Neo-historicismo
O neo-historicismo caracteriza-se por ser um retorno à tradição das ciências do espírito fundamentado em uma hermenêutica radical, que problematiza as concepções de ciência histórica.[1] A tendência neo-historicista surgiu no final do século XIX e perdurou até a década de 1930 em diversos contextos nacionais, tais como na Alemanha, Itália, Grã-Bretanha, Espanha, França e Estados Unidos. Questionamentos como a natureza e o método da história,[2] e de sua historicidade, o caráter científico ou não do método histórico são centrais no neo-historicismo.[3] Os neo-historicistas criticam a falta de reconhecimento da Escola Histórica Alemã da diferenciação metodológica entre as ciências da natureza e as ciências do espírito[3] e enfatizam o primado da razão histórica em oposição à razão científica.[4]
Emergências
editarO neo-historicismo germânico é iniciado por meio da perspectiva de Wihelm Dilthey, que rejeita o caráter metafísico do historicismo e as heranças científicas referentes à configuração dos métodos historiográficos.[3] Outros autores que se destacaram na Alemanha foram Heinrich Rickert, Wilhelm Windelband e Friedrich Meinecke. Na Itália, destacou-se Benedetto Croce, enquanto na Inglaterra apareceram os nomes de Robin George Collingwood e Michael Oakeshott. O neo-historicismo também é incorporado em contexto espanhol por meio das reflexões de José Ortega y Gasset.[5]
Referências
- ↑ Duarte 2005, p. 24.
- ↑ Falcon 2002, pp. 39-40.
- ↑ a b c Falcon 2002, pp. 40.
- ↑ Moriconi 1994, pp. 105.
- ↑ Cunha 2017, p. 25.
Bibliografia
editar- Cunha, Marcelo Durão Rodrigues da (2017). A história em tempos de crise: Friedrich Meinecke (1862-1954) e os problemas do historicismo alemão (PDF) (Tese). Consultado em 31 de outubro de 2018
- Duarte, Luís Sérgio (2005). «O Conceito de Fronteira em Deleuz e Sarduy». Textos de História. 13 (1)
- Falcon, Francisco (2002). «Historicismo: antigas e novas questões.». História Revista. 7: 23-54
- Moriconi, Italo (1994). A provocação pós-moderna: razão histórica e política da teoria de hoje. Rio de Janeiro: Diadorim. p. 176