Parada (Almeida)
Parada é uma povoação portuguesa do Município de Almeida, Distrito da Guarda, que foi sede da extinta Freguesia de Parada, freguesia que tinha 12,6 km² de área e 114 habitantes (2011) e, por isso, uma densidade populacional de 9 hab/km².
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Freguesia portuguesa extinta | ||||
Símbolos | ||||
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Localização | ||||
Localização de Parada em | ||||
Mapa de Parada | ||||
Coordenadas | 40° 32′ 23″ N, 7° 02′ 16″ O | |||
Município primitivo | Almeida | |||
Município (s) atual (is) | Almeida | |||
Freguesia (s) atual (is) | Amoreira, Parada e Cabreira | |||
História | ||||
Extinção | 2013 | |||
Características geográficas | ||||
Área total | 12,78 km² | |||
População total (2011) | 114 hab. | |||
Densidade | 8,9 hab./km² | |||
Outras informações | ||||
Orago | S. Domingos |
A Freguesia de Parada foi extinta em 2013, no âmbito de uma reforma administrativa nacional, tendo sido agregada às freguesias de Amoreira e Cabreira, para formar uma nova freguesia denominada União das Freguesias de Amoreira, Parada e Cabreira com sede em Amoreira.[1]
A Freguesia de Parada era constituída por duas povoações, a sede da freguesia e Pailobo.[2]
Parada dista cerca de 28Km da sede do município e cerca de 4Km da estação da CP da Cerdeira.
Está situada na margem direita da ribeira de Noeime e a uma altitude média de 800 metros, confinando com o Município da Guarda.
População
editar★ Nos anos de 1864 a 1890 figura no concelho de Sabugal. Passou para o actual concelho (município na designação atual) por decreto de 12 de julho de 1895
Totais e grupos etários [3] | |||||||||||||||
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1864 | 1878 | 1890 | 1900 | 1911 | 1920 | 1930 | 1940 | 1950 | 1960 | 1970 | 1981 | 1991 | 2001 | 2011 | |
536 | 592 | 720 | 701 | 751 | 652 | 608 | 647 | 611 | 492 | 349 | 241 | 231 | 158 | 114 | |
i) | 11 | 3 | |||||||||||||
ii) | 27 | 6 | |||||||||||||
iii) | 64 | 55 | |||||||||||||
iv) | 56 | 50 |
i) 0 aos 14 anos; ii) 15 aos 24 anos; iii) 25 aos 64 anos; iv) 65 e mais anos
História
editarO seu orago é S. Domingos, celebrado anualmente na localidade. Domingos, fundador da Ordem dos Pregadores, nasceu em Calaruega em 1170 e morreu em Bolonha, em 1221. Com 26 anos tornou-se um dos cónegos reguladores que formou o capítulo da catedral de Osma. Em 1206, deu-se o ponto de viragem da sua vida, quando o seu bispo, Diego, se tornou o líder oficioso de uma missão papal enviada aos Albigenses heréticos que se tinham estabelecido firmemente no Languedoc. O bispo escolheu Domingos como companheiro; viveram na simplicidade e na pobreza e levaram a cabo grandes discussões com os seus oponentes. Depois da morte do bispo Diego, em finais de 1207, seguiram-se cinco anos de uma sangrenta guerra civil, massacres e selvajarias, durante os quais Domingos e os seus poucos seguidores perseveravam na sua missão de conversão dos Albigenses. Em 1215, Domingos pôde estabelecer o seu quartel-general em Toulouse e a ideia de uma ordem de pregadores começou a tomar forma, sendo a empresa formalmente aprovada em Roma em 1216. Ele mesmo fundou mosteiros em Bolonha e por toda a Itália, e deu sempre uma especial atenção e importância à ajuda das muiheres na sua obra. A ordem que fundou foi um factor formativo na vida religiosa e intelectual na Europa medieval.
Recuam a épocas imemoriais as origens das terras que formam esta freguesia, como o atestam as sepulturas escavadas na rocha, existentes em Pailobo, e os lagares talhados na pedra, provavelmente dos tempos da romanização, como a própria toponímia também parece recuar. Assim, o topónimo “Parada” estará relacionado com o local onde as caravanas dos romanos faziam ”parada”, no sentido de “local de descanso num percurso íngreme ou acidentado”. Existe em formas simples e compostas, como Parada de Cunhos, Parada de Gonta (do antropónimo germânico Gunta), etc.
Não muito longe, em Miuzela, passava a via romana que atravessava a Serra de Mesas e junto ao Côa se dividia em dois ramos laterais: o da ponte de Sequeiros e o do Jardo. Arqueologicamente notável foi o achado de uma tampa de sepultura quando se procedia à preparação de um terreno para a plantação de um pomar. A referida tampa apresenta uma inscrição funerária em latim que traduzida diz: “Aqui jaz Talabo, filho de Cenão”. Apareceram outros materiais de natureza diversa e o bloco granítico que servia de suporte à epígrafe estava assente sobre uns muretes de tijoleira, destruídos na altura.
Em 1758 era Tenente de Cavalaria, na Praça de Almeida, Manuel Vieira, natural de Parada, conforme informa o pároco de nas "Memórias Paroquiais de 1758". O mesmo pároco, além de referir as produções da terra (centeio, trigo, cevada e vinho) e a localização geográfica da aldeia, faz essencialmente referências ao património religioso nela edificado.
Parada foi um curato da apresentação do abade de Santa Maria, da Vila de Castelo Mendo, a cujo termo e concelho pertencia. Aquando da extinção do concelho de Castelo Mendo, em 24 de Outubro de 1855, a freguesia foi então anexada ao concelho de Sabugal, no qual se manteve até 12 de Julho de 1895, passando então ao de Almeida.
Actualmente, a agro-pecuária é praticada na localidade, apesar de estar a ser lentamente substituída por actividades de diferentes sectores, como é o caso da construção civil, da carpintaria e do pequeno comércio.
Hoje fazem parte do conjunto patrimonial de mais valia da povoação: as capelas de Santo António, do Senhor do Calvário e de Santo Amaro. As sepulturas cavadas na rocha, os cruzeiros espalhados pelos vários lugares pertencentes à freguesia, a Fonte da Senhora dos Remédios, o calvário, as casas típicas e os lagares. Mas é o seu Centro Histórico aquele que é de relevante interesse, destacando-se o Largo da Igreja com construções em pedra, a Igreja de S. Domingos - construção barroca com campanário de período anterior -, uma pequena capela e a casa da família Fernandes. Outro atractivo turístico desta terra é a zona do Barroco da Arbitureira. Mas Parada regista um surpreendente número de barrocos (Guincho, Pera Gorda, Estaca, Mesinha e Lapa Escura), rochedos de grandes dimensões, que os habitantes utilizavam para se esconder dos franceses, na época destas invasões.
Património
editar- Património Edificado:
- Casa abastada do Adro da Igreja – Urbana / finais do Séc. XVIII
- Património Religioso:
- Igreja Matriz – Urbano / Finais do século XVIII / XIX (características Tardo-Barrocas)
- Campanário – Urbano / século XVIII / XIX (Conjectural)
- Capela de St.º António - Urbano / século XVIII
- Capela do Sr. do Calvário - Urbano / século XVIII
- Capela de St.º Antão em Pailobo - Urbano / século XVIII
- Calvário – Periurbano / século XVIII / XIX (Conjectural)
- Património Arqueológico e Etnográfico:
- Sepulturas Antropomórficas cavadas na Rocha em Pailobo no sítio da Fonte Madeiro – Rural / Medieval (Conjectural)
- Tampa de Sepultura com inscrição funerária – Urbana (descontextualizada) / Período Romano
- Património Natural e Lazer:
- Paisagem na zona do Barroco da Arbitureira em Pailobo
- Barroco do Guincho, Barroco Pera gorda, Barroco da estaca, Barroco da mesinha, Barroco da lapa escura.
Tradições
editarFestas e Romarias:
Santo António(Agosto) S. Sebastião(Agosto) Festa das Roscas(25 e 26 de Dezembro) Festa de Santo Antão(17 de Janeiro)
Gastronomia
editar- Jeropiga
- Borrego assado
- Enchidos
- Doce de Abóbora
Artesanato
editar- Colchas em linho
Referências
- ↑ Diário da República, 1.ª Série, n.º 19, Lei n.º 11-A/2013 de 28 de janeiro (Reorganização administrativa do território das freguesias). Acedido a 2 de fevereiro de 2013.
- ↑ «www.cm-almeida.pt/tudosobrealmeida/freguesias/Paginas/default.aspx». www.cm-almeida.pt. Consultado em 14 de agosto de 2017. Arquivado do original em 15 de agosto de 2017
- ↑ Instituto Nacional de Estatística (Recenseamentos Gerais da População) - https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes
Fontes: http://www.cm-almeida.pt/Parada/Paginas/default.aspx
Ligações externas
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