Nielé ou Niellé é uma cidade do norte da Costa do Marfim. É uma subprefeitura e comuna do departamento de Uangolodugu, região de Tchologo, distrito de Savanas. Está a 350 metros de altitude e segundo censo de 2014, havia 19 116 residentes.[1]

Costa do Marfim Nielé

Niellé

 
  Subprefeitura e comuna  
Localização
Nielé está localizado em: Costa do Marfim
Nielé
Localização de Nielé na Costa do Marfim
Coordenadas 10° 12′ 05″ N, 5° 38′ 10″ O
Distrito Savanas
Região Tchologo
Departamento Uangolodugu
Características geográficas
População total (2014) 19 116 hab.
Altitude 335 m

História

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De acordo com a tradição oral, um senufô chamado Cassa, assistido pelo tenente Singar (Sungaru), deixou o Império de Congue junto de pequeno exército após distúrbios ali e foi a noroeste para Nielé, onde se fixou com permissão dos "tauagas", os primeiros ocupantes do país.[2] Com a morte de Cassa, Uocom o sucedeu e ao morrer foi sucedido por Nopé Fangã. Sob Nopé, os Tiebalas (clã ao qual pertenciam os líderes desde Cassa) expandiram seu poder através de conquistas territoriais e os tauagas, invejando isso, atacaram-os, mas foram derrotados e obrigados a dirigir-se para Fobolo ou Fologo, na circunscrição de Coroco.[3][a]

Ao morrer, Nopé deixou Nielé para Piequé e Uairimé.[b] Tomado da necessidade de conquista, o fama Tiebá (r. 1866–1893) do Reino de Quenedugu atacou os Tiebalas em Nielé. Na sua aproximação, os habitantes evacuaram a cidade e sob liderança de Piequé e Uairimé chegaram a Sinematiali. Tieba os perseguiu, mas foi derrotado pelos Tiebalas, a quem os guerreiros de Sinematiali se juntaram. Tiebá voltou à capital, sem saque, depois de ter demolido Nielé. Piequé, Uairimé e seu povo voltaram a Nielé, que reconstruíram parcialmente e fundaram Sordi em 1893.[4]

Piequé adoeceu e passou o comando a Uairimé. Seus partidários se negam a obedecê-lo e com sua morte pouco depois uma guerra civil eclodiu.[5] Um tenente chamado Fatocoma, filho de Nopé Fangam, matou um tenente do partido e Uairimé. O último fez com que o culpado fosse executado; os partidários de Piequé se amotinaram e, colocando Barguim Golo em seu comando, sitiaram Uairimé em Nielé. Vendo-se impotente para subjugá-los, enviou seu filho a Quenedugu. Foi Babemba (r. 1893–1898) que recebeu o enviado. Uma expedição sob comando de Babemba[b] foi a Nielé e derrotou os rebeldes.[6]


[a] ^ Segundo outra tradição, em 1872, Folona (região de Nielé) era comandada por Fanga Uatara, que residia em Nielé. Avizinhava o Reino de Quenedugu e invejava o prestígio do fama Tiebá (r. 1866–1893). Tiebá, ao lado dos irmãos Batiemoco e Babemba e de chefes sofás Cassa, Fafitini e Tiemoro, conduziu expedição a Folona em 1872-1873.[7]


[b] ^ Segundo outra tradição, foi colocado no trono por intermédio de Tiebá.[8]


[c] ^ Segundo outra tradição, a expedição ocorreu em 1894 e nela participaram Bembanitieni, Queletigui, e Culundiu. Nessa tradição, Barguim é chamado Molo.[8]

Referências

  1. CP 2019.
  2. Colheaux 1924, p. 101-102.
  3. Colheaux 1924, p. 102.
  4. Colheaux 1924, p. 103.
  5. Colheaux 1924, p. 102-103.
  6. Colheaux 1924, p. 103-104.
  7. Colheaux 1924, p. 140.
  8. a b Colheaux 1924, p. 152.

Bibliografia

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  • Colheaux, Par A. (1924). «Contribution a L'Étude de L'Histoire de L'Ancien Royaum de Kénédougou (1825-1898)». Comitê de Estudos históricos e científicos da África Ocidental Francesa. Boletim do Comitê de Estudos históricos e científicos da África Ocidental Francesa. 1–4