Parque Nacional dos Campos Amazônicos

Parque Nacional dos Campos Amazônicos está localizado em Barcelos, Colniza, Machadinho d'Oeste, Manicoré, Novo Aripuanã, nos estados de Amazonas, Mato Grosso, Rondônia

O Parque Nacional dos Campos Amazônicos é um parque nacional brasileiro localizado no Amazonas e Rondônia. Protege encraves de Cerrado na floresta Amazônica.[1] Mesmo não sendo totalmente implementado, já apresenta intensa visitação.

Parque Nacional dos Campos Amazônicos
Localização  Amazonas
 Rondônia,  Brasil
Localidade mais próxima Nova Aripuanã, Manicoré
Dados
Área &0000000000961317.770000961 317,77 hectares (9 613,2 km2)
Criação 21 de junho de 2006 (18 anos)
Gestão ICMBio
Coordenadas 8° 34' 41" S 61° 50' 28" O
Parque Nacional dos Campos Amazônicos está localizado em: Brasil
Parque Nacional dos Campos Amazônicos
imagem do Parque Nacional dos Campos Amazônicos

Localização

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O Parque Nacional dos Campos Amazônicos abrange partes dos municípios de Novo Aripuanã (66,69%), Manicoré (14,73%) e Humaitá (5,01%) no Amazonas, Machadinho d'Oeste (12,91%) em Rondônia e Colniza (0,38%) em Mato Grosso.[2] Possui uma área de 961,377.77 hectares.[3] O parque fica ao sul da Rodovia Transamazônica (BR-230), no Amazonas.[4] Faz fronteira ao sul com o Parque Estadual de Tucumã, no Mato Grosso, e com a Floresta Estadual de Manicoré e Reserva Extrativista de Guariba, no Amazonas.[5]

O rio Roosevelt atravessa o parque de sul a norte. O Rio Jiparaná (Rio Machado) forma o limite sul do parque em Rondônia.[4] O terreno é geralmente plano, com alguns trechos suavemente ondulados. Está repleto de rios lentos e sinuosos. Contém partes das bacias dos rios Machado e Roosevelt, e contém as cabeceiras dos rios Marmelos e Manicoré.[6]

Ambiente

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O Parque Nacional dos Campos Amazônicos está no bioma Amazônia.[3] A precipitação média anual é de 2 300 milímetros. As temperaturas variam de 12 a 32 °C com uma média de 27 °C.[6] O parque abriga um importante enclave de cerrado incluindo campos, campos sujos e cerradão nas áreas de contato com a floresta, e mata de galeria nas áreas úmidas. Ele também contém floresta tropical densa típica da Amazônia e floresta aberta.[6] A cobertura é de 18% de floresta tropical aberta, 42% de floresta tropical densa, 12% de contato savana-floresta tropical e 28% de contato savana-formação pioneira.[7]

Poucos estudos detalhados de flora e fauna foram realizados. O sagui Manicore (Mico manicorensis) foi descoberto na floresta.[6] Os enclaves de savana são vistos pelos biólogos como importantes para a compreensão da dinâmica evolutiva da biota amazônica. Existe uma grande diversidade de aves. A floresta pode fornecer um terreno fértil para várias espécies de peixes comercialmente importantes. Foram observados grupos mistos de macacos-lanudos e saquês-de-nariz-branco (Chiropotes albinasus), ocorrência incomum na Amazônia.[2]

História

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O Parque Nacional dos Campos Amazônicos foi criado por decreto de 21 de junho de 2006 com uma área de cerca de 873 570 hectares para proteger a diversidade biológica e os processos ecológicos na região entre os rios Machado, Branco, Roosevelt e Guaribas. Parte do rio Roosevelt foi excluída do parque, mas estava dentro de sua zona tampão. Se outra parte da zona tampão for excluída, a área real do parque seria de cerca de 823 mil hectares. Os assentados em áreas criadas pelo INCRA sob a lei de 15 de setembro de 1965 deveriam receber indenização. Uma portaria de 16 de junho de 2011 aprovou o plano de manejo, com a zona tampão a ser estabelecida posteriormente.[2]

A Lei 12.678, de 25 de junho de 2012, alterou os limites dos parques nacionais da Amazônia, Campos Amazônicos e Mapinguari, das florestas nacionais de Itaituba I, Itaituba II e Crepori e da Área de Proteção Ambiental do Tapajós. Todos estes foram reduzidos em tamanho, exceto os Campos Amazônicos, que foram aumentados em 133 mil hectares, incluindo terras adicionadas e removidas. As terras excluídas também passaram a englobar a área a ser inundada pela Barragem de Tabajara para geração de energia hidrelétrica. Os terrenos excluídos na zona norte do parque serviriam para regularizar a ocupação de terras públicas e servir de local para movimentação de pessoas deslocadas pela nova área agregada ao parque. As atividades de mineração foram autorizadas na zona tampão.[2]

Um conselho consultivo foi criado em 21 de novembro de 2012. O plano de manejo foi aprovado em 15 de maio de 2016.[2]

Conservação

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O Parque Nacional dos Campos Amazônicos é administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).[3] O parque é classificado como área protegida da IUCN categoria II (parque nacional). O objetivo é preservar um ecossistema natural de grande relevância ecológica e beleza paisagística, e apoiar a investigação científica, a educação e interpretação ambiental, a recreação ao ar livre e o ecoturismo. Especificamente protege o principal enclave de cerrado da Amazônia e contém o avanço da fronteira agrícola nesta região. O parque abriga grande biodiversidade e espécies endêmicas.[6] As espécies protegidas incluem Leopardus tigrinus, Leopardus wiedii, Panthera onca e Pteronura brasiliensis.[3]

O parque faz parte de um corredor ecológico, que inclui o Parque Indígena do Xingu no Mato Grosso e Pará, o Mosaico Terra do Meio no Pará, o Parque Nacional do Juruena no Amazonas e Mato Grosso, o Mosaico Apuí no Amazonas e depois o Parque Nacional dos Campos Amazônicos.[8] O corredor pretende conter a expansão agrícola na região central da Amazônia e o desmatamento da floresta tropical.[9] O parque é apoiado pelo Programa Áreas Protegidas da Amazônia.[10] O parque corre o risco de ser prejudicado pela expansão da fronteira agrícola, com grilagem e queimadas, acessadas pela Rodovia Transamazônica, Rodovia do Estanho e colonos do norte de Mato Grosso.[2]

Referências

Bibliografia

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