Parque Natural Municipal da Prainha

O Parque Natural Municipal da Prainha, popularmente conhecido como Parque da Prainha, é um parque público que está sobreposto à áreas de preservação ambiental da Prainha, de Grumari e da Pedra Branca e sobreposto ao Parque Estadual da Pedra Branca. O parque foi criado em 1999, com 147 hectares, localizado no bairro do Recreio dos Bandeirantes, na cidade do Rio de Janeiro, Brasil.[1][2][3]

Parque Natural Municipal da Prainha
Parque Natural Municipal da Prainha
Vista da Trilha da Pedra dos Cabritos
Localização
País  Brasil
Cidade Rio de Janeiro
Bairro Recreio dos Bandeirantes
Dados
Área 147 ha
Criação 25 de março de 1999 (25 anos)
Gestão Secretaria Municipal de Meio Ambiente do Rio de Janeiro
Coordenadas 23° 2' 25.098" S 43° 30' 19.008" O

A gestão do parque é feita pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMAC).[4]

História

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No século XVII, a região da Prainha fazia parte da Fazenda Camorim, Vargem Pequena e Vargem Grande, de propriedade de Vitória de Sá e Benevides, neta de Salvador Correia de Sá. Com seu falecimento, as terras, sob testamento, foram doadas ao Mosteiro de São Bento, que vendeu as terras para o Engenho Central de Jacarepaguá. Em 1891, para saldar dívidas, as terras foram passadas para o Banco de Crédito Móvel, que desmembrou a propriedade.[4]

Em 1970, construíram a Avenida Estado da Guanabara, facilitando o acesso a região da Prainha.[4]

No ano de 1989, as terras já de propriedade da família Drault Emany, havia acordado um projeto, com a Construtora Santa Isabel, para a construção de um condomínio residencial e hoteleiro na região da Prainha. Surfistas e frequentadores da praia, organizaram manifestações contra a construção e pedindo a proteção ambiental da região.[4][5]

No ano de 1993, a Prefeitura do Rio de Janeiro iniciou as negociações com a família Drault Ernany. No dia 11 de janeiro de 1990, sob a Lei Municipal nº 1.534, foi criada a APA da Prainha, com 166 hectares. E, no ano de 1999, o processo de transferências das terras para o município foram finalizados, e o parque foi criado sob o Decreto Municipal de nº 17.426, na data de 25 de março de 1999.[3][4][5]

No dia 15 de setembro de 2001, foi inaugurado o parque, pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente.[5]

Ecossistema

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A vegetação é característica do bioma de Mata Atlântica e de costas rochosas, restinga e alagados, e está inserida no domínio da Floresta Ombrófila Densa Submontana. Foram registradas aproximadamente 250 espécies vegetais, entre elas, orquídeas, bromélias, pau ferro, carrapateira, figueiras, pau-jacaré, pau-d’alho, cedrinho, embaúba, entre outras. Também há presença de espécies em ameaçadas de extinção como a maçaranduba e o pau-brasil. Há a presença de espécies introduzidas como bananeira, capim-colonião e capoeira. E próximo a entrada do parque foram introduzidas fruta-pão, amendoeira, casuarina e jaqueira.[1][4][5][6][7]

A fauna é bem variada, com presença de aves como os periquitos, colibris, corujas, rolinhas, bem-te-vis, tiês-sangue, saíras, juritís, garrinchão, e espécies em ameaça de extinção como os gaviões e as maitacas. Podemos encontrar répteis como a jararaca, jararacuçu, cobra-cipó, caninana, jabuti de cabeça vermelha e a tartaruga verde, símbolo do Parque da Prainha. Entre os mamíferos encontramos bicho preguiça, morcegos, gato-do-mato, cachorro-do-mato, mão pelada, gambá, cuícas, mico estrela, coelho do mato, pacas e roedores.[1][4][5][6]

O parque está inserido em uma região de clima tropical, com temperatura média anual de 24°C. A média anual de precipitação fica entre 1.001 milímetros e 1.200 milímetros nas áreas mais baixas, e 1.201 milímetros a 1.400 milímetros nas regiões mais elevadas. A incidência solar anual fica entre 1.800 horas e 2.000 horas.[7]

Geologia

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Os morros que limitam o parque são formados por gnaisses da Unidade Rio Negro, granitos da Unidade Rochas Graníticas e depósitos recentes da Unidade Sedimentos Quaternários. Argissolos de categoria PVAe5 são predominantes na região. Apresenta argissolos com textura média, dos tipos vermelho-amarelo eutrófico câmbico ou típico e amarelo eutrófico saprolítico ou abrúptico. Apresenta, também, neossolos quartzarênico de categoria RQg. O solo possui característica saprolítico em relevo forte ondulado, devido à erosão.[7]

Geografia

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O Parque da Prainha é limitado pelo Morro da Pedra dos Cabritos, Morro Boa Vista e Morro do Caeté, possuindo um formato de anfiteatro. As altitudes do parque variam de zero a 435 metros acima do nível do mar, com área predominante acima dos 100 metros de altitude e com menor área até 30 metros de altitude.[7]

Turismo

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O parque está aberto à visitação de terça a domingo, com horário restrito e entrada gratuita. O acesso é feito pela Avenida Estado da Guanabara, beirando a orla. Não há transporte público na região, mas pode chegar de transporte particular, bicicleta ou a pé. No verão, há controle de número de carros na região e risco de reboque caso estacione em local proibido.[1][2][5]

Infraestrutura

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O parque possui um centro de visitantes, o Museu do Surf, auditório, sala de exposições na sede do parque. Na área de entrada há playground, duchas e banheiros públicos, e estacionamento na área externa. A vigilância é feita pelos guardas do Grupamento de Defesa Ambiental. A região não possui iluminação pública e energia elétrica. A sede utiliza energia solar.[2][4][5]

Trilhas

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A Trilha Circular é de nível fácil, possui 500 metros de extensão e circunda a Zona de Uso do parque. O acesso a Trilha do Caeté se dá através da Trilha Circular. [4]

A Trilha do Caeté é de nível fácil com leve inclinação, possui cerca de 800 metros de extensão até o mirante do Caeté e é bem sinalizada. No mirante há uma plataforma de madeira e tem a visão da praia do Recreio, da praia da Barra e da Pedra da Gávea.[5][8]

A Trilha da Pedra dos Cabritos é de nível moderado com inclinação acentuada. É considerada uma trilha não oficial e seu acesso se dá fora da Zona de Uso do parque, e explora a Pedra dos Cabritos até chegar em seu topo, que tem de um lado a visão para a Praia de Grumari, Praia Funda, Praia do Meio, Praia do Perigoso e a Restinga da Marambaia, e do outro, a visão da Prainha, praia do Recreio e Pedra da Gávea.[4]

Referências

  1. a b c d «Parque Natural Municipal da Prainha». Riotur. Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro. Consultado em 15 de setembro de 2022 
  2. a b c Machado, Sandra (22 de julho de 2013). «Grumari como área de reserva ambiental». MultiRio. Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro. Consultado em 16 de setembro de 2022 
  3. a b Bezerra, Bruna Lobo de Mattos; Lira, Paula Koeler (2020). Unidades de Conservação cariocas. Oecologia Australis (4). Departamento de Biologia. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.
  4. a b c d e f g h i j Barbosa, Gustavo Maia de Sá (2008). «Metodologias de avaliação de capacidade de carga e manejo de visitantes no planejamento turístico de áreas protegidas: aplicação no Parque Natural Municipal da Prainha - RJ». Universidade Federal Fluminense. Consultado em 16 de setembro de 2022 
  5. a b c d e f g h «Parque da Prainha, um paraíso ambiental». Jornal da Barra. 6 de abril de 2017. Consultado em 15 de setembro de 2022 
  6. a b Pinto, Ana Carolina Duarte da Costa (29 de agosto de 2008). «Comunidade de quirópteros (Mammalia, Chiroptera) do Parque Natural Municipal da Prainha, Rio de Janeiro, RJ, Brasil». Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Consultado em 16 de setembro de 2022 
  7. a b c d Costa, Nadja Maria Castilho da; Costa, Vivian Castilho da; Mello, Flávio Augusto Pereira. (2013). Planejamento e manejo de trilhas para a conservação da Biodiversidade e monitoramento de impactos sobre padrões e processos ecológicos. Anais do 2 Congresso Nacional de Planejamento e Manejo de Trilhas. ISBN 978-85-88769-56-4
  8. «Parque Natural da Prainha é ótima opção de lazer». Orla Rio. Consultado em 16 de setembro de 2022