Monica Porto
Monica Ferreira do Amaral Porto ou simplesmente Monica Porto (1956)[1] é uma pesquisadora, engenheira e cientista brasileira que adquiriu notoriedade ao ser a primeira mulher a conquistar o prêmio de "Eminente Engenheiro do Ano de 2016", premiação anual concedida desde 1963 pelo Instituto de Engenharia de São Paulo.[2][3][4]
Monica Porto | |
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Nome completo | Monica Ferreira do Amaral Porto |
Conhecido(a) por |
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Nascimento | 1956 Brasil |
Morte | |
Residência | Brasil |
Nacionalidade | brasileiro |
Cônjuge | Rubem La Laina Porto |
Alma mater | Universidade de São Paulo |
Prêmios | Eminente Engenheiro do Ano (2016) |
Orientador(es)(as) | Roberto Max Hermann |
Instituições | |
Campo(s) | Engenharia civil, Engenharia ambiental |
Tese | Sensibilidade de modelos de estratificação térmica em reservatórios a dados de radiação solar |
Biografia
editarEla cursou a sua graduação na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, tendo concluído o curso de engenharia civil na USP em 1978. Depois de formada, ela permaneceu desenvolvendo pesquisas na universidade entre o final da década de 1970 e o início dos anos 1980, quando veio a concluir o curso de mestrado em engenharia civil, também pela Escola Politécnica da USP em 1983 com a dissertação "Modelo SSARR: aplicação à pequenas bacias e análise de sensibilidade dos parâmetros", sob a orientação do professor doutor Roberto Max Hermann.[3][5]
Em 1993, Monica Porto concluiu o seu doutoramento em Engenharia Civil na Escola Politécnica da USP[2] quando defendeu a tese de doutorado "Sensibilidade de modelos de estratificação térmica em reservatórios a dados de radiação solar" sob a orientação do mesmo professor que a supervisionou no mestrado.
Após ingressar como professora efetiva na Escola Politécnica da USP (EPUSP), ela avançou na carreira docente vindo a ocupar o cargo acadêmico de Chefe do Departamento de Engenharia Hidráulica e Sanitária da EPUSP[2], além de alcançar a posição acadêmica de professor titular na Universidade de São Paulo[3][4].
Em 2002, ela obteve a livre-docência[3] na área de engenharia ambiental pela USP, após defender a tese "Sistemas de gestão da qualidade das águas: uma proposta para o caso brasileiro"[1].
Entre o período de 2008 a 2014, Monica Porto foi diretora-presidente da Fundação Centro Tecnológico de Hidráulica, além de ter acumulado durante um parte desse período o cargo de presidente da Associação Brasileira de Recursos Hídricos (ABRH).[3]
Em 2015, Monica Porto foi nomeada para ocupar o cargo de secretária-adjunta de Saneamento e Recursos Hídricos do Governo do Estado de São Paulo, um relevante cargo público em sua área de atuação: a engenharia ambiental.[2][3][4][6]
Posicionamentos
editarCrise hídrica de 2014 em São Paulo
editarDurante a crise hídrica que ocorreu em 2014 no estado de São Paulo, ela foi uma das 16 cientistas brasileiras que participaram de conferência organizada pela Academia Brasileira de Ciências e pela Academia de Ciências do Estado de São Paulo para debater o problema e propor soluções, sendo que deste encontro resultou a "Carta de São Paulo", um dos documentos científicos mais importantes produzidos no Brasil para compreender os impactos das mudanças climáticas sobre os recursos hídricos.[7]
Como ela explicitaria cinco anos depois, Monica Porto compreende que os fatores que resultaram na crise hídrica de 2014 teriam sido a falta de chuvas nos reservatórios paulistas, escassez que combinou com a dificuldade de previsão e também pela existência de um sistema de bacias hidrográficas independentes e com pouca margem de segurança. Na interpretação dela, esta crise teria impulsionado transformações no sistema de planejamento da gestão hídrica da Macrometrópole Paulista, a exemplo das obras de interligação entre as bacias hidrográficas que teriam tornado possível a transferência de água entre as bacias nas situações em que houvesse falta de chuvas em determinadas regiões do estado.[8]
Premiações
editar- Eminente Engenheiro do Ano (2016) - concedido pelo Instituto de Engenharia de São Paulo[2][3][4];
Obras
editarMonica Porto contribuiu academicamente para o campo da engenharia ambiental, publicando capítulos de coletâneas e artigos científicos sobre o tema recursos hídricos. Seus artigos ou capítulos com mais de 100 (cem) citações são os seguintes[9]:
- "Gestão de bacias hidrográficas" (artigo em co-autoria no periódico científico Estudos Avançados - 2008);
- "Gestão urbana e gestão das águas: caminhos da integração" (artigo em co-autoria no periódico científico Estudos Avançados - 2003);
- "Aspectos qualitativos do escoamento superficial em áreas urbanas" (capítulo na coletânea Drenagem urbana - 1995).
Referências
- ↑ a b «Sistemas de gestão da qualidade das águas uma proposta para o caso brasileiro». 2002. Consultado em 5 de julho de 2023
- ↑ a b c d e «ENTREVISTA: Monica Porto, secretária-adjunta de Saneamento e primeira mulher a receber prêmio de Engenheiro do ano». Sinaenco. 9 de abril de 2016. Consultado em 5 de julho de 2023
- ↑ a b c d e f g «Monica Porto é eleita engenheira do ano». SigRH. 18 de outubro de 2016. Consultado em 5 de julho de 2023
- ↑ a b c d «Monica Porto é a primeira engenheira a receber o Título de Eminente Engenheiro do Ano». Instituto de Engenharia de São Paulo. 13 de dezembro de 2016. Consultado em 5 de julho de 2023
- ↑ «Modelo SSARR: aplicação à pequenas bacias e análise de sensibilidade dos parâmetros (1983)». Repositório da Produção USP. Consultado em 5 de julho de 2023
- ↑ «Mônica Porto fala sobre desafio como secretária adjunta». SigRH. 16 de janeiro de 2015. Consultado em 5 de julho de 2023
- ↑ Carlos Eduardo de Mattos Bicudo; et al. (2015). «Carta de São Paulo Recursos hídricos no Sudeste: segurança, soluções, impactos e riscos». Revista USP. Consultado em 5 de julho de 2023
- ↑ «Conversa com Profa. Monica Porto: Desafios do Abastecimento da Água na Macrometrópole Paulista». UFABC. 2019. Consultado em 5 de julho de 2023
- ↑ «Monica Porto». Google Scholar. Consultado em 5 de julho de 2023