Mráz Zobor I
O Mráz Zobor I foi um avião desportivo eslovaco monomotor construído inteiramente de madeira, fabricado em 1943 na empresa Továreň na lietadlá ing. J. Mráz.[1]
Zobor I | |
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Descrição | |
Tipo / Missão | Avião desportivo |
País de origem | Checoslováquia |
Fabricante | Továreň na lietadlá ing. J. Mráz |
Período de produção | 1943 |
Quantidade produzida | 10 |
Desenvolvido de | Beneš-Mráz Be-555 Super Bibi |
Primeiro voo em | 1942 (82 anos) |
Tripulação | 2 |
Especificações | |
Dimensões | |
Comprimento | 7,03 m (23,1 ft) |
Envergadura | 10 m (32,8 ft) |
Altura | 1,88 m (6,17 ft) |
Área das asas | 12 m² (129 ft²) |
Alongamento | 8.3 |
Peso(s) | |
Peso vazio | 410 kg (904 lb) |
Peso máx. de decolagem | 700 kg (1 540 lb) |
Propulsão | |
Motor(es) | 1x Walter Minor 4 |
Potência (por motor) | 95 hp (70,8 kW) |
Performance | |
Velocidade máxima | 215 km/h (116 kn) |
Velocidade de cruzeiro | 200 km/h (108 kn) |
Alcance (MTOW) | 1 100 km (684 mi) |
Teto máximo | 5 000 m (16 400 ft) |
Razão de subida | 3.3 m/s |
Notas | |
Fontes[1][2] |
Projeto e desenvolvimento
editarNa virada do ano de 1939 a 1940, o Eng. Pavel Beneš deixou a fábrica em Choceň,[3] sendo esta renomeada como "Fábrica de Aeronaves Eng. J. Mráz" (em tcheco/checo: Továreň na lietadlá ing. J. Mráz). Durante a Segunda Guerra Mundial, o volume de produção aumentou significativamente. O principal modelo produzido em Choceň foi o planador alemão DFS Kranich II (após a guerra produzido como VT-52 Jeřáb), projetado para o treinamento de pilotos da Luftwaffe. Durante a guerra, um total de 1.620 aeronaves foram construídas. Modelos como o Fieseler Fi 156 Storch e o DFS 230 também foram produzidos.[1] Em 1941, Jaroslav Mráz estabeleceu um braço eslovaco com uma fábrica no aeroporto militar de Nitra,[4] onde apenas aeronaves militares eram construídas, no território da antiga Checoslováquia, agora República Eslovaca. Em 1941, o Eng. Zdeněk Rublič, colaborador de Pavel Beneš, foi para a Eslováquia para gerenciar o braço da fábrica em Nitra. O resultado foi a criação do Zobor I, na verdade um modificado e pouco melhorado Be-555 Super Bibi. Este foi o primeiro passo rumo ao famoso pós-guerra Sokol.[5]
Decolou pela primeira vez no fim de 1942 sob o comando do Major Jan Kell, diferenciando-se do Super Bibi por várias mudanças que surgiram da experiência obtida com sua operação. Uma grande mudança foi a posição mais baixa do motor com o novo formato da cabine e um mais alto e menos inclinado para-brisa.[1]
Descrição
editarO Zobor I era um monomotor com dois assentos, colocados em uma cabine fechada. Sua construção era de madeira, com a cobertura mista entre madeira compensada e tela.[6] A cabine de pilotagem com duplo comando era localizado aproximadamente no centro de gravidade da aeronave e, comparado ao Be-555, tinha uma melhor visibilidade, especialmente para frente. A entrada para a cabine era possível através de uma espaçosa porta localizada em ambos os lados da fuselagem. Atrás dos assentos havia espaço para bagagens.
A asa era formada de uma longarina principal e uma auxiliar, na qual as nervuras eram colocadas. A asa era dividida em três partes. A parte central era firmemente conectada à fuselagem, carregando o trem de pouso e dois tanques de combustível. O trem de pouso consistia de duas pernas separadas, equipadas com rodas de 2,29 m. As rodas tinham coberturas aerodinâmicas, feitas de folha de alumínio. O amortecimento era realizado com borracha e um amortecedor óleo-pneumático. As rodas da frente eram equipadas com freios.
O motor Walter Minor 4 era montado na primeira seção da fuselagem, em um berço soldado de tubos de aço. A capota era construída de aço inoxidável.[7]
Operação
editarTodas as aeronaves fabricadas foram colocadas à disposição do Ministério de Defesa Nacional da República Eslovaca, onde em conjunto com o Be-555 foram usadas como avião de treinamento e de ligação. Todas receberam matrículas checoslovacas (OK). O primeiro protótipo voou com a matrícula OK-SOA, com as nove aeronaves subsequentes fabricadas em 1943 matriculadas de OK-SOB a OK-SOJ.[8]
Próximo ao vilarejo de Výčapy-Opatovce, a norte de Nitra em 27 de maio de 1943, um Zobor I se acidentou, enquanto voando de Nitra para Trenčianské Biskupic, sendo pilotado por Ján Kello, um piloto de teste da Força Aérea Eslovaca. Kello morreu no acidente.[9] Anteriormente, Kello havia sido abatido por um caça húngaro Fiat CR.32, enquanto servia a Força Aérea Checoslovaca voando em um Letov Š-328.[10]
Operadores
editar- Eslováquia
- Ministério de Defesa Nacional
- Alemanha Nazista
Referências
editar- Notas
- ↑ a b c d Němeček, Václav (1983), p. 237, 266-267, 318
- ↑ Flieger, Jan (12 de fevereiro de 2004). «Mráz Zobor I» (em checo). Nelahozeves: Občanské sdružení válka
- ↑ Folprecht, Radek (2 de abril de 2017). «Jak pilot Nováček vypnul v Africe proud. Příběh legendárních sokolů» (em checo). Praga: MAFRA, a. s.
- ↑ Folprecht, Radek (25 de junho de 2015). «Unikát v povětří aneb slavná kapitola československého letectví» (em checo). Praga: MAFRA, a. s.
- ↑ Němeček, Václav (20 de junho de 1961). «Poznáváme tvůrce našich letadel: Zdeněk Rublič». Křídla vlasti (em checo) (13). p. 6-7
- ↑ Hudeček, Ed. (1 de novembro de 1942). «Športové lietadlo ZOBOR-I». Nová mládež (em checo) (3-4) 5 ed. p. 43
- ↑ Mičík, Miloš (1 de outubro de 1942). «Zobor-1». Slovenské krídla (em checo) (1)
- ↑ Soukup, Pavel (25 de novembro de 2019). «Imatrikulace letadel» (em checo). Československé letectví - web o historii letectví u nás
- ↑ «Stálé vojenské letiště Nitra» (em checo). 15 de novembro de 2019
- ↑ Kudrna, Ladislav (9 de março de 2011). «Slovenští letci versus maďarští» (em checo). Nelahozeves: Občanské sdružení valka.cz
- Bibliografia
- Němeček, Václav (1983). Československá letadla I. (1918-1945) (em checo) 3 ed. Praga: Naše vojsko. 368 páginas
- Šorel, Václav; Velc, Jaroslav (1979). Letadla československých pilotů I (em checo). Praga: Albatros. 430 páginas
- Marjánek, Pavel (2006). «Mráz Zobor 1». Letectví a kosmonautika (em checo) (8) 82 ed. p. 48-49. ISSN 0024-1156
- PAVLŮSEK, Alois (2016). Sportovní a cvičná letadla (em checo) 1 ed. Praga: Albatros. p. 63. 128 páginas