Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho
A Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho foi uma escola de ensino superior criada em 1792, no Rio de Janeiro, pela rainha D. Maria I de Portugal. É considerada uma precursora do ensino superior militar e de engenharia, tanto no Brasil como no próprio continente americano.
Em 17 de dezembro de 1792 foi instalada na cidade do Rio de Janeiro, então capital do Estado do Brasil, pelo vice-rei e capitão-general D. José Luís de Castro, conde de Resende, a Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho, com molde na Academia Real de Fortificação, Artilharia e Desenho, fundada dois anos antes em Lisboa. A congênere brasileira foi instalada inicialmente na ponta do Calabouço, na Casa do Trem de Artilharia (sede atual do Museu Histórico Nacional).[1]
Tal como a academia de Lisboa, o curso da academia do Rio de Janeiro destinava-se à formação de oficiais do Exército Português, nas armas de infantaria e de cavalaria (em três anos), de artilharia (em cinco anos) e de engenharia militar (em seis anos). Os candidatos a oficiais de engenharia e de artilharia tinham que completar a totalidade do curso. Os candidatos a oficiais de infantaria e cavalaria apenas tinham que completar os três primeiros anos.
Na Real Academia de Fortificação, Artilharia e Desenho era realizado um curso militar composto por seis cadeiras, com uma duração total de quatro anos. No primeiro ano era realizada a cadeira de fortificação regular, no segundo a cadeira de fortificação irregular, no terceiro a cadeira de artilharia e no quarto as cadeiras de arquitetura civil e de hidráulica. A cadeira de desenho era realizada ao longo dos três primeiros anos.
Durante a instalação da Corte Portuguesa no Brasil, foi substituída pela Academia Real Militar, criada em 1810.
Hoje em dia, tanto a atual Escola Politécnica (Poli-UFRJ) como o atual Instituto Militar de Engenharia (IME) se afirmam descendentes da antiga Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho. Como tal, este último, reivindica ser a mais antiga escola de engenharia das Américas e a UFRJ, por sua vez, possuir a primeira escola de engenharia das Américas, bem como a sétima do mundo.
Ver também
editarReferências
- ↑ CARUSO, Ernesto, Ponta do Calabouço - início do século XX: berço fardado dos doutores, Revista do Clube Militar, ano LXXXI, n. 430, ago-set-out 2008, p. 14-16.