Públio Fúrio Filo
Públio Fúrio Filo (m. 213 a.C.; em latim: Publius Furius Philus) foi um político da gente Fúria da República Romana eleito cônsul em 223 a.C. com Caio Flamínio Nepos.
Públio Fúrio Filo | |
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Cônsul da República Romana | |
Consulado | 223 a.C. |
Morte | 213 a.C.[1] |
Família
editarEra membro da antiga gente Fúria. O ramo dos "Fúrios Filos" ("Furii Fili"), ao qual pertencia, não havia ocupado nenhum cargo público antes de Públio. Seu pai, Espúrio, e seu avô, Marco, são conhecidos apenas pelo nome. Teve um filho, também chamado Públio.[2]
Consulado (223 a.C.)
editarFoi eleito cônsul com Caio Flamínio Nepos em 223 a.C.[1] Já no terceiro ano da guerra contra os gauleses da Gália Cisalpina, estavam em curso as campanhas contra os anários e ínsubres. Os dois cônsules estavam marchando com suas legiões para o norte da Itália, mas o Senado lhes enviou uma carta informando-lhes que sua eleição havia sido invalidada por conta de uma interpretação dos auspícios. Os cônsules, ocupados com os preparativos para a luta contra os ínsubres perto do Adda, só conseguiram avaliar o conteúdo da carta depois de terminada a batalha.[2] Os dois retornaram para Roma, onde o povo, apesar da relutância do Senado, lhes concedeu um triunfo sobre os gauleses e ligúrios.[3]
Segunda Guerra Púnica
editarPretor (216 a.C.)
editarFúrio foi eleito pretor peregrino juntamente com Mânio Pompônio Matão em 216 a.C., o terceiro ano da Segunda Guerra Púnica. Depois da desastrosa derrota na Batalha de Canas, os dois incitaram o Senado a adotar medidas defensivas para proteger a cidade. Pouco tempo depois, Marco Cláudio Marcelo lhes entregou a frota na qual embarcou para a África, mas, gravemente ferido em uma operação militar, foi obrigado a retornar a Lilibeia (moderna Marsala, na Sicília).[4][2]
Censor (214 a.C.) e morte
editarEm 214 a.C., foi eleito censor com Marco Atílio Régulo,[5] mas morreu no ano seguinte, pouco antes do "Lustratio". Os dois castigaram severamente todos os que haviam fracassado em seu dever para com a República durante as catástrofes pelas quais Roma vinha passando nos últimos anos. Todos os que haviam feito parte do projeto de abandonar a Itália depois do desastre da Batalha de Canas, todos os que haviam sido feito prisioneiros por Aníbal e que vieram como embaixadores até Roma com a promessa de regressar ao acampamento cartaginês e não cumpriram sua palavra, foram degradados à condição de aerarius. No ano seguinte, com o início do mandato dos novos tribunos da plebe, Régulo foi acusado em público, assim como Filo, por Lúcio Cecílio Metelo, um dos penalizados no ano anterior.[6]
A intervenção dos outros tribunos impediu os censores de se defenderem durante o mandato, que durava cinco anos (lustrum). A morte prematura de Filo interrompeu o mandato, pois, como era costume, Régulo renunciou em respeito à morte do colega.[7]
Ver também
editarCônsul da República Romana | ||
Precedido por: Tito Mânlio Torquato II com Quinto Fúlvio Flaco II |
Caio Flamínio Nepos 223 a.C. |
Sucedido por: Cneu Cornélio Cipião Calvo |
Referências
- ↑ a b c Lívio, Ab Urbe Condita XXV, 2.1.
- ↑ a b c d Smith
- ↑ Fastos Triunfais
- ↑ Lívio, Ab Urbe Condita XXII, 35, 57; XXIII, 21.
- ↑ Lívio, Ab Urbe Condita XXIV, 11.6.
- ↑ Lívio, Ab Urbe Condita XXIV, 43.2-3.
- ↑ Lívio, Ab Urbe Condita XXIV, 43.4.
- ↑ Lívio, Ab Urbe Condita XXIV, 11, 18, 43}}.
- ↑ Valério Máximo, Factorum ac dictorum memorabilium libri IX, II. 9. § 8.
Bibliografia
editar- Broughton, T. Robert S. (1951). «XV». The Magistrates of the Roman Republic. Volume I, 509 B.C. - 100 B.C. (em inglês). I. Nova Iorque: The American Philological Association. 578 páginas
- Este artigo contém texto do artigo «P.Furius Phikus» do Dictionary of Greek and Roman Biography and Mythology (em domínio público), de William Smith (1870).