Ponte das Bandeiras

patrimônio localizado no Brasil

A Ponte das Bandeiras é uma ponte que cruza o rio Tietê, na cidade de São Paulo, Brasil. Constitui parte do sistema viário da Marginal Tietê.

Ponte das Bandeiras
Ponte das Bandeiras
Ponte das Bandeiras
Nome oficial Ponte das Bandeiras Senador Romeu Tuma[1]
Arquitetura e construção
Design Ponte sustentada por pilares
Início da construção 1938
Data de abertura 25 de janeiro de 1942 (83 anos)
Comprimento total 120 metros[2]
Altura 50 metros[2]
Geografia
Via 7 pistas, divididas em 2 sentidos
Cruza Rio Tietê
Localização Bom Retiro/Santana,
São Paulo,  São Paulo
 Brasil

História

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Foi construída para substituir a Ponte Grande feita no inicio da século XIX, As obras tiveram início em 1940 e foi inaugurada em 1942, já com a nomenclatura atual, a antiga Ponte Grande que ficava a cerca de 250 metros foi demolida pois estava ultrapassada e passou a não comportar mais o tráfego da região.[3] Na sua inauguração, em 25 de janeiro de 1942, estiveram presentes o então presidente Getúlio Vargas e o então prefeito da cidade Francisco Prestes Maia.[3] A ponte é considerada um dos principais elementos para o início do desenvolvimento da Zona Norte, sendo ainda a principal entrada da região.[3]

Publicidade do loteamento do Jardim São Paulo, década de 1930
Matéria da Revista da Semana, 1941

A Ponte das Bandeiras é a primeira ponte de concreto a atravessar o Rio Tietê, um exemplo notável de engenharia, destacando-se pelo seu arco tri-articulado. O projeto e a construção foram realizados pela Companhia Construtora Nacional S.A. Durante a concorrência pública de 1939, foram apresentados 8 projetos, dos quais 5 eram arcos tri-articulados, 2 eram vigas Gerber e 1 era um arco hiperestático. Isso significa que 7 estruturas eram isostáticas e apenas 1 era hiperestática, uma escolha motivada pelo cálculo manual, uma vez que não havia computadores disponíveis na época. A estrutura da ponte é composta por 3 arcos tri-articulados, dispostos lado a lado. A seção transversal de cada arco tri-articulado é configurada como uma célula, conferindo-lhe grande rigidez à torção. O tabuleiro da ponte é projetado sem transversinas, e a ligação entre as 3 células é realizada exclusivamente pela laje. A combinação da alta rigidez à torção das 3 células e a pequena distância entre elas resulta em uma grande distribuição transversal da carga, como demonstrou a prova de carga realizada pelo IPT em 1944.[2]

O primitivo projeto da ponte incluía um monumento em homenagem aos Bandeirantes, lembrando que o Rio Tietê foi um dos guias das Entradas e Bandeiras na exploração do Sertão. O nome "Ponte das Bandeiras" foi mantido ao longo do tempo. A ponte foi construída em terreno seco, na margem direita do rio Tietê. Após a conclusão da construção, foi escavado um novo leito, desviando as águas do rio Tietê para esse novo percurso sob a ponte.[2]

Com 120 metros de comprimento e 33 metros de largura, a ponte apresenta 3 vãos, sendo o vão central um arco tri-articulado com 60 metros. Os vãos laterais são formados por vigas retas. A fundação é composta por sapatas assentadas no terreno, que é formado por uma sucessão de camadas de areia e argilas de consistência regular. De cada lado da ponte, as sapatas dos arcos, pilares e encontros se unem, formando uma única placa solidária, o que impede o escorregamento horizontal. A estrutura atual mede 102 metros de comprimento e 33 metros de largura, e conta com duas torres de 50 metros de altura. Ela foi rebatizada e reinaugurada em 1942 como a primeira ponte de concreto armado a cruzar o Rio Tietê, em uma cerimônia presidida pelo então presidente Getúlio Vargas e pelo prefeito Francisco Prestes Maia. A ponte foi projetada e construída para substituir a estrutura metálica existente, sendo escolhido o concreto por acreditar-se que as obras de arte construídas com esse material não necessitavam de manutenção, ao contrário do aço.[2]

Atualidade

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Interliga a porção norte da Avenida Santos Dumont, no bairro de Santana, à porção sul da mesma avenida, no bairro do Bom Retiro. Faz parte do sistema de vias conhecido como Corredor Norte-Sul, que liga Santana, na Zona Norte, ao Aeroporto de Congonhas, na Zona Sul.

A ponte não apenas serve como um ponto de passagem, mas também é um símbolo da cidade, com bandeiras do estado e da cidade de São Paulo hasteadas permanentemente em sua estrutura, sendo conservada pela Subprefeitura da Sé.[4]

Recentemente, a ponte tem passado por obras de manutenção, com a Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras (SIURB) informando que os trabalhos começaram em janeiro de 2025 e estão programados para serem concluídos em janeiro de 2026. Essas obras têm causado interdições e congestionamentos na área.[5]

Além das obras, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) também anunciou alterações nos horários de proibição de acesso à ponte pela Marginal Tietê, visando melhorar o fluxo de veículos na região.[6]

Ver também

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Referências

  1. «Prefeitura libera uso de nome de Tuma para ponte das Bandeiras - 18/04/2017 - Mônica Bergamo - Colunistas - Folha de S.Paulo». m.folha.uol.com.br 
  2. a b c d e «Ponte das Bandeiras - 1942» (PDF). IME - Instituto Militar de Engenharia. Consultado em 15 de janeiro de 2025 
  3. a b c "Inaugurada por Getúlio Vargas e Prestes Maia", Luísa Alcalde, Jornal da Tarde, 24/10/2009, pág. 10A
  4. «Ponte das Bandeiras: leitora questiona demora em obra na região». Estadão. Consultado em 15 de janeiro de 2025 
  5. «Notícia publicada no site oficial da Prefeitura de São Paulo». Prefeitura de São Paulo. Consultado em 15 de janeiro de 2025 
  6. «CET altera horário de proibição do acesso da Marginal Tietê à Ponte das Bandeiras». Prefeitura de São Paulo. Consultado em 15 de janeiro de 2025