diagnosticada a Doença Trofoblástica Gestacional, a mulher procure um centro de referencia, onde lá terá um tratamento especializado e a cura. [1]
Prognóstico
editarEm 80% dos casos a recuperação é completa e sem complicações, nem re-incidências e permitindo nova gravidez saudável. Mesmo sem tratamento é possível que o corpo reabsorva ou elimine as células anormais.
Existe 2 a 3% de chance que uma mola hidatiforme se transforme em um tumor maligno por este motivo, devem efectuar-se análises regulares para verificar os níveis de gonadotrofina coriônica humana no sangue e na urina. O tratamento é feito com quimioterapia e tem baixo nível de reincidência. As mulheres que tenham tido uma mola hidatiforme numa gravidez não devem voltar a engravidar até que os seus níveis de gonadotrofina coriônica humana se mantenham normais, o que demora de seis meses a um ano. Uma em cada 75 gravidezes futuras corre o risco de ser novamente afectada. Algumas mulheres que não querem mais ter filhos podem remover o útero para evitar complicações como metástase do coriocarcinoma. [5]
Mola Hidatiforme Parcial
editarA doença trofoblástica gestacional (DTG) constitui um grupo heterogêneo de patologias do trofoblasto com diferentes potenciais de invasão local e a distância, que, de modo geral, acometem mulheres em idade reprodutiva. Uma das formas de apresentação da DTG é a mola hidatiforme parcial (MHP), cuja provável causa é a fertilização de um oócito normal por dois espermatozoides, resultando em cariótipo triplóide (69,XXY ou 69,XXX).
Com a avaliação histopatológica, é possível caracterizar a DTG como MHP pela presença de hemácias fetais e âmnio, ausentes na forma completa, bem como pela limitação da invasão trofoblástica e do edema vilositário, que são difusos nas outras formas de apresentação. Além disso, com certa freqüência, observa-se a presença de feto em meio ao tecido molar.
A apresentação clínica da MHP não difere muito das outras formas da DTG. O principal sinal é a presença de sangramento vaginal no primeiro trimestre, associado, dentre outros, a matriz uterina aumentada em relação à idade gestacional, náuseas e vômitos, cistos teca-luteínicos vistos à ultra-sonografia e, pouco freqüentes, sinais de toxemia gravídica precoce, como hipertensão, edema e proteinúria. Os quadros hipertensivos associados à DTG, apesar de descrições clássicas, não são freqüentes na literatura e revisões recentes dos últimos anos mostram poucos casos de eclâmpsia e DTG.
Referências
- ↑ Artigos HYDATID n. (a.) e MOLAR, n.6 no Oxford English Dictionary online. (http://dictionary.oed.com/)
- ↑ http://www.nhs.uk/conditions/molar-pregnancy/Pages/Introduction.aspx
- ↑ a b c http://www.webmd.com/baby/tc/molar-pregnancy-topic-overview
- ↑ Ganong WF, McPhee SJ, Lingappa VR (2005). Pathophysiology of Disease: An Introduction to Clinical Medicine (Lange). McGraw-Hill Medical. p. 639. ISBN 0-07-144159-X.
- ↑ http://www.webmd.com/baby/tc/molar-pregnancy-topic-overview?page=2
- 1. Gerulath AH et al. Gestational Trophoblastic Disease. SOGC Clinical Practice Guidelines 2002; 114.
- 2. American College of Obstetricians and Gynecologistas. Diagnosis and Teatment of Gestational Trophoblastic Disease. ACOG Practice Bulletin 2004; 53.