Província Petrolífera de Urucu
A Província Petrolífera de Urucu é um campo de petróleo e gás natural brasileiro situado no município de Coari, no interior do estado do Amazonas. É a maior reserva provada terrestre de petróleo e gás natural do Brasil, segundo a Petrobras.[1]
História
editarO campo de Urucu foi descoberto em 12 de outubro de 1986 pela Petrobras, embora as buscas por petróleo na Amazônia datem 1917.[2][3][4] É a primeira reserva comercialmente viável descoberta na região amazônica.[1][5]
Extração e logística
editarA região amazônica e, em particular, a Bacia do Solimões, é a maior bacia onshore de gás natural e a quarta em petróleo do Brasil em termos de reservas e de produção. No estado do Amazonas, que inclui a Bacia do Solimões e a Bacia do Amazonas, se concentram 80% das reservas provadas de gás em terra e 12% das reservas provadas de petróleo em terra do Brasil. Hoje, a Bacia do Solimões produz em média 40 mil barris/dia de óleo e 11 milhões de metros cúbicos por dia de gás. O óleo é de excelente qualidade, muito leve. O gás é bastante úmido, ou seja, contém uma alta proporção de condensados e GLP.[6]
Apesar da dificuldade logística na Amazônia, o custo de extração de petróleo e gás natural de Urucu está entre os menores do Brasil. Segundo a Petrobras, a província petrolífera é lucrativa e importante para o desenvolvimento da economia local.[7]
Urucu conta com um conjunto de dutos que possibilitam o escoamento da produção. Desde 2009, o Gasoduto Urucu–Coari–Manaus opera interligando a província petrolífera à capital do Amazonas, totalizando 663 quilômetros de extensão. O gasoduto tem capacidade de transportar até 5,5 milhões de metros cúbicos por dia de gás natural, desde Urucu até a capital do Amazonas. Além disso, o campo responde pela produção diária de aproximadamente 1,2 tonelada de GLP, volume capaz de abastecer sete estados da região Norte e outros do Nordeste.[7]
No início, antes da existência do gasoduto, levava-se mais de uma semana para escoar a produção por balsas de pequeno porte pelo rio Urucu até a cidade de Coari, às margens do rio Solimões e dali, em balsas maiores, até a Refinaria de Manaus (Reman).[7]
Impactos na economia local
editarO município de Coari teve o segundo maior PIB do Amazonas em 2018, com R$ 2 bilhões e uma participação de 2,0%. Em 2017 Coari estava na quarta posição entre os municípios do estado, passou para a segunda posição em 2018, onde seu aumento do PIB foi ocasionado pelo forte impulso da indústria extrativa.[8]
Referências
- ↑ a b «Urucu: completamos 30 anos na Amazônia com gestão responsável». Petrobras. 12 de outubro de 2016. Consultado em 20 de dezembro de 2020
- ↑ «Anos 80 - Reestruturação da economia mundial reflete no setor». Revista Petro & Química. Editora Valete. Outubro de 2001. Consultado em 22 de dezembro de 2020. Cópia arquivada em 14 de julho de 2023
- ↑ «Crescimento a reboque da Petrobras». Revista Petro & Química. Setembro de 2003. Consultado em 14 de julho de 2023. Cópia arquivada em 14 de julho de 2023
- ↑ «A província de Urucu». Petrobras. 12 de setembro de 2008. Consultado em 20 de dezembro de 2020
- ↑ «Bacia do Solimões». Petrobras. Consultado em 20 de dezembro de 2020
- ↑ Soares Junior, Emanuel Marçal Cavalcante (2010). «A indústria petrolífera e o crescimento econômico do Amazonas». Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Consultado em 20 de dezembro de 2020
- ↑ a b c «Urucu completa 30 anos de exploração de petróleo em plena Amazônia». Agência Brasil. 12 de outubro de 2016. Consultado em 20 de dezembro de 2020
- ↑ «Produto Interno Bruto Municipal 2018» (PDF). Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (SEDECTI). 16 de dezembro de 2020. Consultado em 20 de dezembro de 2020