Monte Vélia
Vélia (em latim: Velia ou Veliae; em italiano: Velia) é uma selada ou um esporão que avança do meio da face norte do monte Palatino na direção do monte Ópio[1], este também um esporão do monte Esquilino, em Roma. Na Antiguidade Tardia, o Vélia foi chamado de Summa Sacra Via ("cume da Via Sacra") — ali a via atingia seu ponto mais alto. A colina foi em grande parte desbarrancada na década de 1930 para permitir a abertura da Via dei Fori Imperiali, com um grande muro de contenção visível no limite nordeste da via sustentando o que restou.
Monte Vélia | |
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Colina de Roma | |
Mapa das colinas de Roma. O Vélia está ligado ao Palatino (no centro), avançando na direção do Esquilino. | |
Nome latino | Velia Veliae |
Nome italiano | Velia |
Rione | Campitelli |
Edifícios | Arco de Tito, Basílica de Maxêncio |
Palácios | Palazzo Silvestri-Rivaldi |
Religião | Templo de Vênus e Roma |
Uma teoria alternativa defende que o Vélia seria, na verdade, a metade oriental do Palatino[2].
História
editarO Vélia — o significado e a derivação do termo "Velia" são tão incertos hoje como eram na Antiguidade[3] — era reconhecido como uma das sete colinas sobre as quais o Septimôncio era celebrado[4][5] e seu nome aparece mais frequentemente no singular[3][6], mas também no plural (Veliae)[3][7][8]. Juntamente com o Palatino, estava compreendida numa das quatro regiões da antiga cidade de Roma determinadas pelo rei Sérvio Túlio.
Descrição
editarA colina foi descrita por Dionísio de Halicarnasso[1] como "alta e íngreme" (ὑψηλὸν ἐπιεικῶς καὶ περίτομον). Um túmulo primitivo encontrado em 1908 perto do Arco de Tito está a cerca de 28 metros acima do nível do mar ao passo que solo intacto foi encontrado na parte mais baixa do vale ocupado pelo Fórum Romano a 3,6 metros de altitude e, no caso da escavação realizada no Sepulcretum, 10,63 metros[9]. A altura original do Vélia pode ter sido diminuída pela construção da Casa Dourada de Nero na década de 60.
No que restou da colina depois do nivelamento (compreendida, a grosso modo, no triângulo formado pelas modernas Via Cavour, Via dei Fori Imperiali e Via degli Annibaldi) estão, atualmente os restos do Templo de Vênus e Roma e da Basílica de Maxêncio de um lado e o que resto dou Palazzo Silvestri-Rivaldi e de seu jardim do outro.
No Vélia ficava a residência de Públio Valério Publícola, que o próprio mandou demolir numa única noite assim que soube que entre o povo corria um rumor de que ele tinha a intenção de se tornar rei. No lugar de sua casa foi construído um templo dedicado à deusa Vica Pota[10]. Ao lado da casa estava também o seu túmulo, que ele recebeu permissão para construir, de forma excepcional, dentro do pomério.
Referências
- ↑ a b Dionísio de Halicarnasso, Antiguidades Romanas V.19
- ↑ Gilbert, Otto (1883-90), Geschichte und Topographie der Stadt Rom in Altertum; 3 vols., Leipzig; Vol. I, pp 104‑109.
- ↑ a b c Varrão LL V.54
- ↑ Festo 341
- ↑ Theodor Mommsen, Storia di Roma, Vol. I, Cap. IV, par. La città Palatina ed i Sette colli.
- ↑ Lívio, Ab Urbe Condita II.7; XLV.16
- ↑ Festo 154
- ↑ Dionísio de Halicarnasso, Antiguidades Romanas I.68; V.48
- ↑ American Journal of Archaeology, 1923, 390 sqq.
- ↑ Lívio, Ab Urbe Condita II, 7.6
Bibliografia
editar- Carandini, Andrea (2005). Palatino, Velia e Sacra via. Paesaggi urbani attraverso il tempo (em italiano). Ghezzano: PI. ISBN 88-8476-014-3
- Platner, Samuel Ball (1929). Ashby, Thomas, ed. A Topographical Dictionary of Ancient Rome. Velia (em inglês). London: Oxford University Press. p. 550
- Rebert, Homer Franklin (1925). «The Velia: A Study in Historical Topography». Transactions of the American Philological Association (em inglês). 56: 54-69
Ligações externas
editar- «Lo sterro degli anni Trenta» (em italiano). The Colosseum