Paz do Chaco
A Paz do Chaco refere-se ao protocolo de paz assinado em 12 de junho de 1935[1] entre o Paraguai e a Bolívia, encerrando a Guerra do Chaco. Foi um armistício que significou a cessação definitiva das hostilidades entre os dois países. Foi assinado em Buenos Aires, Argentina, quando os dois exércitos inimigos ainda lutavam nos campos de batalha.
Paz do Chaco | |
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Tipo | Armistício pacificador |
Local de assinatura | Buenos Aires, Argentina |
Partes | Bolívia e Paraguai |
Assinado | 12 de junho de 1935 |
Em vigor | 14 de junho de 1935 |
O acordo estabelecia que dois dias após sua assinatura, 14 de junho de 1935, os combates cessariam. Naquele dia, soldados de ambos os lados romperam as trincheiras, apertaram as mãos e se abraçaram num gesto de fraternidade.[2] Na Bolívia, a Paz do Chaco é celebrada em 14 de junho; enquanto no Paraguai é comemorada em 12 de junho.
Signatários
editarO armistício foi assinado ao meio-dia do dia 12 de junho de 1935, pelos chanceleres Tomás Manuel Elío da Bolívia e Luis Alberto Riart do Paraguai,[3] na presença do grupo de mediadores formado pelos chanceleres Carlos Saavedra Lamas da Argentina e José Carlos de Macedo Soares do Brasil, juntamente com os embaixadores Alexander Weddell e Hugo Gobson dos Estados Unidos, Felipe Barreda Laos do Peru, Luis Alberto Cariola do Chile e Eugenio Martínez Thedy do Uruguai.
O Protocolo foi legalmente aprovado pelo Congresso do Paraguai em 20 de junho de 1935 e ratificado pelo Poder Legislativo da Bolívia um dia depois.[4]
O pacto de não agressão previa a convocação de uma Conferência de Paz, a fim de estabelecer a demarcação dos limites criados pela ocupação militar paraguaia e boliviana dos territórios disputados. Caso a referida Comissão não conseguisse resolver o litígio do pós-guerra, o protocolo deixou em aberto a alternativa de recorrer à arbitragem perante o Tribunal Permanente de Justiça Internacional em Haia.[5]
Comissão de Limites
editarA Paz do Chaco não resolveu, no entanto, o conflito fronteiriço que desencadeou a conflagração bélica.[6] A demarcação das novas fronteiras no pós-guerra foi acordada três anos depois, através do Tratado de Paz, Amizade e Limites, assinado - também em Buenos Aires — em 21 de julho de 1938, como corolário da Conferência de Paz do Chaco, que se reuniu em junho daquele ano na capital argentina.[7]
O Tratado de Paz e Amizade de 1938 estipulou a criação da Comissão Mista de Demarcação de Fronteiras,[8] composta por delegados da Bolívia e do Paraguai, e pelos países fiadores do tratado que também foram mediadores no Protocolo de Paz de 1935: Argentina, Brasil , Chile, Estados Unidos, Peru e Uruguai.
A tarefa de demarcação da referida comissão durou sete décadas, concluindo seus trabalhos em 2007. Em 27 de abril de 2009, os governos da Bolívia e do Paraguai – novamente em Buenos Aires – assinaram o Ato de Cumprimento e Execução do Tratado de Paz, Amizade e Limites.[9]
Referências
- ↑ «Paz del Chaco». Gobierno del Paraguay | Ministerio de Relaciones Exteriores. Consultado em 24 de setembro de 2024
- ↑ «Fin de la Guerra del Chaco». BoliviaTeca. 19 de Fevereiro de 2022
- ↑ «Tratado de Paz entre Paraguay y Bolivia». El Bibliote. Consultado em 25 de setembro de 2024
- ↑ «Bolivia: Ley de 21 de junio de 1935». Gaceta Boliviana | Portal Jurídico Lexivox. Consultado em 25 de setembro de 2024
- ↑ «Estalló la Paz». ABC. 11 de junho de 2015
- ↑ «¿Paraguay y Bolivia no firmaron el Tratado de Paz aquel 12 de junio de 1935?». La Unión. 13 de junho de 2023
- ↑ «Tratado de Paz, Amistad y Límites entre las Repúblicas de Bolivia y Paraguay». Gobierno del Paraguay | Ministerio de Relaciones Exteriores. Consultado em 24 de setembro de 2024
- ↑ «Definición de las fronteras entre Paraguay y Bolivia en la Conferencia de la Paz del Chaco». La Nación. 21 de julho de 2024
- ↑ «Bolivia y Paraguay, en paz al fin». BBC News. 28 de abril de 2009