O Porto de Bilbau, situado na ria do Nervión (também chamada do Ibaizábal) é o porto marítimo mais importante do País Basco (Espanha) e um dos mais importantes do mar Cantábrico.

Porto de Bilbau
Porto de Bilbau
Vista panorâmica aérea do porto de Bilbau
Localização
País Espanha
Localização Ria de Bilbau, Biscaia, País Basco
Coordenadas 43° 21′ 09″ N, 3° 02′ 56″ O
Detalhes
Operado por Autoridad Portuaria de Bilbau

A sua fundação remonta a mais de 700 anos antes, embora pela situação e qualidades da situação pudesse ter sido usado antes.

A princípio localizava-se nas ribeiras superiores da ria, junto à vila de Bilbau, onde se manteve até a década de 1980. Nos seus molhes instalaram-se os estaleiros "Astilleros Euskalduna" e companhias navais como a "Naviera Aznar". Esta situação obrigou a que as pontes que alargavam a cidade em ambas as margens da ria permitissem passar navios de grande tonelagem e envergadura. Por isso foram realizadas obras como a ponte pênsil, transbordador que cruza a ria entre Portugalete e Getxo ou a Ponte de Deusto e a do Município.

Desde a construção da Ponte Euskalduna, localizada à altura dos antigos estaleiros, já não podem subir esse tipo de navios até os molhes superiores, os do Arenal e Uribitarte.

O porto é administrado pela Autoridad Portuaria de Bilbau, que é uma das 28 Autoridades Portuárias pertencentes ao organismo estatal dependente do Ministério de Fomento, Portos do Estado.

Superporto

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Atualmente o Porto de Bilbau tem a maioria das suas instalações na parte inferior da ria, no que se conhece como o superporto, em terrenos de Santurce, Ciérvana e Getxo.

Com um calado de até 32 metros as suas instalações constam das seguintes características:

  • 372 hectares de superfície terrestre
  • 1 972 hectares de superfície de flotação
  • 17 quilômetros de molhes
  • 250 hectares de superfície de armazenamento
  • 370 000 metros quadrados de superfície de armazenamento coberto
  • 27 000 metros quadrados de depósitos francos
  • 23.800 metros cúbicos de armazéns frigoríficos
  • 10 gruas porta-contêineres de 32 a 65 toneladas
  • 16 gruas trastêiner de 32 a 40 toneladas
  • 47 gruas de pórtico de 6 a 35 toneladas
  • 7 gruas ponte de 28 a 35 toneladas
  • 2 carregadores contínuos
  • 5 rampas ro-ro
  • Instalações especiais de carga e descarrega
  • Terminais de mercadoria geral, contêineres, granéis sólidos, granéis líquidos, hortifrutícola e automóveis
  • Terminal TECO e estação de formação de comboios.
  • Ligação com a rede ferroviária nacional desde os molhes
  • Ligação direta com a rede nacional de auto-estradas e auto-estradas
  • Terminal de viajantes (usada por Brittany Ferries para ligar Bilbau com Roscoff, França, e Portsmouth, Inglaterra)

História

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Bandeira Marítima da província marítima de Bilbau.

A fundação da vila de Bilbau contraiu a fundação do porto. Os navios chegavam à altura da igreja de Santo Antão, justo à entrada das muralhas que protegiam e delimitavam o assentamento. Era a saída das mercadorias da Meseta Central e do vale do Ebro.

A riqueza mineira das terras que rodeiam Bilbau obrigou a realizar obras para aumentar o calado e assim permitir chegar a grandes navios para carregamento de mineral. A revolução industrial levou ao estabelecimento de empresas siderúrgicas nas margens da ria, empresas que precisavam carregar a sua produção em grandes navios.

Em 1804 o deputado Simón Bernardo Zamácola apresentou o projeto de um porto alternativo ao da vila de Bilbau, que então se localizava à altura da igreja de Santo Antão e praticamente monopolizava o comércio em prejuízo das povoações vizinhas (então independentes de Bilbau) enfrentando a vila com elas e com a autoridade do Senhorio de Biscaia. Este novo porto que propunha Zamácola, chamado porto da Paz situar-se-ia em Abando. Nas negociações com o governo central para fazer realidade o projeto foi desenhado como contraprestação à execução de um plano de serviço militar que socavava o disposto nos foros de Biscaia nessa matéria. Isto ocasionou uma revolta popular conhecida como zamacolada, considerada como a última matxinada. A população obrigou a que se reunissem novamente as Juntas e se derrogasse o decreto de acordo sobre o serviço militar, o que provocou, entre outras coisas, que o porto da Paz não chegasse a ser construído.[1]

Em 1877 Evaristo de Churruca y Brunet fez-se cargo das obras de construção do porto exterior de Bilbau e da canalização do rio Nervión. Em 1887 a Junta de Obras do Porto construiu o molhe de ferro em Portugalete melhorando o tráfego de navios pela ria. Ao abrigo do dique de Santurce e o contramolhe de Algorta, realizados em 1902, nasceu o Porto Exterior, que seria fundamental para o futuro do Porto de Bilbau. A obra do porto terminar-se-ia em 1904.

Na última metade do século XX conformou-se a estrutura de molhes que constituem o Porto Exterior e que tornam o Porto de Bilbau um dos mais importantes do continente. As instalações foram finalizadas em 1994. Em 1985 começaram-se as obras do qual seria o Superporto, fechando a abra exterior com o dique de Punta Lucero e começando o inacabado de ponta Galea. Estes complementaram-se com terminais para produtos petrolíferos e dão serviço à próxima refinaria de Petronor.

Em 1993 começaram as obras que em 1998 foram finalizadas na primeira fase com o resultado de um incremento da superfície terrestre em 150 hectares, quase um quilómetro de linha de atraque e um calado de 20 m.

Em 1999 começou a segunda fase, que finalizaria em 2002 com dois novos molhes, Molhe A2 e Molhe de Punta Sollana. Em 2003 finalizou-se o A2 e em 2005 os A• e AZ1.

A expansão da atividade portuária para a desembocadura da ria deixou livres os terrenos ocupados no coração da cidade, o qual permitiu a regeneração urbana de Bilbau.

A construção do novo terminal de transatlânticos em Getxo e a instalação de importantes indústrias, como centrais geradoras de eletricidade de ciclo combinado ou plantas regasificadoras, permitiram que o porto possa seguir crescendo.

Entre 1991 e 2011 foi aberta uma doca de 5 km² e foram criados 6 molhes comerciais com uma superfície de 285 hectares. O investimento realizado foi de 2480 milhões de euros, dos quais 680 milhões foram de investimentos públicos e 1800 privados.[2]

Referências

  1. *Bazán, Iñaki; et al. (2002). De Túbal a Aitor. Historia de Vasconia. [S.l.]: Madrid: La esfera de los libros. ISBN 84-9734-570-3 
  2. Bilbau cresce sobre o golfo da Biscaia El correo. 10 de janeiro de 2011.
  • Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em castelhano cujo título é «Puerto de Bilbao».

Ligações externas (e fontes)

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