Receptor da manose

O receptor da manose (ou CD206) é um tipo de lectina tipo C presente principalmente na superfície de macrófagos e células dendríticas imaturas, mas também se expressa na superfície de células da pele como os fibroblastos dérmicos humanos e queratinócitos.[1][2] É o primeiro membro da família de receptores endocíticos que inclui Endo180 (CD280), PLA2R tipo M e DEC-205 (CD205).[3]

receptor da manose, C tipo 1
Indicadores
Símbolo MRC1
Símbolos alt. CD206
HUGO 7228
Entrez 4360
OMIM 153618
RefSeq NM_002438
UniProt P22897
Outros dados
Locus Cr. 10 p13
receptor da manosa, C tipo 2
Indicadores
Símbolo MRC2
Símbolos alt. CD280
HUGO 16875
Entrez 9902
RefSeq NM_006039
UniProt Q9UBG0
Outros dados
Locus Cr. 17 q23

Este receptor reconhece resíduos terminais de manose, N-acetilglicosamina e fucose em glicanos ligados a proteínas [4] que se encontram na superfície dalguns micro-organismos, desempenhando um papel tanto no sistema imunitário inato como no adaptativo. Outras funções que exerce são a eliminação de glicoproteínas da circulação, entre elas hormonas glicoproteicas sulfatadas e glicoproteínas liberadas em resposta a situações patológicas.[5] O receptor da manose é continuamente reciclado entre a membrana plasmática e os compartimentos endossómicos duma maneira dependente da clatrina.[6]

Estrutura

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Organização dos organismos

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O receptor da manose é uma proteína transmembranar do tipo I com um extremo N-terminal extracelular e outra C-terminal intracelular. Sintetiza-se inicialmente na forma dum precursor inactivo, mas é clivado proteoliticamente dando lugar à sua forma activa no complexo de Golgi. A porção extracelular do receptor é composta por 8 domínios de reconhecimento de carboidratos (CDR) consecutivos do tipo C próximos à membrana plasmática, seguidos por um único domínio de repetição de fibronectina de tipo II e um domínio rico em cisteína N-terminal. A cauda citoplasmática não tem capacidade de transdução de sinais em isolamento, uma vez que carece dos motivos apropriados de sinalização.

Referências

  1. Szolnoky G, Bata-Csörgö Z, Kenderessy AS, Kiss M, Pivarcsi A, Novák Z, Nagy Newman K, Michel G, Ruzicka T, Maródi L, Dobozy A, Kemény L (Agosto de 2001). «A mannose-binding receptor is expressed on human keratinocytes and mediates killing of Candida albicans». Journal of Investigative Dermatology. 117 (2): 205–13. PMID 11511295. doi:10.1046/j.1523-1747.2001.14071.x 
  2. Sheikh H, Yarwood H, Ashworth A, Isacke CM (Março de 2000). «Endo180, an endocytic recycling glycoprotein related to the macrophage mannose receptor is expressed on fibroblasts, endothelial cells and macrophages and functions as a lectin receptor». Journal of Cell Science. 113 (6): 1021–32. PMID 10683150 
  3. East L, Isacke CM (2002). «The mannose receptor family». Biochimica et Biophysica Acta. 1572 (2-3): 364–86. PMID 12223280. doi:10.1016/S0304-4165(02)00319-7 
  4. Schlesinger PH, Doebber TW, Mandell BF, White R, DeSchryver C, Rodman JS, Miller MJ, Stahl P (1978). «Plasma clearance of glycoproteins with terminal mannose and N-acetylglucosamine by liver non-parenchymal cells. Studies with beta-glucuronidase, N-acetyl-β-D-glucosaminidase, ribonuclease B and agalacto-orosomucoid». Biochemical Journal. 176 (1): 103–9. PMC 1186209 . PMID 728098 
  5. Lee SJ, Evers S, Roeder D, Parlow AF, Risteli J, Risteli L, Lee YC, Feizi T, Langen H, Nussenzweig MC (2002). «Mannose receptor-mediated regulation of serum glycoprotein homeostasis». Science. 295 (5561): 1898–901. PMID 11884756. doi:10.1126/science.1069540 
  6. Gazi U, Martinez-Pomares L (2009). «Influence of the mannose receptor in host immune responses». Immunobiology. 214 (7): 554–61. PMID 19162368. doi:10.1016/j.imbio.2008.11.004