Ptolemeu VIII Fiscão
Ptolemeu VIII Fiscão (em grego clássico: Φύσκων; romaniz.: Physcon; lit. "barrigudo", "grande ventre"; 182 a.C. — 116 a.C.), foi um rei do Egito pertencente à dinastia ptolemaica. Governou em dois períodos distintos, o primeiro entre 170 e 163 a.C. e o outro entre 145 e 116 a.C..
Ptolemeu VIII Fiscão | |
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Faraó do Egito | |
1º Reinado | 170 a.C. a 164 a.C. |
Predecessores | Ptolemeu VI Filómetor Cleópatra II |
Sucessores | Ptolemeu VI Filómetor Cleópatra II |
Co-monarcas | Ptolemeu VI Filómetor Cleópatra II |
2º Reinado | 144 a.C. a 132/131 a.C. |
Predecessores | Ptolemeu VII Novo Filópator Cleópatra II |
Sucessora | Cleópatra II |
Co-monarcas | Cleópatra II Cleópatra III |
3º Reinado | 126 a.C. a 116 a.C. |
Predecessora | Cleópatra II |
Sucessores | Ptolemeu IX Látiro Cleópatra III |
Nascimento | c. 182 a.C. Reino Ptolemaico |
Morte | 26 de junho de 116 a.C. (66 anos) Reino Ptolemaico |
Esposas | Cleópatra II Cleópatra III Eirene |
Descendência | Ptolemeu Menfita Ptolemeu IX Látiro Ptolemeu X Alexandre I Cleópatra IV Trifena Cleópatra Selene I Ptolemeu Apião |
Dinastia | Ptolemaica |
Pai | Ptolemeu V Epifânio |
Mãe | Cleópatra I |
Era filho de Ptolemeu V Epifânio e da rainha Cleópatra I.[Nota 1] Ele era sobrinho de Antíoco IV Epifânio, irmão mais novo de sua mãe.[1] Ele era irmão de Ptolemeu VI Filómetor e de Cleópatra II, que eram irmãos e casados.[2] Ptolemeu VI Filómetor era filho de Ptolemeu V Epifânio e de Cleópatra I.[3]
Em 170 a.C. quando o seu irmão Ptolemeu VI Filómetor foi feito prisioneiro pelo seu tio, o rei selêucida Antíoco IV Epifânio, Ptolemeu VIII tornou-se rei do Egito junto com a sua irmã e cunhada, Cleópatra II. Segundo Juniano Justino, Ptolemeu VI e Ptolemeu VIII governaram juntos.[1]
Em resultado da rivalidade entre os dois irmãos Roma é chamada a mediar o conflito, tendo resolvido em 163 a.C. que Ptolemeu VI seria rei do Egito e Ptolemeu VIII rei da Cirenaica. Apesar disso, Ptolemeu VIII não se dá por satisfeito e consegue convencer o senado romano a atribuir-lhe o domínio da ilha de Chipre. O seu irmão ignora esta resolução e consegue evitar que Ptolemeu VIII tome Chipre à força no ano 161 a.C..
Após a morte do seu irmão na Batalha de Antioquia, contra Alexandre Balas,[4] Ptolemeu, que estava reinando na Cirenaica, tornou-se rei do Egito,[5] tomando como esposa Cleópatra II que pretendia desta forma assegurar os interesses do filho, Ptolemeu VII, que tinha sido associado ao trono pelo pai. Assim que entrou em Alexandria, Ptolemeu VIII assassinou os seguidores do seu sobrinho, assassinando o jovem no dia em que casou com a mãe do menino (sua irmã).[2]
Ptolemeu VIII viria ainda a repudiar Cleópatra II para casar com a filha desta, a sua sobrinha Cleópatra III,[2] Esta situação gerou uma forte hostilidade entre mãe e filha. Ptolemeu VIII Evérgeta II e Cleópatra III tiveram dois filhos, Ptolemeu IX Sóter II e Ptolemeu X Alexandre I.[6]
Enquanto viúva de Ptolemeu VI, Cleópatra II mantinha grande popularidade, sendo apoiada pelos judeus de Alexandria e pelos intelectuais do Museu da cidade, que Ptolemeu VIII mandou perseguir. A rivalidade entre as facções que se formaram e que apoiavam Cleópatra II e Ptolemeu VIII, leva a que em 131 a.C. o rei fuja para Chipre com Cleópatra III. No exílio, ao saber que suas estátuas no Egito estavam sendo destruídas, e acreditando que isto estava sendo feito para agradar sua irmã, Ptolemeu VIII executa um acto de represália contra Cleópatra II mandando matar o filho de ambos, Ptolemeu "Menfita" Novo Filopátor, enviando os pedaços da criança à rainha no dia do seu aniversário.[2][Nota 2]
Em 127-126 a.C. Ptolemeu VIII consegue reconquistar o Egito, tendo acabado por se reconciliar com Cleópatra II. Os três governaram em conjunto a partir de 124 a.C. e até à morte de Cleópatra II.
Após voltar de um período de dez anos de cativeiro entre os partas, Demétrio II Nicátor atacou o Egito, mas teve que se retirar quando encontrou a oposição de Ptolemeu Fiscão.[7] Cleópatra, irmã de Ptolemeu VIII e sogra de Demétrio II Nicátor, havia prometido o trono do Egito.[8] Ptolemeu instalou Alexandre Zabinas como rei da Síria;[7][8] Demétrio foi derrotado em uma batalha perto de Damasco, tentou fugir para Tiro, que recusou sua entrada, e foi morto ao tentar escapar de barco, no primeiro ano da 164a olimpíada.[7]
Antes de morrer Ptolemeu VIII concedeu o poder a Cleópatra III e aos dois filhos que teve com ela, para que ela escolhesse qual seria o rei.[9]
Titulatura
editarNome de Nesut-bity | |||||||||||||||||||||||
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Hieroglifo |
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Transliteração | Jwˁ-nṯr.wy-pr.wy Stp-n-Ptḥ Jr-mȝˁ.t-Rˁ Sḫm-ˁnḫ-Jmn | ||||||||||||||||||||||
Transliteração | (ASCII) | Jwa-n-ntchr.wy-pr.wy stpn-ptah jr-mAa.t-ra skhm-ankh-jmn | |||||||||||||||||||||
Transcrição | Iwan-entcher wyperwy setepen-ptah ir-maat-ra sekhem-ankh-imun | ||||||||||||||||||||||
Tradução | "O herdeiro do deus Filópator. O eleito de Ptá. Aquele que realiza a justiça de Rá. A imagem viva de Amom." |
Nome de Sa-Rá | |||||||||||||||||||||||||||
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Hieroglifo |
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Transliteração | Ptwlmys ˁnḫ-ḏ.t Mr(y)-Ptḥ | ||||||||||||||||||||||||||
Transliteração | (ASCII) | Ptwlmys ankh-djt Mry-ptah | |||||||||||||||||||||||||
Transcrição | Ptwlemys Ankh-djet mery-ptah | ||||||||||||||||||||||||||
Tradução | "Ptolomeu, que tenha vida eterna. O amado de Ptá." |
Árvore genealógica (incompleta) baseada no texto, com uma pequena extrapolação (Cleópatra III filha de Ptolemeu VI):
Ptolemeu IV Filopátor | Arsínoe III | Antíoco III Magno | Laódice | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Ptolemeu V Epifânio | Cleópatra I | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Ptolemeu VIII Evérgeta II | Cleópatra II | Ptolemeu VI Filómetor | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Ptolemeu "Menfita" Novo Filópator | Cleópatra III | Ptolemeu VII Novo Filópator | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Ptolemeu IX Sóter II | Ptolemeu X Alexandre I | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Ptolemeu XII | Cleópatra | Ptolemeu XI Alexandre II | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Ver também
editarNotas e referências
Notas
Referências
- ↑ a b Justino, Epítome das Histórias de Pompeu Trogo, 34.2 [em linha]
- ↑ a b c d Justino, Epítome das Histórias de Pompeu Trogo, 38.8 [em linha]
- ↑ Políbio, Histórias, Livro XXVIII, 20.9
- ↑ Eusébio de Cesareia, Crônica, 96, Os reis da Ásia Menor após a morte de Alexandre, o Grande
- ↑ Justino, Epítome das Histórias de Pompeu Trogo, 38.8 [em linha]
- ↑ Eusébio de Cesareia, Crônica, 59, Sobre os que governaram o Egito e a cidade de Alexandria após Alexandre da Macedônia. Dos escritos de Porfírio
- ↑ a b c Eusébio de Cesareia, Crônica, 97, Os reis da Ásia Menor após a morte de Alexandre, o Grande
- ↑ a b Justino, Epítome das Histórias de Pompeu Trogo, 39.1 [em linha]
- ↑ Justino, Epítome das Histórias de Pompeu Trogo, 39.3 [em linha]
Precedido por Ptolemeu VII Novo Filópator |
Lista de faraós Dinastia ptolemaica |
Sucedido por Ptolemeu IX Sóter II |