Relayer
Relayer é o sétimo álbum da banda de rock progressivo Yes. É o único a contar com o tecladista Patrick Moraz (futuro Moody Blues), que entrou no lugar de Rick Wakeman, saído do grupo em 1974. Depois deste álbum, os membros passaram a se dedicar mais às suas carreiras solo, tal que o próximo álbum só seria lançado em 1977.
Relayer | |||||||
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Álbum de estúdio de Yes | |||||||
Lançamento | 13 de Dezembro de 1974 | ||||||
Gravação | Agosto - Outubro de 1973 | ||||||
Gênero(s) | Rock progressivo, Jazz rock | ||||||
Duração | 40:31 | ||||||
Gravadora(s) | Atlantic Records | ||||||
Produção | Yes e Eddie Offord | ||||||
Cronologia de Yes | |||||||
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Uma das maiores referências do rock progressivo britânico, a banda teve seu ápice no início dos anos 70, com os clássicos Fragile e Close To The Edge. Porém, em 1973, com o lançamento do controverso Tales From Topographic Oceans, uma das mais aclamadas formações do Yes teve seu fim com a saída do tecladista Rick Wakeman, e o acúmulo de críticas negativas levou muita gente a acreditar que tinham saído de vez do topo. Entretanto, Relayer recebeu recepções mistas a positivas dos críticos contemporâneos e retrospectivos, por trazer uma sensação e sonoridade diferentes do que havia sido apresentado pela banda até então, ao incorporar elementos de Jazz em suas canções[1][2]. Ele alcançou o número 4 na UK Albums Chart e o número 5 na Billboard 200. Um single da seção de encerramento de "The Gates of Delirium", intitulado "Soon", foi lançado em janeiro de 1975. Relayer continuou a vender, e é certificado pela Associação da Indústria Fonográfica da América (RIAA) pela venda de mais de 500.000 cópias nos EUA. Foi remasterizado em 2003 e em 2014, ambos com faixas inéditas; o último inclui novas mixagens de som estéreo e surround 5.1 e faixas adicionais.
História
editarDepois do ambicioso álbum duplo Tales from Topographic Oceans, Rick Wakeman deixou o grupo para se concentrar em sua carreira solo. Para conseguir um substituto, a banda fez diversas audições com diversos tecladistas, sendo que o mais próximo de conseguir o cargo foi o tecladista grego Vangelis. No entanto, ele acabou não entrando na banda por razões desconhecidas, mas sua aproximação com os integrantes do Yes foi importante para a futura empreitada dele com o vocalista Jon Anderson. Keith Emerson chegou a ser contactado pelo empresário da banda Brian Lane, mas Emerson, ainda desfrutando o auge da popularidade do ELP, refutou o convite com desdém[3]. A banda continuou com as audições e acabou decidindo por Patrick Moraz, tecladista e pianista clássico suíço radicado na Inglaterra e que havia acabado de gravar com o Refugee.
O álbum tem o mesmo formato musical de Close to the Edge, de 1972: Um longo e imponente épico no primeiro lado, abrindo o LP, e duas longas músicas no segundo lado, porém mais curtas que a primeira, ambas com 9 minutos. "Gates of Delirium" é uma peça impactante de 22 minutos inspirada pelo livro Guerra e Paz de Leo Tolstoy. A letra se refere justamente à guerra, dizendo como ela é desnecessária e contando suas futilidades[4]. É uma das músicas mais agressivas feitas pela banda, musical e liricamente falando. No entanto, aos 16 minutos ocorre um contraste, uma vez que a música torna-se bem mais suave e calma, como se outra começasse a partir daquele ponto. Daí até o final, esta melodia gentil continua e encerra o épico. Esta parte que difere do resto da música foi intitulada "Soon" e lançada como um single em 1975. O segundo lado começa com "Sound Chaser", uma música mais experimental e com grande influência do jazz, contendo elementos típicos do chamado Jazz rock (gênero que esteve em alta no final da década de 60 e na de 70 inteira) graças à influência de Moraz. Contém alguns improvisos por parte dos membros da banda e todos tocam um solo, tornando a música muito difícil de ser executada. Destacam-se a bateria rítmica, técnica e virtuosa de White, o sintetizador bem elaborado de Moraz, a guitarra ácida de Howe e o baixo rápido e ao mesmo tempo seguro de Squire. O álbum termina com "To Be Over", a música mais calma e melódica do disco, que conta com suaves arranjos no teclado acompanhados por uma guitarra Steel com pedal (também usada na primeira música) e uma cítara elétrica (ambas tocadas pelo guitarrista Steve Howe).
O nome do álbum vem da letra da música "The Remembering (High The Memory)", do álbum anterior. A capa foi desenhada por Roger Dean, artista responsável pela maioria das capas de álbuns da banda.
A reação da crítica para com Relayer, vindo depois de um álbum controverso, foi variada. Alguns disseram com pesar que o Yes estava "perdido" e "sem inspiração", enquanto outros afirmaram que esta era uma obra-prima e talvez o melhor álbum da banda. De qualquer forma, comercialmente falando, o álbum foi um sucesso, chegando a disco de ouro e entrando nas paradas de sucesso britânicas e estadunidenses. A última parte de "The Gates of Delirium", chamada Soon, foi editada no formato single e terminou sendo bastante veiculada em rádios por todo o mundo, inclusive o Brasil. Sem dúvida, o som de Relayer é bem diferente do que o Yes já havia produzido, criando novas atmosferas, com instrumentações e execuções extremamente complexas, vocais dramáticos e realísticos e temas diferenciados dos anteriores. Moraz havia se tornado o tecladista com maior número de equipamentos em concertos de rock, superado somente anos mais tarde por Geoff Downes no Asia.
Gravação
editarA gravação do disco foi feita no estúdio pessoal de Chris Squire, em sua própria casa, em Surrey, Inglaterra. A mixagem e a pós-produção das músicas foram feitas nos estúdios Advision, em Londres.
Esta gravação deu um som especial aos sintetizadores e instrumentos de percussão. Moraz havia adquirido um sintetizador de última geração que ainda estava em estágio de desenvolvimento, um protótipo de sintetizador conseguido diretamente com o fabricante (no caso, era um Vako Orchestron). Isso deu às músicas sons mais modernos e efeitos até então inexistentes ou pouco explorados em sintetizadores, como barulhos de pessoas (como se estivessem num show) e vento (ambos efeitos usados na primeira música). Jon Anderson contou em 2003 que ele e White, a caminho da casa de Squire, compraram alguns pedaços de metal num ferro-velho, inventivamente usados no álbum como instrumentos de percussão (principalmente em "The Gates of Delirium"). Esses metais, juntos com as outras inovações, deram à música um tom mais denso e pesado, um som bem concreto. O álbum é o que tem mais gravações, mixagens e efeitos entre todos da vasta discografia do Yes.
Faixas
editarTodas as músicas escritas por Jon Anderson, Steve Howe, Chris Squire, Patrick Moraz e Alan White.
Lado 1
editar- "The Gates of Delirium" - 21:50
Lado 2
editar- "Sound Chaser" - 9:26
- "To Be Over" - 9:05
Ficha técnica
editar- Jon Anderson - Vocal principal, Violão, Percussão
- Chris Squire - Baixo, Vocal de apoio
- Steve Howe - Guitarra, Violão, Guitarra Steel com pedal, Cítara elétrica, Vocal de apoio
- Patrick Moraz - Sintetizador, Teclado, Piano
- Alan White - Bateria, Percussão
Críticas profissionais | |
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Avaliações da crítica | |
Fonte | Avaliação |
allmusic | [5] |
Pitchfork Media | [6] |
Rolling Stone | (não avaliado) [7] |
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Paradas
editarAno | Parada | Posição |
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1975 | UK Albums Chart (RU) | 4 |
1975 | Billboard Pop Albums (EUA) | 5 |
Certificações
editarOrganização | Título | Data |
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RIAA - EUA | disco de ouro | 1974 |
Relançamentos
editar1988 - Atlantic (CD)
1994 - Atlantic (CD Remasterizado)
1998 - JPN Edição Limitada (capa no estilo do LP)
2003 - Rhino (CD Remasterizado com faixas bônus)
Ligações externas
editarNotas e referências
- ↑ «Yes: "Relayer" não é apenas essencial, mas obrigatório (Resenha - Relayer - Yes)»
- ↑ «Yes: Uma das obras-primas do grupo britânico (Resenha - Relayer - Yes)»
- ↑ Prog Rock Britannia (2009) televised Documentary
- ↑ Comentário do próprio vocalista Jon Anderson no DVD "Symphonic Live", de 2002 (gravado em 2001)
- ↑ Avaliação no allmusic
- ↑ Avaliação na Pitchfork Media
- ↑ Avaliação na Rolling Stone