O Nieuport VI, foi um avião esportivo monoplano, monomotor francês em configuração de tração com asas a meia altura, projetado e construído por Édouard Nieuport, em versão de hidroavião, tendo operado em alguns países da Europa entre 1912 e 1914.

Nieuport VI
País de origem França
Primeiro voo 1912
Especificações
Configuração de asa monoplane
Trem de pouso floatplane
Um Nieuport VI.H no porto de Atenas em 1916.

O seu desenvolvimento, pode-se dizer, seguiu as linhas gerais dos modelos: Nieuport II e Nieuport IV.[1][2]

Projeto e desenvolvimento

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As diferenças básicas entre oNieuport VI e seus antecessores, eram: a de poder carregar três tripulantes (uma cabine para dois passageiros era disposta em linha logo atrás do assento do piloto) e de usar aço na sua estrutura interna, enquanto os modelos anteriores usavam apenas madeira.[3] Produzido inicialmente como um hidroavião e designado VI-G, ele tinha dois flutuadores maiores com trem de pouso e um menor na traseira em forma de gota. Os flutuadores tinham pequenas lâminas na lateral para evitar a tendência dos flutuadores de submergir ainda durante o taxiamento,[4] e quilhas com "degraus".[5] Em sendo um hidroavião, não era possível ao piloto girar a hélice manualmente para ligar o motor, para isso uma manivela foi colocada dentro da cabine para que de lá o piloto pudesse ligar o motor.[3] O "Tipo VI" também foi equipado com uma barra (joystick) para o controle lateral no lugar do volante ao estilo Blériot usado nos modelos anteriores.[6][7]

Uma versão refinada desse modelo foi Nieuport VI-H com uma empenagem revisada e outras alterações. Essa versão foi utilizada pelas marinhas francesa e britânica. Uma versão "terrestre" (com rodas no lugar dos flutuadores), para uso militar também foi criada, recebendo a designação de Nieuport VI-M. Essa versão militar foi construída sob licença na Itália pela Macchi[2] e na Rússia.[1]

Histórico operacional

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O primeiro voo do modelo Nieuport VI ocorreu em abril de 1912,[8] o modelo voou numa competição organizada pelo Automobile Club de France e o ministério marítimo francês em agosto na baía de Saint-Malo. Pilotado por Charles Weymann, o Nieuport terminou a competição em quinto, fazendo jus a um prêmio de FF 2.000, e também o "Prêmio Jersey de Velocidade" por concluir o percurso no terceiro dia da competição, o que envolvia: um voo de ida e volta entre Saint-Malo e Jersey que Weymann completou em 1 hora e 41 minutos.[9] Esse sucesso levou um pedido de sete unidades pela Marinha Francesa, que foram entregues à estação de hidroaviões em Saint-Raphaël em janeiro do ano seguinte.[6] O governo do Japão também encomendou três exemplares na mesma época,[10] e pedidos dos governos da: Itália, Rússia, Suécia e Reino Unido também foram entregues até o final de 1912.[6] Um mês depois do evento de Saint-Malo, um "Tipo VI-G" pilotado por Armand Gobé efetuou testes comparativos em Tamise-sur-Escaut na Bélgica, mas terminou em décimo entre os quinze participantes.[6] A Nieuport exibiu esse modelo no Salon de l'Aéronautique dezembro de 1912 em Paris,[4] e nos shows aéreos de Bruxelas e Olympia em Londres no início de 1913.[3][11]

O modelo continuou a se apresentar nos maiores eventos esportivos de 1913, começando com o Grand Prix d'Hydroplanes em Mônaco em 12 de abril.[12] Dois exemplares do VI-G entraram na competição, um pilotado por Weymann e outro por Gabriel Espanet.[3][12] A corrida aconteceu, no entanto, devido às péssimas condições climáticas nos dias que se seguiram, vários acidentes ocorreram: Espanet quebrou uma perna, Weymann se envolveu num sério acidente, sendo arremessado do avião, e Louis Gaudart foi morto.[13] Em 16 de abril, a corrida inaugural do Troféu Schneider aconteceu. Dos seis inscritos, apenas quatro iniciaram a corrida, incluindo Weymann e Espanet nos seus Nieuport VI-G. Weymann desistiu depois de apenas oito das vinte e oito voltas previstas, e Espanet desistiu com um problema no motor na volta número 25.[10][13] Em agosto, dois Nieuport VI-G entraram na corrida de hidroaviões entre Paris e Deauville, pilotados por Adrien Levasseur e Charles Weymann. Weymann foi forçado a abandonar, mas Levasseur terminou em segundo com um tempo de 7 horas e 38 minutos para os 330 km do percurso – quatro horas atrás do vencedor.[14][15]

Ainda em 1913, o modelo foi usado em voos de longa distância. Em julho, um Nieuport VI-G foi escolhido por Julien Levasseur para um voo de 2.500 km ao redor do Mar do Norte, o qual ele e seu passageiro completaram em seis dias, voando de Paris para: Londres, Dunquerque, Roterdã, Amsterdã, Emden, Ostend, Rouen, e de volta à Paris, uma viagem que incluiu um breve sobrevoo à áreas "sensíveis" da cidade na chegada.[10][16] Em dezembro, Jean Védrines e Marc Bonnier estavam entre alguns aviadores franceses a ter efetuado voos entre Paris e Cairo, ambos pilotando modelos Nieuport VI-G.[17][18][19]

No início da Primeira Guerra Mundial, uma boa quantidade de modelos Tipo VI-M (terrestres) permaneciam em serviço na França, Itália e Rússia,[2] assim como seis do Tipo VI-G (hidroavião) com a Marinha francesa.[20]

Variantes

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Essas foram as variantes do Nieuport VI

  • VI-G - versão inicial como hidroavião
  • VI-H - versão refinada como hidroavião
  • VI-M - versão militar "terrestre"

Usuários

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Especificação

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Estas são as características do Nieuport VI-G[21]

  • Características gerais:
    • Tripulação: um a três (dois passageiros)
    • Comprimento: 8,7 m
    • Envergadura: 12,25 m
    • Área da asa: 40 m²
    • Peso vazio: 700 kg
    • Peso na decolagem: 795 kg
    • Motor: 1 x motor giratório Gnome, de 80 hp.
  • Performance:
    • Velocidade máxima: 105 km/h

Ver também

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Referências

  1. a b Taylor 1989, p.696
  2. a b c The Illustrated Encyclopedia of Aircraft, p.2597
  3. a b c d Sanger 2002, p.25
  4. a b "The Paris Aero Salon" 1912, 1026–27
  5. "Reflections on the Monaco Meeting" 1913, 485
  6. a b c d Hartmann 2006, p.7
  7. "The Nieuport Hydro-Aeroplane" 1913, p.430
  8. Sanger 2002, p.24
  9. "Hydro-Aeroplanes—St. Malo–Jersey Meeting" 1912, p.799
  10. a b c Sanger 2002, p.26
  11. "The Olympia Show" 1913, 185–86
  12. a b Hartmann 2006, p.8
  13. a b "The Monaco Meeting" 1913, p.450
  14. Hartmann 2006, p.9
  15. "Deauville Waterplane Meeting" 1913, 961
  16. Levasseur 1913, 768
  17. Hartmann 2006, p.10
  18. "The Paris–Cairo Flight" 1913, p.1252
  19. "Bonnier May Go to Cairo" 1913, 1336
  20. Hartmann 2006, p.11
  21. Sanger 2002, p.29

Bibliografia

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Ligações externas

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