Noz
Um fruto de casca rija, em botânica, é um fruto seco com apenas uma semente (raramente duas) no qual a parede do ovário ou parte dela torna-se muito dura na maturidade. A maioria dos frutos de casca rija vem dos pistilos com ovários inferiores (veja flor) e não abrem na maturidade.
Exemplos de frutos de casca rija verdadeiras são os frutos dos carvalhos (bolotas), das avelaneiras, das faias, das castanheiras, das nogueiras[1] e a castanha-de-caju.
Culinária
editar"Fruto de casca rija", em culinária, são uma categoria muito menos restritiva do que nozes na botânica, o termo é normalmente mal aplicado a muitas sementes que não são nozes verdadeiras. Qualquer semente grande, oleaginosa, com casca dura e usada como alimento pode ser considerada como uma noz. Porque as nozes têm geralmente um índice elevado do óleo, são um alimento e uma fonte de energia altamente apreciada [2]. Um grande número sementes são comestíveis por seres humanos e são usadas na arte culinária, comidas cruas, germinadas ou torradas, como um aperitivo ou em doçaria, ou ainda espremidas para lhe extrair o óleo que é usado na culinária e em cosméticos.[3]
A maioria dos tipos de bolotas são amargas demais para se comer (a menos que sejam lixiviadas), por causa dos taninos. Apesar dessa desvantagem, a bolota é um alimento importante em várias regiões.
Alimento
editarUma espécie relacionada, a Aesculus californica, era ingerido anteriormente pelos índios americanos da Califórnia nas épocas de escassez.
Frutos de casca rija são uma fonte nutritiva e significativa para a vida selvagem. Isto é particularmente verdade em locais de clima temperado onde animais como gaios e esquilos armazenam bolotas e outras nozes durante o outono para se preparem para a falta de comida durante o inverno até a chegada da primavera.
Reprodução
editarFrutos de casca rija de clima temperado são provenientes de árvores da ordem Fagales, geralmente polinizadas pelo vento:
Nozes "não verdadeiras"
editarAlgumas "nozes" que não são verdadeiras no sentido botânico:
- as amêndoas, em que a parte comestível é a semente de uma drupa (fruto carnoso, com apenas uma semente);
- a avelã chilena (Gevuina);
- as castanhas-do-pará são sementes de uma cápsula;
- o coco é um drupa;
- a castanha-da-índia (não é comestível, é uma cápsula);
- o amendoim é na verdade um grão, o fruto e sementes de um legume;[6]
- a noz macadâmia de origem australiana;
- o pinhão é a semente de várias espécies de pinheiro (coníferas);
- a próstata, que é um órgão humano, mas que tem a mesma forma de uma noz.
A castanha-da-índia (Aesculus hippocastanum) é usada em um velho jogo de crianças, no qual uma noz é enfiada em um cabo forte e então cada criança tenta quebrar a do seu oponente batendo-lhe com a sua.
Valor nutricional
editarAs nozes, apesar do sabor agradável, por muito tempo foram consideradas inconvenientes para alimentação humana por serem ricas em gordura. Entretanto, algumas dessas oleaginosas trazem um grande benefício para a saúde pois ajudam a controlar o colesterol ruim e por consequência ajudam a proteger o coração.[7]
Teor de gordura e valor calórico
editarfruto | Teor de gordura g / 100 g | Valor calórico kJ / 100 g | Valor calórico in kcal / 100 g[8][9] |
---|---|---|---|
Castanha de caju [10] | 42,2 | 2377 | 572 |
Amendoim (não torrado) | 48,1 | 2337 | 564 |
Amendoim (sem sal, torrado) | 49,4 | 2423 | 585 |
Avelã (sem tegumento) | 61,6 | 2662 | 644 |
Coco | 36,5 | 1498 | 363 |
Macadamia | 73,0 | 2896 | 703 |
Amêndoa (sem tegumento) | 54,1 | 2411 | 583 |
Castanha do Pará [11] | 66,8 | 2764 | 670 |
Noz-pecã [12] | 72,0 | 2897 | 703 |
Pistache [13] (sem tegumento) | 51,6 | 2406 | 581 |
Noz (sem tegumento) | 62,5 | 2738 | 663 |
Composição química
editarCada 100 gramas de noz contém:
- Calorias - 572 kcal [9][14]
- Tamanho - 1,2 cm
- Vitamina A - 2g
- Vitamina B1 (Tiamina) - 0 mcg
- Vitamina B2 - 0,9 mcg
- Fósforo - 380 mg
- Cálcio - 90 mg
- Sódio - 2 mg
- Magnésio - 3,4 mg
Ver também
editarReferências
- ↑ «Nogueira, Juglans regia L.». Bragançanet. Consultado em 3 de março de 2012. Arquivado do original em 14 de janeiro de 2012
- ↑ Receita Natural. «Castanhas e Nozes – Benefícios». Consultado em 3 de março de 2012
- ↑ Revista Cabeleireiros. «A alimentação e a saúde dos cabelos». Consultado em 3 de março de 2012
- ↑ Edward F. Gilman and Dennis G. Watson (novembro de 1993). «Carya illinoensis, Pecan» (PDF) (em inglês). University of Florida. Consultado em 3 de março de 2012
- ↑ Saúde através da Alimentação Natural. «Frutos Secos, Nozes». Consultado em 3 de março de 2012
- ↑ Portal São Francisco. «Amendoim». UNITINS, Fundação Universidade do Tocantins. Consultado em 3 de março de 2012
- ↑ Fabiana Gonçalves. «Sementes do bem». Revista Dieta já!, Editora Escala. Consultado em 3 de março de 2012. Arquivado do original em 9 de maio de 2015
- ↑ Deutsche Forschungsanstalt für Lebensmittelchemie, Garching, Lebensmitteltabelle für die Praxis, Der kleine Souci · Fachmann · Kraut , Wissenschaftliche Verlagsgesellschaft mbH, 2009, ISBN 978-3-8047-2541-6
- ↑ a b Frank B. Hu,. «Micronutrient Information Center» (em inglês). Linus Pauling Institute, Oregon State University. Consultado em 3 de março de 2012
- ↑ Tânia da S. Agostini-Costa, Roberto F. Vieira e Ronaldo V. Naves (29 de dezembro de 2005). «Caju, identidade tropical que exala saúde». Embrapa. Consultado em 3 de março de 2012. Arquivado do original em 12 de agosto de 2012
- ↑ Scott A. Mori. «The Brazil Nut Industry --- Past, Present, and Future» (em inglês). The New York Botanical Garden. Consultado em 3 de março de 2012
- ↑ J. K. Peterson. «Pecan, Carya illinoensis (Wangenh.) K. Koch» (em inglês). Northeastern Area State and Private Forestry (S&PF). Consultado em 3 de março de 2012
- ↑ TodaFruta (24 de fevereiro de 2006). «Pistache». Consultado em 3 de março de 2012. Arquivado do original em 6 de maio de 2015
- ↑ Patrícia Bertolussi. «Sementes Oleaginosas». Consultado em 3 de março de 2012
Bibliografia
editar- Reinhard Lieberei, Christoph Reisdorff: Nutzpflanzenkunde. Begründet von Wolfgang Franke, 7. Auflage. Thieme-Verlag, Stuttgart 2007, ISBN 978-3-13-530407-6
- Werner Rauh: Morphologie der Nutzpflanzen. 2. Auflage, Quelle & Meyer, Heidelberg 1950.
- Horst Bickel, Roman Claus, Roland Frank, Gert Haala, Martin Lüdecke, Günther Wichert, Dirk Zohren: NATURA - Biologie für Gymnasiasten. Klett-Verlag, 1. Auflage, Stuttgart 2002, ISBN 3-12-045200-9.