Musel IV Mamicônio
Musel IV Mamicônio (em latim: Musel ou Musiles; em grego medieval: Μουσίλης; romaniz.: Mousílēs; em armênio: Մուշեղ; romaniz.: Mušeł) ou Musel III Mamicônio foi um príncipe da Armênia em 654 da família Mamicônio. Estava ativo no início da dominação árabe da Armênia.
Musel IV Mamicônio | |
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Nacionalidade | Império Bizantino |
Etnia | Armênia |
Progenitores | Pai: Musel III |
Ocupação | General |
Nome
editarMusel[1][2] ou Musiles (Μουσίλης, Mousílēs)[3] são as formas latina e grega do armênio Muxel (Մուշեղ, Mušel), que originou-se no hitita Mursil através da forma não atestada Murxel (*Մուրշեղ, *Muršeł).[4]
Contexto
editarApós a queda do Império Sassânida, conquistado pelos árabes, os armênios, vassalos dos sassânidas, se aproximam do Império Bizantino para resistir melhor às incursões dos árabes. O imperador Constante II (r. 641–668) nomeou Teodoro Restúnio como príncipe da Armênia em 643, mas os armênios rapidamente se desapontaram com o Império Bizantino que, por um lado, apenas ajuda fracamente contra os árabes e, por outro, procura acabar ao cisma armênio pela conversão forçada. Restúnio rejeita a suserania bizantina e aproxima-se dos árabes e aprisiona os emissários bizantinos.[5]
Vida
editarA afiliação de Musel não é citada por documentos contemporâneos. Cyril Toumanoff e Christian Settipani o consideram filho do asparapetes Musel III.[6][7] Assumindo que os armênios não dão a uma criança o nome de seus pais vivos, Settipani o pensa como póstumo, mas isso significaria que teria 12 anos quando se tornou um asparapetes e 16 quando se tornou príncipe. Toumanff pensa que tinha um irmão chamado Fraates, citado por Leôncio, o Vardapetes, cujo filho se chamada Davi I.[8]
Constante invadiu a Armênia em 654, obrigando Teodoro Restúnio a fugir, e nomeou em seu lugar Musel, que assim se tornou príncipe da Armênia. Após a partida do exército bizantino, Restúnio recebeu um contingente de sete mil árabes, assumiu o controle da Armênia e se tornou príncipe novamente.[9] Entre os partidários de Restúnio estava Amazaspes IV, provável tio de Musel. Uma alusão de Sebeos sugere que havia entre os Mamicônios um grecófilo e um arabófilo, mas que os dois príncipes sabiam viver globalmente com boa inteligência. Musel reuniu-se aos árabes em 656, deixando seus quatro filhos como reféns deles, e permaneceu seu aliado em 657, quando Amazaspes, agora príncipe, se voltou ao Império Bizantino.[6]
Ver também
editar
Precedido por Teodoro Restúnio |
Príncipe da Armênia 654 |
Sucedido por Teodoro Restúnio |
Referências
- ↑ Caetani 1914, p. 380.
- ↑ Combefis 1648, p. 279-280.
- ↑ Jorge do Chipre 1890, p. 57, nota 1.
- ↑ Ačaṙyan 1942–1962, p. 455.
- ↑ Grousset 1973, p. 296-302.
- ↑ a b Settipani 2006, p. 139-140.
- ↑ Toumanoff 1990, p. 332-333.
- ↑ Toumanoff 1990, p. 333.
- ↑ Grousset 1973, p. 302-304.
Bibliografia
editar- Ačaṙyan, Hračʻya (1942–1962). «Մուշ». Hayocʻ anjnanunneri baṙaran [Dictionary of Personal Names of Armenians]. Erevã: Imprensa da Universidade de Erevã
- Caetani, Leone (1914). Annali dell'Islām. Milão: U. Hoepli
- Combefis, François (1648). Historia haeresis Monothelitarum sanctaeque in eam sextae synodi actorum vindiciae, diversorum item antiqua, ac medii aevi, tum historiae sacrae, tum dogmatica, graeca opuscula; accedit manuelis palaeologi in lavdem defuncti theodori fratris dicta oratio, qua pleraque occidentis graecorum impery tractantur, ac consurgentisque osmanici: vt & duplici adiuncta deliberatina Demetry Cydony. Paris: Antonii Bertier
- Grousset, René (1973) [1947]. Histoire de l'Arménie: des origines à 1071. Paris: Payot
- Jorge do Chipre (1890). Gelzer, Heinrich, ed. Georgii Cyprii descripto orbis Romani: accedit Leonis imperatoris Diatyposis genuina adhuc inedita. Lípsia: B. G. Trubneri
- Settipani, Christian (2006). Continuité des élites à Byzance durant les siècles obscurs. Les princes caucasiens et l'Empire du vie au ixe siècle. Paris: de Boccard. ISBN 978-2-7018-0226-8
- Toumanoff, Cyril (1990). Les dynasties de la Caucasie chrétienne de l'Antiquité jusqu'au xixe siècle: Tables généalogiques et chronologiques. Roma: Edizioni Aquila