O problema da Sra. Miniver
O problema da Sra. Miniver é um problema de geometria tratando de áreas de círculos. Ele pergunta como colocar dois círculos e de raios dados de tal forma que a lente formada pela interseção de seus interiores tenha área igual à diferença simétrica de e (a área contida em somente um dos círculos).[1] Foi nomeado por uma analogia entre a geometria e a dinâmica social enunciada pela personagem fictícia Sra. Miniver, que "via cada relacionamento como um par de círculos que se cruzam". Sua solução envolve uma equação transcendental.
Origem
editarO problema surgiu no "A Country House Visit", um dos artigos de Jan Struther publicados no The Times entre 1937 e 1939, apresentando sua personagem, Sra. Miniver. De acordo com a história:
Ela via cada relacionamento como um par de círculos que se sobrepunham. À primeira vista, parece que quanto maior a sobreposição, melhor é o relacionamento; mas não é assim. Além de um certo ponto, a lei dos rendimentos decrescentes se estabelece, e não há recursos privados suficientes deixados em nenhum dos lados para enriquecer a vida que é compartilhada. Provavelmente a perfeição é alcançada quando a área dos dois crescentes externos, somados, é exatamente igual à da peça em forma de folha no meio. No papel deve haver alguma fórmula matemática clara para se chegar a isso; na vida, nenhum.[2]
Louis A. Graham e Clifton Fadiman formalizaram a matemática do problema e a popularizaram entre os matemáticos recreativos.[1][3]
Solução
editarO problema pode ser resolvido cortando a lúnula ao longo do segmento de linha entre os dois pontos de interseção dos círculos, em dois segmentos circulares, e usando a fórmula da área de um segmento circular para relacionar a distância entre os pontos de interseção com a área total que o problema exige que a lúnula tenha. Isso fornece uma equação transcendental para a distância entre os pontos de cruzamento, mas pode ser resolvida numericamente.[1][4] Existem duas condições de contorno cujas distâncias entre os centros podem ser prontamente resolvidas: o mais distante que os centros podem estar é quando os círculos têm raios iguais, e o mais próximo que eles podem estar é quando um círculo está contido completamente dentro do outro, o que acontece quando a razão entre os raios é . Se a proporção de raios cair além desses casos limites, os círculos não poderão satisfazer a restrição de área do problema.[4]
No caso de dois círculos de tamanho igual, essas equações podem ser um pouco simplificadas. O losango formado pelos dois centros do círculo e os dois pontos de interseção, com comprimentos de lado iguais ao raio, tem um ângulo radianos nos centros dos círculos, encontrados resolvendo a equação: do que se segue que a razão entre a distância entre seus centros e seus raios é .[4]
Ver também
editar- Problema de pastejo interior, outro problema de equalização das áreas de lúnulas e lentes circulares
Referências
editar- ↑ a b c Graham, Louis A. (1959), «3: Mrs. Miniver's problem», Ingenious Mathematical Problems and Methods, ISBN 978-0-486-28293-0, Dover Books on Mathematics, Dover Publications, pp. 64–66
- ↑ Struther, Jan, «A Country House Visit», Mrs. Miniver, University of Pennsylvania, consultado em 10 de março de 2022. Originalmente publicado como parte de uma série de colunas no The Times, em 1937, e no livro Mrs. Miniver, Chatto and Windus, London, 1939.
- ↑ Fadiman, Clifton (1962), «The Miniver problem», The Mathematical Magpie, Simon & Schuster, pp. 298–300
- ↑ a b c Alsina, Claudi; Nelsen, Roger B. (2011), «11.8: Mrs. Miniver's problem», Icons of Mathematics: An Exploration of Twenty Key Images, ISBN 978-1-4704-5616-0, Dolciani Mathematical Expositions, 56, American Mathematical Society, pp. 141–142