Nito Alves
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Nito Alves, nascido Alves Bernardo Baptista (Piri, Dembos, Angola, 23 de Julho de 1945 – Luanda, 1977),[1] foi ministro do Interior de Angola desde a independência em 11 de Novembro de 1975, até à data em que o presidente Agostinho Neto aboliu o cargo em Outubro de 1976[2]. Fazia parte da linha dura do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) e tornou-se conhecido internacionalmente devido ao golpe de estado falhado, conhecido por Fraccionismo, de que foi mentor em 1977[3].
Nito Alves | |
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Ministro(a) de Interior | |
Período | 11 de Novembro de 1975 até Outubro de 1976 |
Dados pessoais | |
Nascimento | 23 de Julho de 1945 Dembos |
Morte | 1977 Luanda |
Nacionalidade | angolano(a) |
Partido | MPLA |
Nito Alves opunha-se a Agostinho Neto nos temas da política externa de não-alinhamento, socialismo evolutivo e multiracialismo. Alves favorecia o reforço das relações com a União Soviética e defendia a concessão de bases militares Soviéticas em Angola. Sendo apoiante da União Soviética, representou o MPLA no 25º Congresso do Partido Comunista Soviético em Fevereiro de 1977.
A 21 de Maio de 1977 o MPLA expulsou-o do partido, acção que culminou com a tentativa de golpe de estado de 27 de Maio. Nito Alves e os seus apoiantes invadiram a prisão de Luanda, libertando outros apoiantes, e assumiram o controlo da estação de rádio nacional em Luanda. As forças leais a Neto, com o apoio dos soldados cubanos, rapidamente restabeleceram a ordem e prenderam os envolvidos. Se por um lado Cuba apoiava Neto, Alves afirmou que a União Soviética tinha apoiado o golpe.
No rescaldo do golpe fracassado os dirigentes do MPLA ordenaram à Direcção de Informação e Segurança em Angola (DISA) que procedesse a uma gigantesca purga em todo o país, para eliminar facções dentro do partido, assassinando dezenas de milhares de pessoas (estimadas entre 30.000 e 80.000), na sua maior parte sem qualquer ligação ao golpe [3][4].
Referências
editar- Notas
- ↑ «Nito Alves 1945-1977». 27maio.com. Consultado em 30 de maio de 2022
- ↑ Fauvet, Paul. "Angola: The Rise and Fall of Nito Alves". Review of African Political Economy, No. 9, Southern Africa. (May - Aug., 1977), pp. 88-104.
- ↑ a b Georges A. Fauriol and Eva Loser. Cuba: The International Dimension, 1990. Page 164.
- ↑ Domínguez, Jorge I. To Make a World Safe for Revolution: Cuba's Foreign Policy, 1989. Page 158.
- Bibliografia
- Agostinho Neto, O que é o fraccionismo (Colecção Resistência), DOR (Departamento de Orientação Revolucionaria), 1977, 28 pag, Angola
- Dalila Cabrita Mateus & Álvaro Mateus, Purga em Angola, Edições Asa, 2007, 208 pag, Portugal, ISBN 9789724153728 [1]
- Américo Cardoso Botelho, Holocausto em Angola, Editora Vega, 2007, 612 pag, Portugal, ISBN 9789876998778 [2]
- Miguel Francisco, Nuvem Negra, o drama do 27 de Maio de 1977, Clássica Editora, 2007, Portugal
- Felícia Cabrita, Massacres em África, A esfera dos Livros, 2008, Portugal, ISBN 9789896260897
- Lara Pawson, Revista Relações Internacionais Nº14, Junho de 2007, Portugal