Recrutamento gay
Recrutamento gay ou recrutamento homossexual, e outros termos similares, são utilizados para descrever a crença[1][2][3] de que as pessoas lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros (LGBT) tentam converter pessoas heterossexuais a um "estilo de vida gay". As acusações de recrutamento nesses sentido são usadas principalmente nos Estados Unidos em oposição aos programas institucionalizados de prevenção do HIV, leis contra o bullying, leis antidiscriminação, inclusão do feminismo e direitos LGBT nas escolas e contra grupos escolares de apoio a jovens LGBT (Gay-Straight Alliance), sob a premissa de que a causa real de algumas ou todas estas medidas seja o de promover a homossexualidade.
Há quem postule que uma das fantasias mais recorrentes em homossexuais seja seduzir heterossexuais,[4][5][6][7][8] além de existir um culto do corpo e da juventude na cultura gay.[9][10][11]
Significado e conotação
editarO "recrutamento homossexual" e termos semelhantes são amplamente empregados por grupos conservadores sociais e da direita cristã para referirem-se à alegação de que pessoas LGBT se envolvem em um esforço concertado para doutrinar crianças, transformá-las em LGBT também[12] e introduzi-las a um "estilo de vida que pode matá-las".[13] Os adeptos dessas alegações de recrutamento apontam como evidência a educação sexual "desviante"[14] e "lasciva".[15] Expressam a preocupação de que os esforços contra o bullying escolar ensinem que "a homossexualidade é normal e que os alunos não devem assediar seus colegas porque são homossexuais", sugerindo o recrutamento como a principal motivação desses programas.[16][17]
Os defensores desta teoria citam a incapacidade de os casais do mesmo sexo de se reproduzirem como uma motivação para o recrutamento.[16][18][19]
Os críticos do termo descrevem-no como um mito anti-gay,[20][21] e um bicho-papão indutor de medo.[22] Muitos críticos acreditam que o termo promove o mito dos homossexuais como pedófilos.[23][24]
Em um artigo no New York Times de 1990, o escritor gay David Leavitt criticou o termo afirmando: "Claro que, para qualquer pessoa gay, como adolescente assustado e confuso, procuraria desesperadamente livros ou filmes ou programas de televisão que oferecessem até mesmo uma simples menção da experiência homossexual para se encaixar, a ideia de "recrutamento" gay é risível. É também profundamente insultante." [25]
As paradas do orgulho LGBT são frequentemente denunciadas como uma tentativa de recrutamento homossexual.[26][27][28]
Ver também
editarReferências
- ↑ Schlatter, Evelyn; Steinback, Robert (9 de dezembro de 2010). «10 Hateful Anti-Gay Myths Debunked». AlterNet
- ↑ Halperin, David (2007). Haggerty, George, ed. «Deviant Teaching». Wiley-Blackwell. A Companion to Lesbian, Gay, Bisexual, Transgender, and Queer Studies: 146–167
- ↑ Haggerty, George E.; Beynon, John; Eisner, Douglas, ed. (2000). Encyclopedia of lesbian and gay histories and cultures. [S.l.]: Garland. pp. 737–738. ISBN 978-0-8153-1880-4
- ↑ «Cómo seducir a un hetero, el monólogo - Teatro de las Aguas». Teatro de las Aguas (em espanhol)
- ↑ «Cómo seducir a un hombre heterosexual». Universo Gay
- ↑ «Una guía gay para ligarse heterosexuales». Vice (em espanhol)
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- ↑ «Soy gay, pero sólo me gustan heterosexuales» (em espanhol). lgtbmagazine.com
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- ↑ «- EL MUNDO | Suplemento de La Luna 227 - Secretos inconfesables del gay power». www.elmundo.es
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- ↑ «Refuting Recruiting». 18 de Junho de 2013
- ↑ «American Family Association spokesman says boy scouts in pride parade reminds him of the Nazis». 5 de Junho de 2013
- ↑ «Our History». Arquivado do original em 29 de Novembro de 2014
- Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em castelhano cujo título é «Reclutamiento gay».