N-metilfenetilamina
N-metilfenetilamina Alerta sobre risco à saúde | |
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Nome IUPAC | N-metil-2-fenetilamina |
Outros nomes | N-metilfenetilamina N-metil-β-fenetilamina |
Identificadores | |
Número CAS | |
PubChem | |
SMILES |
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Propriedades | |
Fórmula química | C9H13N |
Massa molar | 135.21 g mol-1 |
Aparência | Líquido incolor |
Densidade | 0.93 g/mL |
Ponto de ebulição |
203 |
Página de dados suplementares | |
Estrutura e propriedades | n, εr, etc. |
Dados termodinâmicos | Phase behaviour Solid, liquid, gas |
Dados espectrais | UV, IV, RMN, EM |
Exceto onde denotado, os dados referem-se a materiais sob condições normais de temperatura e pressão Referências e avisos gerais sobre esta caixa. Alerta sobre risco à saúde. |
A N-metilfenetilamina (NMPEA) é uma amina traço neuromoduladora derivada da fenetilamina (PEA). É um composto produzido naturalmente pelo organismo de humanos.[1] A substância é detectada na urina humana (<1μg/24horas),[2] e sua produção ocorre pela enzima feniletanolamina N-metiltransferase por catálise de fenetilamina. PEA e NMPEA são alcaloides encontrados também em várias espécies de plantas diferentes.[3] Algumas espécies do gênero Acacia contêm níveis elevados de NMPEA (em torno de 2300–5300 ppm), a exemplo da A. rigidula.[4] B aixas concentrações de NMPEA (<10 ppm) também estão presentes em uma ampla variedade de alimentos.[5]
A N-metilfenetilamina é um isômero estrutural da anfetamina.[6]
Biossíntese
editarN-metilfenetilamina, composto endógeno em humanos,[7] é um isômero da anfetamina que atua principalmente no mesmo alvo biomolecular, sendo um forte antagonista do receptor 1 associado a amina humana (hTAAR1) que está acoplada à proteína G e é responsável por modular a neurotransmissão de catecolaminas.[8]
Química
editarA NMPEA possui aparência de um líquido incolor. Ela é uma base fraca, com pKa = 10,14; e pK b = 3,86 (valores baseados em Kb).[9] O composto forma um sal cloridrato ao atingir seu ponto de fusão a 162–164 °C.[10]
Embora esteja disponível comercialmente, pode ser sintetizado por vários métodos. Um método pioneiro de síntese foi descrito por Carothers e colegas, que realizaram a conversão de fenetilamina em p-toluenossulfonamida, seguida por N-metilação utilizando iodeto de metilo e, finalmente, pela hidrólise da sulfonamida.[9] Um método mais recente de síntese é por meio da conversão de fenetilamina em seu trifluoroacetato, seguido de N-metilação por iodeto de metilo e, por fim, por hidrólise da amina.[11]
A NMPEA é um substrato tanto para a MAO-A (KM = 58,8 μM) como para a MAO-B (KM = 4,13 μM) em mitocôndrias de cérebros de ratos.[12]
Farmacologia
editarNMPEA é um alcaloide vasopressor, de modo que eleva a pressão arterial, e possui cerca de 1/350 da potência da epinefrina.[13] Assim como o composto do qual é derivada, a fenetilamina, e seu isômero anfetamina, a NMPEA é um agonista potente do receptor 1 associado a amina humana (hTAAR1).[14] Possui propriedades farmacodinâmicas e toxicodinâmicas comparáveis às da fenetilamina, anfetamina e outras metilfenetilaminas em estudos com ratos.[6]
Tal como acontece com a PEA, a NMPEA é metabolizada de forma relativamente rápida por monoamina oxidases durante o metabolismo de primeira passagem;[14] ambos os compostos são metabolizados preferencialmente por MAO-B.[6]
Toxicologia
editarNa administração oral em ratos, a dose letal mínima (CLLo) do sal de HCl de NMPEA é 203 mg/kg;[15] a dose letal mediana (LD50) é 685 mg/kg.[16]
Em estudos de toxicidade aguda, a N-metilfenetilamina apresentou um LD50 de 90mg/kg, em administração por via intravenosa em ratos.[17]
Referências
- ↑ Pendleton RG, Gessner G, Sawyer J (setembro de 1980). «Studies on lung N-methyltransferases, a pharmacological approach». Naunyn Schmiedebergs Arch. Pharmacol. 313: 263–8. PMID 7432557. doi:10.1007/bf00505743
- ↑ G. P. Reynolds and D. O. Gray (1978) J. Chrom. B: Biomedical Applications 145 137–140.
- ↑ T. A. Smith (1977). "Phenethylamine and related compounds in plants." Phytochemistry 16 9–18.
- ↑ B. A. Clement, C. M. Goff and T. D. A. Forbes (1998) Phytochemistry 49 1377–1380.
- ↑ G. B. Neurath et al. (1977) Fd. Cosmet. Toxicol. 15 275–282.
- ↑ a b c Mosnaim AD, Callaghan OH, Hudzik T, Wolf ME (abril de 2013). «Rat brain-uptake index for phenylethylamine and various monomethylated derivatives». Neurochem. Res. 38: 842–6. PMID 23389662. doi:10.1007/s11064-013-0988-1
- ↑ Broadley KJ (março de 2010). «The vascular effects of trace amines and amphetamines». Pharmacol. Ther. 125 (3): 363–375. PMID 19948186. doi:10.1016/j.pharmthera.2009.11.005
- ↑ Miller GM (janeiro de 2011). «The emerging role of trace amine-associated receptor 1 in the functional regulation of monoamine transporters and dopaminergic activity». J. Neurochem. 116 (2): 164–176. PMC 3005101 . PMID 21073468. doi:10.1111/j.1471-4159.2010.07109.x
- ↑ a b W.H. Carothers, C. F. Bickford and G. J. Hurwitz (1927) J. Am. Chem. Soc. 49 2908–2914.
- ↑ C. Z. Ding et al. (1993) J. Med. Chem. 36 1711–1715.
- ↑ I. Osamu (1983) Eur. J. Nucl. Med. 8 385–388.
- ↑ O. Suzuki, M. Oya and Y. Katsumata (1980) Biochem. Pharmacol. 29 2663–2667.
- ↑ W. H. Hartung (1945) Ind. Eng. Chem. 37 126–137.
- ↑ a b Lindemann L, Hoener MC (maio de 2005). «A renaissance in trace amines inspired by a novel GPCR family». Trends Pharmacol. Sci. 26: 274–281. PMID 15860375. doi:10.1016/j.tips.2005.03.007.
Além da via metabólica principal, os TAs também podem ser convertidos por N-metiltransferase não específica (NMT) e feniletanolamina N-metiltransferase (PNMT) nas aminas secundárias correspondentes (por exemplo, sinefrina, N-metilfeniletilamina e N-metiltiramina), que agem de maneira semelhante no TAAR1tal como os precursores da amina primária.
- ↑ A. M. Hjort (1934) J. Pharm. Exp. Ther. 52 101–112.
- ↑ C. M. Suter and A. W. Weston (1941) J. Am. Chem. Soc. 63 602–605.
- ↑ A. M. Lands and J. I. Grant (1952). "The vasopressor action and toxicity of cyclohexylethylamine derivatives." J. Pharmacol. Exp. Ther. 106 341–345.