Pierre Laforge
Pierre Laforge, ou Pedro Laforge (Perpinhão, 1791 — Rio de Janeiro, 1853?) foi um flautista, oboísta e compositor franco-brasileiro, mais conhecido pela sua atuação como editor de partituras no Rio de Janeiro durante o Século XIX. É considerado o primeiro editor a imprimir música regularmente no Brasil.[1]
História
editarFrancês, da região de Perpinhão, Laforge transfere-se para o Rio de Janeiro em 1816, vindo de Port-Vendres. Estabelece residência na Rua do Ouvidor, 3. Em 1819 era músico de câmara da Casa Real e flautista e oboísta do Teatro Fluminense, além de atuar como professor.[2]
Nos anos seguintes desenvolveu outras atividades musicais, como em Minas Gerais em 1819[2] e na organização de uma "academia musical" (situada na Rua da Quitanda, 82), em 1832 contando com uma orquestra e solistas como Cândido Inácio da Silva, João Bartolomeu Klier, Francisco da Mota, Salvador Salvatori e Miguel Vaccani.[3]
Em 1834 estabelece sua "estamparia de música" na Rua do Ouvidor, 149, gravando modinhas de Gabriel Fernandes da Trindade para a firma de João Bartolomeu Klier utilizando a técnica do talho-doce[1][2].
Inicia a própria editora, a "Imprensa de Música de Pierre Laforge" em 1837, na Rua da Cadeia.[1] É considerado o pioneiro de uma atividade sistemática de edição e venda de música.[4] Comercializava suas publicações com outros estados do Brasil, não se restringindo apenas ao Rio de Janeiro.[5] Publicou obras de José Maurício Nunes Garcia, Cândido Inácio da Silva, Gabriel Fernandes da Trindade, Pedro I, Francisco Manuel da Silva, Januário da Silva Arvelos, Joseph Fachinetti, Antônio Tornaghi.[1]
Em 1851, vende sua firma para Salmon & Cia - Sucessores de Pierre Laforge.[1]
É citado por Joaquim Manuel de Macedo no romance A Moreninha.[6]
Características das publicações
editarAs partituras publicadas por Laforge eram geralmente gravadas sem capa ou folha de rosto em pequenos formatos (28cm x 18 cm). Publicou majoritariamente modinhas, lundus e árias.[2]
- 1837: Methodo de violão
- 1837: Methodo de flauta
- 1837: Resumo dos principios de musica
- 1838: Compendio de musica para uso dos alumnos do Imperial Collegio de Pedro II, de Francisco Manuel da Silva.
- 1850: Delícias da jovem pianista
- 1850: Recreação da jovem fluminense
- 1850: Progresso da jovem pianista
- 1850: Ramalhete dos principiantes
- 1850: Grinalda da jovem pianista
Referências
editar- ↑ a b c d e f «Impressão Musical no Brasil». Enciclopédia da Música Brasileira: Popular, Erudita, Folclórica 3.ª ed. São Paulo: Art Editora; Publifolha. 2000. p. 371. ISBN 85-7161-031-2
- ↑ a b c d e FERREIRA, Orlando da Costa (1977). Imagem e Letra. São Paulo: Melhoramentos, Ed. da Universidade de São Paulo, Secretaria da Cultura, Ciência e Tecnologia
- ↑ CARDOSO, Lino de Almeida (2011). O Som social: música, poder e sociedade no Brasil. São Paulo: [s.n.] p. 427
- ↑ HALLEWELL, Laurence (2012). O Livro no Brasil: sua história 3ª ed. ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo. p. 159
- ↑ Magaldi, Cristina (1993). «A publicação e circulação de música no Rio de Janeiro e Pernambuco: Século XIX». Revista de Musicología. 3
- ↑ MACEDO, Joaquim Manuel de. A Moreninha (PDF). Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional. p. 78