Real Maestranza de Sevilha
A Real Maestranza de Sevilha (em português: Real Mestrança de Sevilha) é a uma praça de toiros situada na cidade de Sevilha, em Espanha. Construída no século XVIII, é a praça de toiros mais antiga e de maior tradição de Espanha, sendo apelidada popularmente como Catedral do Toureio. É propriedade da Real Maestranza de Caballería de Sevilla, uma corporação nobiliárquica que integra cavaleiros provenientes das antigas famílias nobres de Sevilha.
Real Maestranza de Sevilha | |
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Entrada principal | |
Nome completo | Praça de Toiros da Real Mestrança de Cavalaria de Sevilha |
Categoria | 1.ª |
Estilo | barroco |
Início da construção | 1760 |
Restauro | 1881, 1915 |
Website | www |
Património | |
Classificação nacional | Bem de Interesse Cultural |
Data | dezembro de 1983 |
Geografia | |
País | Espanha |
Cidade | Sevilha |
Coordenadas | |
Geolocalização no mapa: Andaluzia |
Denominada oficialmente Praça de Toiros da Real Maestranza de Caballería de Sevilla, acolhe anualmente diversos espectáculos tauromáquicos, destacando-se os organizados durante a Feira de Abril.
Embora por efeito óptico pareça circular, na verdade a praça é ovalada, sendo actualmente uma das raras praças no mundo que ainda conservam esta forma atípica.
História
editarEm 1760 começou a construção de uma Praça circular no Monte Baratillo em substituição da anterior Praça rectangular de madeira situada no mesmo local. Mais tarde, em 1761, inicia-se a construção por ochavas (sendo cada ochava equivalente a quatro arcos), sendo a obra liderada por Francisco Sanchez de Aragão e Vicente de San Martin. A fachada interior da Praça, do chamado Camarote do Príncipe, é concluído em 1765. Este camarote consiste de dois corpos: a porta principal de entrada para a Praça, por onde saem em ombros os toureiros triunfadores, e o camarote propriamente dito, de uso exclusivo da Família Real. É constituído no topo por quatro arcos sobre os quais repousa uma meia abóbada que no seu interior é coberta por azulejos azuis e brancos, sendo da autoria do escultor português Caetano de Acosta o grupo escultórico que remata a obra. O Camarote foi denominado oficialmente de Camarote do Príncipe em honra de Felipe de Borbón, Infante de Espanha, filho de do rei Filipe V e Isabel Farnésio.
Com a proibição das corridas de toiros decretada por Carlos III em 1786 as obras foram suspensas. Deste tempo data a construção do Camarote da Deputação, posteriormente chamado de Camarote dos Ganaderos, situado sobre a porte dos curros e em frente ao Camarote do Príncipe.
A cobertura de metade das galerias da Praça termina após 34 anos de obras, à esquerda e direita do Camarote do Príncipe, com vista sobre a Catedral e a Giralda como ficou retratado em variadas pinturas da época.
Em 1868 o Camarote da Deputação estava em mau estado de conservação, sendo iniciadas obras de restauro, com colocação de novo soalho e uma balaustrada de mármore e, também, do escudo da Real Maestranza de Cavalaria, obra o escultor italiano Augusto Franchy. São concluídos também mais cinco camarotes de cada lado do Camarote da Deputação, onde actualmente se encontra o relógio da Praça.
Em 1881 a cobertura das galerias é concluída.
De 1914 a 1915 as bancadas em pedra são substituídas por outras em ladrilho, sob a direcção do arquitecto sevilhano Aníbal González. A inclinação das bancadas ficou mais suave e o número de filas foi aumentado: além de 3 filas de barreira, as bancadas de sombra passaram de 10 para 12 filas e as de Sol de 10 para 14 filas.[1]
Dependências
editarA Praça, administrativamente de 1ª Categoria, consta também de Capela, enfermaria, cuadras e curros. Das suas três portas de acesso a mais famosa é a Porta do Príncipe, por onde saem em ombros os toureiros premiados com o corte de pelo menos 3 orelhas (nas restantes Praças, incluindo a de Madrid, bastam 2 orelhas).
A Praça está dividida em 12 sectores: quatro de Sol (8-10-11-12), cinco de sombra (1-3-5 e 2-4) e Sol/sombra (6-9). Cada sector subdivide-se verticalmente em barreira (3 filas), bancada (12 filas na sombra e 14 filas no Sol), camarotes e galerias (cobertas). Os sectores ímpares encentram-se à esquerda do Camarote Real (sobre a Porta do Príncipe) que preside à Praça e os sectores pares à direita. Sob as bancadas encontra-se um arcada de traça irregular, composta por 118 arcos. O arco em que encontra o denominado Camarote do Relógio, sob a porta dos curros, está assente em dois pares de colunas e é rematado por um frontão curvo de pedra. Em 2008 iniciou-se o restauro das galerias de sombra.
A capacidade da Praça é actualmente de 12 538 lugares.[2]
Museu Taurino
editarNas imediações da Praça encontram-se estátuas dedicadas aos toureiros sevilhanos que mais triunfaram em Sevilha, destacando-se a dedicada em ao toureio Curro Romero.
O Museu Taurino da Real Maestranza de Cavalaria foi inaugurado em 1989. O visitante pode aí percorrer a História da tauromaquia através de una colecção pictórica, cartéis taurinos, trajes de toureio, bem como esculturas, destacando-se as obras de Mariano Benlliure, e bustos de toureiros lendários como Curro Cúchares, Pepe-Hillo ou El Espartero.
Referências
- ↑ Real Maestranza de Cavalaria de Sevilha. «História da Maestranza»
- ↑ Jornal El Mundo, Nº 626, Domingo 26 de Setembro de 2011, Magacine pág. 32