Pedra curativa
Como pedras curativas ou cristais de cura são denominadas substâncias inorgânicas ou fósseis, na maioria minerais, que apresentam efeitos curativos no tratamento de doenças como ansiedade [1] ou no bem-estar. Estas pedras podem ser colocadas na parte do corpo que necessite ser curada ou, alternativamente, como joalharia sendo capazes de ativar efeitos em quem as utilizar.
O uso de pedras curativas tornou-se popular com o surgimento da contracultura e do movimento New Age.[2] Antes disso, foram empregadas, entre outros, por diversos povos nativos dos Estados Unidos.[3]
Cristalterapia, cristaloterapia, às vezes também pedraterapia (massagem com pedras), são uma das formas da terapia alternativa que usam pedras curativas.
Alemanha
editarNuma sentença de 21 de agosto de 2008 (Az.: 327 O 204/08) do tribunal regional de justiça de Hamburgo (em alemão: Landgericht Hamburg) foi proibida a propaganda com pedras curativas. O tribunal considerou o contexto pedra com cura como concorrência desleal, diante da falta de provas científicas sobre os eventuais efeitos curativos, o que poderia enganar os consumidores destes produtos.[4]
Avaliação científica
editarNão há evidência científica revisada por pares de que a cura por cristais tenha algum efeito; ela é considerada uma pseudociência. Os supostos sucessos desse método podem ser atribuídos ao efeito placebo[5]. Além disso, a energia, como um termo científico, é um conceito muito bem definido que é facilmente mensurável e tem pouca semelhança com o conceito esotérico usado pelos proponentes da cura por cristal. Além disso, para embasar cientificamente suas crenças, os praticantes costumam envolver conceitos de fisica quantica e de eletromagnetismo, sendo ambas ferramentas físicas muito complexas que requerem muito estudo para alcançar uma interpretação correta do que descrevem. Devido o nivel de complexidade, podem facilmente levar o iniciante à conclusões errôneas dos fatos e, assim, serem usadas para explicações de fenômenos que não possuem uma conexão direta, como o caso do uso esotérico desses conceitos promovendo uma cura e um bem-estar.
Em 1999, os pesquisadores French e Williams conduziram um estudo para investigar o poder dos cristais em comparação com um placebo. Oitenta voluntários foram convidados a meditar com um cristal de quartzo ou uma pedra de placebo que era indistinguível do quartzo. Muitos dos participantes relataram se sentirem típicos "efeitos de cristal"; no entanto, isso ocorreu independentemente dos cristais serem reais ou placebo. Em 2001, Christopher French, chefe da unidade de pesquisa de psicologia anômala da Universidade de Londres e colegas do Goldsmiths College delinearam seu estudo de cura por cristais na Conferência Anual do Centenário da Sociedade de Psicologia Britânica, concluindo: "Não há evidências de que a cura por cristais funcione além do efeito placebo."
Os efeitos da cura por cristais também podem ser atribuídos ao viés cognitivo (que ocorre quando os crentes desejam que a prática seja verdadeira e veem apenas coisas que sustentam esse desejo).
As técnicas de cura com cristais também são praticadas em animais, embora algumas organizações veterinárias, como a Associação Veterinária Britânica, tenham alertado que esses métodos não são cientificamente comprovados e afirmam que as pessoas devem procurar o conselho de um veterinário antes de usar técnicas alternativas.
Os proponentes da cura pelo cristal e os teóricos da conspiração 5G alegaram falsamente a crença pseudocientífica e desinformativa de que a shungita pode absorver a radiação 5G.
Referências
- ↑ «Crystals For Anxiety». Healingcrystalsguide.org, 9 de agosto de 2019
- ↑ The Skeptic's Dictionary: crystal power, acessado em 1 de julho de 2009
- ↑ Tolay Lake Park: Natural and Cultural History Arquivado em 3 de abril de 2008, no Wayback Machine., acessado em 1 de julho de 2009
- ↑ Escritório de advocacia Keller-Stoltenhoff, Keller, Münch, Petzold: Irreführend: Werbung mit „Heilsteinen“, acessado em 1 de julho de 2009
- ↑ MERIGHI, M. A. B.; OLLITA, I.; GARCIA, T. R. Efeito placebo: implicações para a assistência e o ensino de enfermagem. Rev. Esc. Enf. USP, São Paulo 23(2): - ago. 1989. https://www.scielo.br/j/reeusp/a/LRYHPw5bcsZKDKPytQtcsLf/?format=pdf&lang=pt