Palacete Doglioni
O Palacete Doglioni, igualmente conhecido como Palacete Cúmano ou Cúmane, é um edifício histórico na cidade de Faro, na região do Algarve, em Portugal. Foi classificado como Imóvel de Interesse Público.[1]
Palacete Doglioni | |
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Fachada principal do Palacete Doglioni, em 2008. | |
Informações gerais | |
Nomes alternativos | Palacete Cúmano |
Património Nacional | |
Classificação | Imóvel de Interesse Público |
Ano | 2002 |
DGPC | 156445 |
SIPA | 4536 |
Geografia | |
País | Portugal |
Coordenadas |
Descrição
editarO imóvel tem uma planta de forma aproximadamente rectangular, formando totalmente um quarteirão, com a fachada principal para a Rua Lethes.[2]Também tem frentes para Travessa do Lethes, o Largo do Terreiro do Bispo[3] e a Rua Baptista Lopes.[4]
O edifício é quase totalmente composto por dois pisos, tendo algumas partes com terceiro piso.[2] Por exemplo, na fachada principal, organizada de forma simétrica, o corpo central tem três pisos.[2] Várias janelas no edifício são de sacada, com balcões e guardas em ferro, sendo as molduras dos vãos num estilo comum do século XIX.[2]
História
editarO Palacete foi provavelmente construído na segunda metade do século XVIII,[1] tendo sido adquirido pelo médico italiano Lázaro Doglioni nos princípios do século XIX, para lhe servir de habitação.[2] Neste sentido, foi alvo de grandes obras,[3] tendo o corpo central sido reconstruído.[2] Em 1920, voltaram a ser feitas obras no palacete, por iniciativa de um novo proprietário, João António Júdice Fialho, tendo sido modificados os vãos no piso térreo, na fachada principal,.[2] Em 1964, foi ocupado pela Escola de Hotelaria e Turismo de Faro,[1] que abandonou o edifício na Década de 1990, agravando o processo de deterioração que já se fazia sentir há alguns anos.[5]
O edifício foi classificado como Imóvel de Interesse Público pelo Decreto n.º 5/2002, de 19 de Fevereiro.[6] Em meados da década de 2000, foram realizadas grandes obras de recuperação, por iniciativa da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve.[3] O edifício foi comprado pelo estado a particulares, pelo valor de 500 mil Euros, enquanto que os tranalhos de requalificação, concluídos em 2008, custaram cerca de dois milhões de Euros.[5] Este processo foi considerado como um bom exemplo de restauro do património edificado na região.[5] Após as obras, o edifício passou a ser ocupado pela divisão de Ordenamento do Território da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve, que antes estava espalhada por vários apartamentos alugados na cidade.[5] Assim, os serviços de Ordenamento do Território foram colocados no primeiro andar, enquanto que no piso térreo foi instalado um espaço de informação ao público.[5] Parte do edifício também foi aproveitado para uma galeria de arte, que foi inaugurada em 15 de Dezembro de 2008, com a exposição fotográfica Andalusíadas, de António Perez, sobre as regiões da Andaluzia, Algarve e Alentejo.[5]
Em 2016, a Câmara Municipal de Faro estava interessada em reutilizar o Palacete Doglioni, que na altura ainda estava sob a gestão da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve, como parte de um programa da autarquia para adquirir e reaproveitar vários edificios históricos da cidade, com fins culturais e turísticos.[7] Segundo Paulo Santos, vice-presidente da Câmara Municipal, o palacete era «um espaço muito importante para história da cidade e poderia ter uma utilidade diferente».[7]
Ver também
editarReferências
- ↑ a b c LAMEIRA, Francisco (1996). «Palacete Doglioni / Palacete Cúmane / Palacete Cúmano». Sistema de Informação para o Património Arquitectónico. Direcção Geral do Património Cultural. Consultado em 16 de Novembro de 2020
- ↑ a b c d e f g «Palacete Doglioni / Palacete Cúmano». Câmara Municipal de Faro. Consultado em 15 de Novembro de 2020
- ↑ a b c FERNANDES e JANEIRO, 2005:65
- ↑ «Palacete Doglioni». Património Cultural. Direcção Geral do Património Cultural. Consultado em 15 de Novembro de 2020
- ↑ a b c d e f REVEZ, Idálio (15 de Dezembro de 2008). «Palacete Doglioni é bom exemplo de recuperação patrimonial em Faro». Público. Consultado em 15 de Novembro de 2020
- ↑ PORTUGAL. Decreto n.º 5/2002, de 19 de Fevereiro. Ministério da Cultura. Publicado no Dário da República n.º 42, Série I-B, de 19 de Fevereiro de 2002.
- ↑ a b PIRES, Bruno Filipe (24 de Setembro de 2016). «Câmara de Faro quer anexar espaços para cultura e turismo». Barlavento. Consultado em 15 de Novembro de 2020
Bibliografia
editar- FERNANDES, José Manuel; JANEIRO, Ana (Dezembro de 2005). Arquitectura no Algarve: Dos primórdios à actualidade, uma leitura de síntese (PDF). Faro: Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve. ISBN 972-643-138-7
Leitura recomendada
editar- Lameira, Francisco I. C. (1995). Faro: Edificações Notáveis. Faro: Câmara Municipal de Faro. 89 páginas
Ligações externas
editar- Palacete Doglioni na base de dados SIPA da Direção-Geral do Património Cultural
- Palacete Doglioni na base de dados Ulysses da Direção-Geral do Património Cultural
- «Página sobre o Palacete Doglioni, no sítio electrónico Wikimapia»