Plebiscito sobre a divisão do estado do Pará
O plebiscito sobre a divisão do estado do Pará ocorreu no referido estado em 11 de dezembro de 2011, sendo considerado o maior plebiscito regional da história do Brasil,[1] tendo como proposta a divisão do estado em três: Pará, Carajás e Tapajós.[2]
| ||
---|---|---|
"Você é a favor da divisão do Estado do Pará para a criação do estado do Carajás?" | ||
"Você é a favor da divisão do Estado do Pará para a criação do estado do Tapajós?" | ||
Desenvolvimento do plebiscito
editarQuando foi aprovado o plebiscito, surgiu a dúvida se seria realizado somente nas regiões de Carajás e Tapajós ou em todo o Pará, isso teria surgido devido ao questionamento sobre a constitucionalidade da Lei 9 709 de 1998. A lei prevê a participação de toda a população estadual nos plebiscitos realizados para decidir desmembramentos de territórios para formação de outros estados.[3] Em 24 de agosto foi decidido que todo o estado do Pará seria consultado, na prática, isso significa que devia haver apoio majoritário em todo o território paraense para o surgimento dos estados de Tapajós e Carajás.[4]
Pelo calendário definido pelo TSE, dia 2 de setembro foi a data limite para que integrantes da Assembleia Legislativa do Pará, Câmara de Deputados e do Senado se manifestem por integrar uma das frentes do plebiscito (contra ou a favor da criação dos dois estados). O registro das duas frentes devia ter sido protocolado no TRE do Pará até o dia 12 de setembro.[5]
A campanha sobre a criação dos dois novos estados por meio da Internet, panfletos e carros de som começou no dia 13 de setembro. As primeiras pesquisas de opinião também podiam ser registradas no TRE-PA a partir desta data.[5]
Já a campanha gratuita no rádio e televisão começou no dia 11 de novembro. O período de propaganda no rádio, na televisão e da realização de comícios deveria ser encerrada três dias antes do plebiscito. Em 23 de novembro, ocorreu a solenidade de lacre das urnas eletrônicas e dia 10 de dezembro também foi encerrada a campanha por meio de alto falantes ou amplificadores de som. A distribuição de material impresso também foi proibida a partir desta data. O resultado definitivo do plebiscito foi divulgado apenas duas horas após o término da votação.[5]
Os eleitores que pretendiam participar do plebiscito no Pará precisavam regularizar sua situação na Justiça Eleitoral do Pará até o dia 11 de setembro. Nas urnas eletrônicas, os paraenses responderam a duas perguntas: “Você é a favor da divisão do Estado do Pará para a criação do estado do Carajás?” e “Você é a favor da divisão do Estado do Pará para a criação do estado do Tapajós?”.[5]
Pelo projeto de criação dos novos estados, Tapajós ocuparia 58% do atual território do Pará e teria 27 municípios. Carajás teria 25% do território com 39 cidades. O Pará remanescente ficaria com 17% do território.
Segundo o Tribunal Superior Eleitoral o custo do plebiscito ultrapassou os 19 milhões de reais.[6]
Pesquisas de opinião
editarData | Instituto | Carajás | Tapajós | ||||
---|---|---|---|---|---|---|---|
A favor | Contra | Não Sabe | A favor | Contra | Não Sabe | ||
11 de novembro de 2011 | Datafolha[7] | 58% | 58% | ||||
25 de novembro de 2011 | Datafolha[7] | 62% | 61% | ||||
9 de dezembro de 2011 | Datafolha[8] | 65% | 64% |
Resultados
editarNão 60–69% 70–79% 80-89% 90-95% 95-99% | Sim 60–69% 70–79% 80-89% 90-95% 95-99% |
Na capital do estado, Belém, o não à criação do estado de Tapajós chegou a 93,88% dos votos e o não à criação do estado de Carajás foi de 94,87%. Já nas possíveis capitais dos novos estados, Santarém e Marabá, o apoio à divisão do Pará foi maciço.
Em Santarém, 97,78% dos eleitores que compareceram às urnas votou a favor da criação de Carajás e 98,63% a favor da criação de Tapajós. Em Marabá, 93,26% dos votos foram favoráveis à criação de Carajás e 92,93% a favor da criação de Tapajós.[9]
- Seções: 14.249
- Eleitorado: 4.848.495
- Abstenção: 1.246.646 (25,71%)
- Comparecimento: 3.601.849 (74,29%)
Carajás
editarNão 60–69% 70–79% 80-89% 90-95% 95-99% | Sim 60–69% 70–79% 80-89% 90-95% 95-99% |
"Você é a favor da divisão do Estado do Pará para a criação do estado do Carajás?" | ||
---|---|---|
Resposta | Votos | % |
Não | 2.363.561 | 66,60% |
Sim | 1.185.546 | 33,40% |
Votos em branco | 14.895 | 0,41% |
Votos nulos | 37.847 | 1,05% |
Votos válidos | 3.549.107 | 98,54% |
Fonte:[10] |
Tapajós
editar"Você é a favor da divisão do Estado do Pará para a criação do estado do Tapajós?" | ||
---|---|---|
Resposta | Votos | % |
Não | 2.344.654 | 66,08% |
Sim | 1.203.574 | 33,92% |
Votos em branco | 17.729 | 0,49% |
Votos nulos | 35.892 | 1,00% |
Votos válidos | 3.548.228 | 98,51% |
Fonte:[10] |
Ver também
editarReferências
- ↑ Direito Eleitoral/Jaime Barreiro Neto - Coleção Sinopse para Concurso Público, 9a Edição, página 27, Editora Juspodivm,2019
- ↑ «Aprovado plebiscito para criação do estado de Tapajós». 31 de maio de 2011. Consultado em 3 de setembro de 2011
- ↑ «Todo o Pará vai opinar no plebiscito.». 24 de agosto de 2011. Consultado em 3 de setembro de 2011. Arquivado do original em 5 de fevereiro de 2015
- ↑ «Supremo decide que Pará inteiro deve votar em plebiscito do desmembramento.». 24 de agosto de 2011. Consultado em 3 de setembro de 2011
- ↑ a b c d «Plebiscito sobre divisão do Pará é marcado para 11 de dezembro». IG.com.br. 1 de julho de 2011. Consultado em 3 de setembro de 2011
- ↑ TSE: custos do plebiscito no Pará são menores que o esperado Portal Terra, 11/12/2011
- ↑ a b Confira nova pesquisa sobre o Plebiscito no Pará[ligação inativa] (Globo.com - 25/11/2011) Acessado em 1º de dezembro de 2011.
- ↑ Maioria dos eleitores do Pará rejeita divisão do estado, diz Datafolha (G1.com.br - 09/12/2011) Acessado em 10 de dezembro de 2011.
- ↑ [http://g1.globo.com/politica/noticia/2011/12/capitais-de-tapajos-e-carajas-votaram-pela-divisao-do-estado.html 11/12/2011 23h19 - Atualizado em 11/12/2011 23h39 'Sim' vence em cidades que seriam capitais de Tapajós e Carajás] Portal G1, 11/12/2011.
- ↑ a b Divulgação dos resultados do plebiscito para o Pará pelo TSE. Arquivado em 11 de dezembro de 2011, no Wayback Machine. Acessado em 12/12/2011.