No Tabuleiro da Baiana
No Tabuleiro da Baiana é uma canção (samba-batuque) do compositor brasileiro Ary Barroso, sendo seu primeiro grande sucesso, lançado em 1936. Foi originalmente interpretada por Carmen Miranda e Luiz Barbosa.[1] É a 10ª canção de Ary Barroso mais tocada nos últimos 10 anos no Brasil (2013-2023), nos principais segmentos de execução pública, e a 14ª mais regravada, segundo o ECAD.[2] Também figurou na 11ª posição na lista das "15 músicas interpretadas por Carmen Miranda" mais tocadas de julho de 2010 a março de 2015, segundo levantamento inédito feito pelo ECAD.[3]
"No Tabuleiro da Baiana" | |
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Single de Carmen Miranda | |
Formato(s) | 78 rpm |
Gravação | 29 de setembro de 1936 |
Duração | 2 min 37 s |
Gravadora(s) | Odeon Records |
Composição | Ary Barroso |
Foi gravada como lado B de "Como vaes você", e obteve mais sucesso imediato do que a faixa principal, que só se tornaria popular no carnaval do ano seguinte. A canção inspirou Ary Barroso a compor outro grande sucesso: Na Baixa do Sapateiro, também inspirado na cidade de Salvador, na Bahia.[4]
Homenagem
editarO compositor refere-se a uma das principais figuras típicas de Salvador: a baiana do acarajé, quituteira negra que, vendendo seus produtos nas ruas da capital da Bahia, ganha assim o seu sustento, ao tempo em que manteve vivas as tradições culinárias de origem africana.
Letra
editarA letra refere-se aos quitutes comuns no tabuleiro da baiana: vatapá, caruru, mungunzá (embora omita o principal - o acarajé). Mas tudo isso para reportar-se ao encanto e beleza da baiana: "sedução, cangerê, ilusão, candomblé", para finalmente propor-lhe "Meus trapinhos juntar com você".
Histórico
editarA letra foi composta por encomenda de Jardel Jercolis, produtor de teatro de revista, para a peça Maravilhosa de 1936, sendo cantada por Déo Maia e Grande Otelo; neste mesmo ano voltou a integrar outra Revista, com Oscarito. Apesar dos direitos de Jercolis serem exclusivos para execução no teatro a canção foi, antes de sua apresentação na peça, gravada por Carmen Miranda e Luís Barbosa.[5]
Em 1937, numa entrevista à revista Carioca, Barroso declarou: "No Tabuleiro da Baiana" foi a primeira música que vendi, tão descrente eu estava do seu mérito. Foi-me encomendada por Jardel Jercolis, que pretendia incluí-la em uma das revistas de sua companhia. A música foi mais 'fabricada' que inspirada; produzi-a mais ou menos à força e acabei compondo-a nos moldes de um batuque feito por mim há vários anos".[5]
Em 1952, foi incluída no filme Carnaval Atlântida, em excelente interpretação de Grande Otelo e Eliana Macedo.
Foi regravada em 1980 pelos baianos Caetano Veloso e Gal Costa, e três anos depois, por Maria Bethânia e João Gilberto.[5]
Referências
- ↑ José Octavio Sebadelhe (25 de fevereiro de 2016). «Memória afetiva do botequim carioca». Editora José Olympio. ISBN 9788503012744. Consultado em 5 de novembro de 2024
- ↑ «Dia do Samba é festejado neste sábado e é uma homenagem a Ary Barroso». ECAD. Consultado em 8 de novembro de 2014
- ↑ «Ranking inédito do Ecad mostra as canções interpretadas por Carmen Miranda». Ecad. 11 de agosto de 2015. Consultado em 9 de maio de 2017. Arquivado do original em 23 de setembro de 2015
- ↑ «Carmen Miranda: melodias cifradas para guitarra, violão e teclados: 30 sucessos, biografia com fotos e CD bônus». Editora Irmãos Vitale. 2000. ISBN 9788574071107. Consultado em 5 de novembro de 2024
- ↑ a b c Everaldo J. dos Santos (25 de abril de 2006). «No tabuleiro da baiana». Cifra Antiga. Consultado em 9 de novembro de 2006. Cópia arquivada em 25 de novembro de 2010