Pílula contraceptiva oral combinada

método de controlo de natalidade que inclui uma combinação dum estrogénio (estradiol) e dum progestagénio (progestina)
(Redirecionado de Pílulas contraceptivas)

A pílula contracetiva oral combinada (português europeu) ou pílula contraceptiva oral combinada (português brasileiro)[a] (COC), frequentemente referida coloquialmente como «a pílula», é um método de controlo de natalidade e supressão menstrual projetado para ser tomado via oral por mulheres. Ela inclui uma combinação de um estrogénio (comummente etinilestradiol) e um progestagénio (especificamente uma progestina). Quando tomada corretamente, ela altera o ciclo menstrual para eliminar a ovulação e prevenir a gravidez.

Pílula contracetiva oral combinada (PCOC)
Pílula contraceptiva oral combinada
Informação
Tipo Hormonal
Primeiro uso ?
Taxas de falha (primeiro ano)
Uso perfeito 0.3%[1]
Uso típico 9%[1]
Utilização
Duração do efeito 1–4 dias
Reversibilidade Sim
Notas Tomada dentro da mesma janela de 24 horas todo dia
Intervalo clínico 6 meses
Vantagens e desvantagens
Proteção contra IST Não
Aumento de peso Sem efeito provado
Vantagens na menstruação Regulada, geralmente mais leve e menos dolorosa
Benefícios Risco de mortalidade reduzido.[2] Taxas de mortalidade reduzidas em todos os cancros.[2] Taxas de cancro do endométrio e do ovário reduzidos.
Pode tratar acne, SOP, PDPM, endometriose
Riscos Possível pequeno aumento nalguns cancros.[3][4] Pequeno aumento reversível em TVPs; AVC,[5] doença cardiovascular[6]

As pílulas foram inicialmente aprovadas para uso contraconcetivo nos Estados Unidos em 1960, e são uma forma muito popular de controlo de natalidade. São usadas ​​atualmente por mais de 100 milhões de mulheres em todo o mundo e por quase 12 milhões de mulheres só nos Estados Unidos.[7] Seu uso varia enormente de país,[8] idade, escolaridade e estado civil. Um terço das mulheres com idade entre 16-49 no Reino Unido atualmente utilizam a pílula que só contém o progestagénio ou a pílula combinada.[9][10]

As duas formas de pílula estão na Lista de Medicamentos Essenciais da Organização Mundial de Saúde, os medicamentos mais importantes, necessários em um sistema básico de saúde.[11] A pílula foi um catalisador para a revolução sexual.[12] Os historiadores creditam a pílula como o contraceptivo mais importante para transferir o poder sobre os direitos reprodutivos dos homens para as mulheres.[13]

Uso clínico

editar

Os contraceptivos orais combinados devem ser tomados diariamente, no mesmo horário. Se um ou mais comprimidos são esquecidos por mais de 12 horas, a proteção contra a gravidez é reduzida.[14] A maioria das marcas de pílulas combinadas são embalados em um dos dois tamanhos diferentes, com dias marcados para um ciclo de 28 dias. Para a embalagem de 21 comprimido, uma pílula é consumida por dia durante três semanas, seguido de uma semana sem pílulas. Na embalagem de 28 pílulas, as pílulas são tomadas por 21 dias, seguido por uma semana de placebo ou comprimidos de açúcar. Pode haver um sangramento de escape em algum momento durante a semana de placebo, e mesmo assim estar protegida de uma gravidez durante esta semana. Há também dois outros tipos de pílulas (Yaz 28 e Loestrin 24 Fe) que possuem 24 dias de pílulas hormonais ativas, seguido de 4 dias de placebo.[15]

Pílulas de placebo

editar

As pílulas de placebo fazem com que a pessoa mantenha o hábito diário mesmo durante a semana sem hormônios, as pílulas de placebo podem conter um suplemento de ferro,[16][17] já que as necessidades de ferro aumentam durante a menstruação.

O sangramento de escape que ocorre durante a pausa das pílulas ativas foi pensado ser reconfortante, como uma confirmação física de não estar grávida.[18] A embalagem de pílula de 28 dias também simula o ciclo menstrual médio, embora os acontecimentos hormonais durante o ciclo da pílula são significativamente diferentes de um ciclo menstrual ovulatória normal. A pílula suprime o ciclo normal, e o sangramento de escape ocorre enquanto as pílulas de placebo são tomada, esse sangramento também é previsível; o sangramento inesperado pode ser um efeito colateral possível do uso da pílula por longa data.[19]

Eficácia

editar

O índice de Pearl é frequentemente usado para comparar a eficácia dos diferentes métodos de contracepção.[20] Ele é expresso como o "número de gravidezes indesejadas em 100 mulheres normalmente férteis em um período de um ano". Cada método de controle de natalidade tem dois números no índice de Pearl:

  • efetividade do método: é o número do índice de Pearl para uso sob condições perfeitas. O número de efetividade do método para a pílula anticoncepcional tem sido medido entre 0,3 e 1,25, o que significa que em condições ideais, entre 0,3 e 1,25 usuárias a cada 100 se tornaram grávidas durante o primeiro ano de uso perfeito da pílula (índice de Pearl = 0,3 a 1,25);
  • efetividade do usuário ou efetividade típica: é o número do índice de Pearl para uso que não é consistente ou sempre correto. A efetividade do usuário medida pelo índice de Pearl para a pílula anticoncepcional está entre 2,15 e 8,0, o que significa que entre 2,15 e 8,0 usuárias a cada 100 se tornaram grávidas durante o primeiro ano de uso típico da pílula (índice de Pearl = 2,15 a 8,0).[21][22]

A estimativa da probabilidade de gravidez durante o primeiro ano de "uso perfeito" da pílula é de 0,3%, e a probabilidade estimada de gravidez durante o primeiro ano no "uso típico" é de 9%.[1] A taxa de falha no uso perfeito é baseado em uma revisão das taxas de gravidez em ensaios clínicos, a taxa de falha de uso típico é baseado em uma média ponderada das estimativas dos inquéritos do U.S. National Surveys of Family Growth (NSFG) de 1995 e 2002 , corrigido para sub-registros de abortos.[1]

As pílulas COC fornecem uma contracepção eficaz desde a tomada da primeira pílula se iniciado no prazo de cinco dias após o início do ciclo menstrual (dentro de cinco dias do primeiro dia da menstruação). Se iniciado em qualquer outro momento do ciclo menstrual, as pílulas COC fornecem uma contracepção eficaz somente após 7 dias consecutivos do uso das pílulas ativas, portanto, um método de prevenção de gravidez deve ser usado até as pílulas ativas foram tomadas durante 7 dias consecutivos, as pílulas devem ser tomadas aproximadamente à mesma hora, todos os dias.[23][24]

A eficácia contraceptiva pode ser prejudicada por: 1) esquecer mais de um comprimido ativo, 2) atraso no início da próxima caixa de pílulas ativas (isto é, estendendo o período inativo ou de placebo além dos 7 dias), 3) má absorção intestinal das pílulas ativas devido a vômitos ou diarreia, 4) interações medicamentosas com pílulas ativas que diminuem os níveis contraceptivos do estrogênio ou da progesterona.[23]

A eficácia da pílula anticoncepcional oral combinada parece ser semelhante se as pílulas ativas são tiradas continuamente por períodos prolongados de tempo ou se forem tomadas durante 21 dias ativos e 7 dias como placebo.[25]

Instrução em caso de pílulas esquecidas:

  • menos de 12 horas: tomar a pílula que foi esquecida assim que possível;
  • entre 12 e 24 horas: tomar a pílula assim que possível e abster-se de relações sexuais ou usar outro método contraceptivo;
  • mais de 24 horas: tomar a pílula assim que possível e perguntar a um médico se uma segunda pílula deve ser tomada naquele mesmo dia e se a pílula esquecida ainda deve ser usada neste mês. Abster-se de relações sexuais ou utilizar outros métodos de contracepção durante pelo menos 7 dias.[26]

Se ocorrer a menstruação, espere uma semana, em seguida, iniciar um novo conjunto de pílulas. Se os comprimidos não use um ciclo mensal, pergunte a um médico para obter informações.

Mecanismo de ação

editar

A maturação dos folículos necessita de hormonas da hipófise (glândula endócrina junto ao cérebro), a FSH (Folicle stimulating hormone ou hormona estimuladora do folículo) e também a LH. Normalmente surgem vários folículos ováricos (cada um com 1 ovócito) em crescimento que, ao aumentarem de tamanho, excretam estrogénios em cada vez maior quantidade que actuam por feedback negativo na hipófise, havendo redução progressiva da libertação de LH e FSH. Os vários folículos então competem por essas escassas hormonas, sendo que o maior folículo (que tem maior superfície e portanto mais receptores para elas) é activado suficientemente e os menores degeneram. Esse folículo maior então produz cada vez mais estrogénio, até que em altas concentrações ocorre conversão do feedback negativo em feedback positivo que leva à excreção em massa de LH e FSH que estimulam o rompimento do folículo e a ovulação.

A administração de doses baixas mas constantes de estrogénio e progesterona inibe a produção de FSH e LH na hipófise, por feedback negativo enquanto todos os folículos são ainda pequenos. A diminuição das concentrações de FSH e LH leva ao não desenvolvimento dos folículos que surgem, já que nenhum deles é suficientemente grande para ter receptores de FSH suficientes para não degenerar.

Entretanto, nem sempre a pílula é eficaz em impedir a ovulação. Quando ela não consegue impedir-la e ocorre a fecundação, forma-se o zigoto, mas a pílula impede a sua nidação através de alterações causadas à espessura do endométrio.[27]

Fármacos usados

editar

Há vários tipos de pílula, cada um com análogos dos estrogénios ou progesteronas em coquetéis diferentes.

Derivados estrogénicos comuns

editar

Derivados da progesterona

editar

Administração

editar

Podem ter um estrogénio e uma progesterona, ou mais recentemente só progesterona (também inibe sozinha a libertação hipofisária de FSH).

Há embalagens monofásicas (sempre mesmas doses e fármacos), bifásicas ou trifásicas (três fases cada uma com doses e/ou fármacos diferentes).

Existem ainda, além das embalagens com pílulas orais (com ou sem pausa de alguns dias), preparações para implantação subcutânea com libertação automática.

A pílula é grátis nos centros de planejamento familiar em Portugal, assim como na maioria dos Postos de Saúde da rede pública no Brasil.

Efeitos contraceptivos

editar

A pílula contraceptiva oral combinada age por três mecanismos importantes:

  1. Inibição da ovulação (principal efeito)
  2. Atrofia do endométrio (impede a implantação do embrião)
  3. Espessamento do muco do colo uterino (impede a entrada dos espermatozoides)

Estes mecanismos são simultâneos e garantem elevada eficácia da pílula quando tomada adequadamente.

A eficácia da pílula é perdida nos seguintes casos:

  • esquecimento de sua ingestão por mais de 12 horas;
  • surgimento de diarreia e/ou vômitos nas primeiras horas de sua ingestão;
  • uso de antibióticos ou medicamentos que são citados na própria bula da pílula.

Em caso de esquecimento de tomada da pílula por mais de 12 horas, deve-se tomar as seguintes medidas para prevenção de gravidez:

  • a) esquecimento na primeira semana da cartela: Se houve relações sexuais na semana anterior, há risco de gravidez. Deve-se procurar um médico. Se não houve relações, deve-se tomar a pilula esquecida assim que se lembrar e usar método de barreira (camisinha) nos próximos 7 dias;
  • b) esquecimento na segunda semana da cartela: Tomar a pílula esquecida assim que se lembrar, não há necessidade de outros procedimentos;
  • c) esquecimento na terceira semana da cartela: Tomar a pílula esquecida assim que se lembrar, continuar a cartela até o fim e não fazer a pausa. Deve-se iniciar a próxima cartela sem interrupção. Ou, pode-se aproveitar o esquecimento da pílula para já fazer a pausa e depois do intervalo correto, iniciar nova cartela. Não há risco de gravidez.

Esses procedimentos são seguros para o esquecimento de uma única pílula. Caso o esquecimento seja de mais pílulas, o risco de gravidez é elevado independente da semana do esquecimento.

A pílula anticoncepcional atua por ação de hormônios que impedem a gravidez por três efeitos expressivos e conjuntos. Porém, como a dosagem hormonal da pílula é bastante baixa, a sua ingestão de forma incorreta leva a uma grande perda de eficácia. Portanto, a pílula é extremamente segura se tomada corretamente e bastante insegura se seu uso for inadequado. A qualidade deste método contraceptivo depende muito da disciplina da usuária.

Efeitos adversos

editar
  • Alterações do humor e comportamento ligeiras.
  • Subida da tensão arterial ligeira.
  • Aumento da hormona tiroxina da tiróide.
  • Aumentam o colesterol e os outros lipídios moderadamente.
  • Maior pigmentação cutânea (escurecimento da pele)
  • Aumento ligeiro da função cardíaca.
  • Por vezes muito ligeiro efeito virilizante (devido à pequena atividade androgénica da progesterona), menos pronunciado nas pílulas de última geração.
  • Aumento de peso
  • Retenção de líquidos
  • Redução da libido[28][29][30]

Raramente:

Cuidados e contraindicações

editar

Os contraceptivos orais podem influenciar a coagulação, aumentando o risco de uma trombose venosa profunda (TVP) e embolia pulmonar, acidente vascular cerebral (AVC) e infarto do miocárdio (ataque cardíaco). Os contraceptivos orais combinados geralmente são contraindicados para mulheres com doença cardiovascular preexistente, mulheres que têm tendência familiar de formar coágulos sanguíneos (como as que tem o hereditário Fator V de Leiden), mulheres com obesidade severa e/ou hipercolesterolemia (alto nível de colesterol) e tabagistas com mais de 35 anos.

As pesquisas sobre a relação entre o risco de câncer de mama com a contracepção hormonal são complexas e aparentemente contraditórias.[31] Pesquisadores também apontam que o uso da pílula aumenta o risco de câncer cervical e de câncer no fígado.[3]

Algumas autoridades médicas afirmam que os potenciais riscos à saúde dos contraceptivos orais são menores do que aqueles da gravidez e nascimento.[32] Algumas organizações argumentaram que a comparação do método contraceptivo com o não-método (a gravidez) não é relevante - ao contrário, a comparação da segurança deve ser feita entre os diferentes métodos de contracepção.[33]

Na terceira idade, o uso da pílula contraceptiva só pode ser feito por orientação médica. A partir dos 40 anos, a produção do ciclo hormonal da mulher começa a diminuir bastante, o que já diminui muito as chances de engravidar. Porém, ainda existe um risco. Como a partir dessa faixa etária, os riscos de acidente vascular cerebral e ataque cardíaco aumentam, o ideal é que a mulher busque outros métodos contraceptivos, como a camisinha.[34]

Não há uma idade precisa para o uso do anticoncepcional, muitas vezes ele é indicado como medicação hormonal e portanto somente um ginecologista pode indicar o seu uso.[35]

Aplicação

editar

Deve ser tomada todos os dias durante 21 dias seguidos por mês, sempre à mesma hora (para a maioria das pílulas o atraso é de 12 horas).

  • Embalagens de 21 comprimidos
Toma-se todos os dias sem parar, interrompe-se 7 dias, inicia-se nova embalagem no 8º dia.
  • Embalagens de 28 comprimidos
Tomar sem parar.

Em que dia se deve começar a tomar a pílula?

Se: Quando?
Nunca tomou 1º dia da menstruação
Está a tomar a embalagem de 21 comprimidos Interrompe-se 7 dias e começa-se nova emb.
Esta a tomar a embalagem de 28 comprimidos Começa-se após o 28º dia da pílula.

Nota: Todas as pílulas trazem folhetos explicativos de como se deve tomar, pode também falar com o enfermeiro do Centro de Saúde. Não esqueça que a pílula não protege contra doenças sexualmente transmissíveis, pelo que o preservativo deve sempre ser usado para prevenção de doenças.

Quando deve consultar um médico

editar

Deve fazer uma primeira consulta, depois um controlo ao fim de 3 meses e, por fim, visitas regulares de 9 em 9 meses. No entanto, se enquanto tiver a tomar a pílula ocorrer as seguintes opções, deve consultar um médico:

  • Ganho de peso repentino, sem que tenha havido mudança na dieta ou no estilo de vida;
  • Dores de cabeça fortes e fora do comum;
  • Dores na barriga da perna ou no tórax;
  • Vômitos ou diarreia persistente
  • Corrimento mamário;
  • Hemorragias vaginais abundantes;
  • Qualquer sintoma que não tenha tido antes de tomar.

Pílula do dia seguinte

editar

Esta pílula é inibidora da ovulação, sendo atualmente impossível afirmar ou infirmar de forma científica, se é também inibidora da fecundação e/ou da implantação.

Deve ser usada da forma prescrita e apenas pontualmente, em situações especiais. A ênfase no uso esporádico se justifica porque a pílula do dia seguinte joga no corpo um nível de hormônios bastante alto, que pode trazer efeitos colaterais, e o uso excessivo diminui sua eficácia e facilita distúrbios hormonais. Mas, na maioria dos casos, e tendo uso correto, a pílula do dia seguinte não traz riscos para a saúde.

A contracepção de emergência é utilizada há cerca de 20 anos em muitos países do mundo e foi considerada segura para a saúde da mulher pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e por muitas outras Agências Mundiais de saúde.

A contracepção de emergência pode ser usada depois de se ter relações sexuais desprotegidas ou quando, por exemplo, o preservativo se rompe, quando houve esquecimento da pílula, ou depois de uma situação complicada como é uma violação ou uma relação sexual não desejada, por forma a evitar uma gravidez. Deve-se tomar o mais cedo possível, após a relação sexual.

A contracepção de emergência está disponível em Portugal, sem receita médica. Se precisar de a utilizar, recorra a um Centro de Atendimento para Jovens, a um Centro de Saúde ou a um Gabinete de Apoio à Sexualidade Juvenil do Instituto Português da Juventude.

Impacto ambiental

editar

Uma mulher que use a pílula excreta em sua urina e fezes estrógenos naturais, estrona (E1), estradiol (E2) e estrógeno sintético, etinilestradiol (EE2).[36] Esses hormônios podem não ser eliminados pelo tratamento de água e passarem para os rios.[37] Outras formas de contracepção, como o adesivo contraceptivo, usam o mesmo estrógeno sintético ( EE2 ) que é encontrado nas pílulas, que também é excretado.[38] Foi observado que essa excreção de hormônios tem o papel de disruptor endócrino nos peixes dos rios, afetando o desenvolvimento sexual e reprodução dos espécimes nas áreas por eles contaminados.[36][39]

Um estudo conduzido em rios britânicos reforçou a hipótese de que a incidência e a severidade de populações de peixe intersexo está significativamente relacionada com as concentrações de E1, E2 e EE2 nos rios.[36]

Uma análise do lodo ativado resultante de estações de tratamento de esgoto encontrou que as taxas de remoção do estrógeno variaram consideravelmente, mas que em média foram de 78% para estrona, 91% para estradiol, e 76% para etinilestradiol. As concentrações de estriol ficaram entre as da estrona e do estradiol, mas o estriol é um disruptor endócrino bem menos potente para os peixes.[40]

Embora a concentração de etinilestradiol seja menor que a de estradiol, a qual é menor que a de estrona, o etinilestradiol é mais potente do que o estradiol, que por sua vez é mais potente do que a estrona, tratando-se da indução de peixes intersexo e da indução da síntese de vitelogenina em peixes masculinos.[41]

Ver também

editar

Notas

  1. Também pílula contracetiva (português europeu) ou pílula contraceptiva (português brasileiro), pílula contracecional (português europeu) ou pílula contracepcional (português brasileiro), pílula anticoncetiva (português europeu) ou pílula anticonceptiva (português brasileiro), pílula anticoncecional (português europeu) ou pílula anticoncepcional (português brasileiro).


Referências

editar
  1. a b c d Trussell, James (2011). «Contraceptive efficacy». In: Hatcher, Robert A.; Trussell, James; Nelson, Anita L.; Cates, Willard Jr.; Kowal, Deborah; Policar, Michael S. (eds.). Contraceptive technology 20th revised ed. New York: Ardent Media. pp. 779–863. ISBN 978-1-59708-004-0. ISSN 0091-9721. OCLC 781956734  Table 26–1 = Table 3–2 Percentage of women experiencing an unintended pregnancy during the first year of typical use and the first year of perfect use of contraception, and the percentage continuing use at the end of the first year. United States.
  2. a b Hannaford PC, Iversen L, Macfarlane TV, Elliott AM, Angus V, Lee AJ (11 de março de 2010). «Mortality among contraceptive pill users: cohort evidence from Royal College of General Practitioners' Oral Contraception Study». BMJ. 340: c927. PMC 2837145 . PMID 20223876. doi:10.1136/bmj.c927 
  3. a b IARC working group (2007). «Combined Estrogen-Progestogen Contraceptives» (PDF). International Agency for Research on Cancer. IARC Monographs on the Evaluation of Carcinogenic Risks to Humans. 91 
  4. Collaborative Group on Hormonal Factors in Breast Cancer (1996). «Breast cancer and hormonal contraceptives: Collaborative reanalysis of individual data on 53 297 women with breast cancer and 100 239 women without breast cancer from 54 epidemiological studies». The Lancet. 347 (9017): 1713–27. PMID 8656904. doi:10.1016/S0140-6736(96)90806-5 
  5. Kemmeren JM, Tanis BC, van den Bosch MA, Bollen EL, Helmerhorst FM, van der Graaf Y, Rosendaal FR, Algra A (2002). «Risk of Arterial Thrombosis in Relation to Oral Contraceptives (RATIO) Study: Oral Contraceptives and the Risk of Ischemic Stroke». Stroke. 33 (5): 1202–8. PMID 11988591. doi:10.1161/01.STR.0000015345.61324.3F 
  6. Baillargeon JP, McClish DK, Essah PA, Nestler JE (2005). «Association between the Current Use of Low-Dose Oral Contraceptives and Cardiovascular Arterial Disease: A Meta-Analysis». Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism. 90 (7): 3863–70. PMID 15814774. doi:10.1210/jc.2004-1958 
  7. Mosher WD, Martinez GM, Chandra A, Abma JC, Willson SJ (2004). «Use of contraception and use of family planning services in the United States: 1982–2002» (PDF). Adv Data (350): 1–36. PMID 15633582  all US women aged 15–44
  8. UN Population Division (2006). World Contraceptive Use 2005 (PDF). New York: United Nations. ISBN 92-1-151418-5  women aged 15–49 married or in consensual union
  9. David Delvin. «Contraception – the contraceptive pill: How many women take it in the UK?» 
  10. Taylor, Tamara; Keyse, Laura; Bryant, Aimee (2006). Contraception and Sexual Health, 2005/06 (PDF). London: Office for National Statistics. ISBN 1-85774-638-4. Consultado em 22 de abril de 2007. Arquivado do original (PDF) em 9 de janeiro de 2007  British women aged 16–49: 24% currently use the Pill (17% use Combined pill, 5% use Minipill, 2% don't know type)
  11. «WHO Model List of EssentialMedicines» (PDF). World Health Organization. Outubro de 2013. Consultado em 22 de abril de 2014 
  12. Harris, Gardiner (3 de maio de 2010). «The Pill Started More Than One Revolution». New York Times. New York Times. Consultado em 21 de setembro de 2015 
  13. Roberts, J.M. (2013). The Penguin History of the World, Sixth Edition. New York: Penguin. 1028 páginas 
  14. Organon (novembro de 2001). «Mercilon SPC (Summary of Product Characteristics». Consultado em 7 de abril de 2007 
  15. Stacey, Dawn. Birth Control Pills. Retrieved July 20, 2009.
  16. «US Patent:Oral contraceptive:Patent 6451778 Issued on September 17, 2002 Estimated Expiration Date: July 2, 2017.». PatentStorm LLC. Consultado em 19 de novembro de 2010. Arquivado do original em 13 de junho de 2011 
  17. Serge Herceberg; Paul Preziosi; Pilar Galan. «Iron deficiency in Europe» (PDF). Public Health Nutrition. 4 (2B): 537–545. Consultado em 19 de novembro de 2010. Arquivado do original (PDF) em 26 de julho de 2011 
  18. Gladwell, Malcolm (10 de março de 2000). «John Rock's Error». The New Yorker. Consultado em 4 de fevereiro de 2009. Cópia arquivada em 11 de maio de 2013 
  19. Mayo Clinic staff. «Birth control pill FAQ: Benefits, risks and choices». Mayo Clinic. Consultado em 1 de fevereiro de 2013 
  20. Pearl R. (1933). «Factors in human fertility and their statistical evaluation». Lancet. 2: 607-611 
  21. Audet MC, Moreau M, Koltun WD, Waldbaum AS, Shangold G, Fisher AC, Creasy GW (2001). «Evaluation of contraceptive efficacy and cycle control of a transdermal contraceptive patch vs an oral contraceptive: a randomized controlled trial». JAMA. 285 (18): 2347-54. PMID 11343482. Consultado em 22 de abril de 2007. Arquivado do original (Slides of comparative efficacy]) em 26 de março de 2007 
  22. Guttmacher Institute. «Contraceptive Use». Facts in Brief. Guttmacher Institute. Consultado em 10 de maio de 2005. Arquivado do original em 25 de maio de 2005  - see table First-Year Contraceptive Failure Rates
  23. a b Speroff, Leon; Darney, Philip D. (2005). «Oral Contraception». A Clinical Guide for Contraception 4th ed. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins. pp. 21–138. ISBN 0-7817-6488-2 
  24. FFPRHC (2007). «Clinical Guidance: First Prescription of Combined Oral Contraception» (PDF). Consultado em 26 de junho de 2007. Arquivado do original (PDF) em 4 de julho de 2007 
  25. Edelman A, Micks E, Gallo MF, Jensen JT, Grimes DA (29 de julho de 2014). «Continuous or extended cycle vs. cyclic use of combined hormonal contraceptives for contraception.». The Cochrane database of systematic reviews. 7: CD004695. PMID 25072731. doi:10.1002/14651858.CD004695.pub3 
  26. «WebMed» (em inglês). What to Do About Missed or Skipped Birth Control Pills - Topic Overview. Consultado em 21 de setembro de 2016 
  27. «FAQ: The Pill – How it works and fails.». Pharmacists for Life International 
  28. Pílula anticoncepcional pode alterar a libido, alerta especialista Arquivado em 1 de março de 2009, no Wayback Machine. Abril.com
  29. GASPARIN, Gabriela Anticoncepcionais podem reduzir libido; mudar pílula soluciona problema Folha Online
  30. Pílulas anticoncepcionais podem causar queda da libido em algumas mulheres UOL News
  31. FPA (abril de 2005). «The combined pill - Are there any risks?». Family Planning Association (UK). Consultado em 8 de janeiro de 2007. Cópia arquivada em 8 de fevereiro de 2007 
  32. Crooks, Robert L. and Karla Baur (2005). Our Sexuality. Belmont, CA: Thomson Wadsworth. ISBN 0-534-65176-3 
  33. Holck, Susan. «Contraceptive Safety». Special Challenges in Third World Women's Health. 1989 Annual Meeting of the American Public Health Association. Consultado em 7 de outubro de 2006 
  34. «Posso utilizar pílulas contraceptiva na terceira idade?». www.euroclinix.net. Consultado em 29 de agosto de 2018 
  35. «Pílula anticoncepcional: Existe uma idade certa para começar a usar?». Só Delas (em inglês) 
  36. a b c Williams RJ, Johnson AC, Smith JJ, Kanda R; Johnson; Smith; Kanda (2003). «Steroid estrogens profiles along river stretches arising from sewage treatment works discharges». Environ Sci Technol. 37 (9): 1744–50. PMID 12775044. doi:10.1021/es0202107 
  37. A.T. (janeiro–fevereiro de 2003). «Not Quite Worry-Free». Environment. 45 (1): 6–7. doi:10.1080/00139150309604545 
  38. Batt, Sharon (primavera de 2005). «Pouring Drugs Down the Drain» (PDF). Herizons. 18 (4): 12–3. Consultado em 10 de novembro de 2014. Arquivado do original (PDF) em 15 de março de 2012 
  39. Zeilinger J, Steger-Hartmann T, Maser E, Goller S, Vonk R, Länge R; Steger-Hartmann; Maser; Goller; Vonk; Länge (dezembro de 2009). «Effects of synthetic gestagens on fish reproduction». Environ. Toxicol. Chem. 28 (12): 2663–70. PMID 19469587. doi:10.1897/08-485.1 
  40. Johnson AC, Williams RJ, Simpson P, Kanda R; Williams; Simpson; Kanda (2007). «What difference might sewage treatment performance make to endocrine disruption in rivers?». Environ Pollut. 147 (1): 194–202. PMID 17030080. doi:10.1016/j.envpol.2006.08.032 
  41. Johnson AC, Williams RJ; Williams (2004). «A model to estimate influent and effluent concentrations of estradiol, estrone, and ethinylestradiol at sewage treatment works». Environ Sci Technol. 38 (13): 3649–58. PMID 15296317. doi:10.1021/es035342u