Residência de Francisco Peixoto
A Residência de Francisco Peixoto foi a primeira construção em estilo moderno da cidade de Cataguases, Minas Gerais, projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer, sob encomenda de Francisco Inácio Peixoto, em 1940.
Residência de Francisco Peixoto | |
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Informações gerais | |
Estilo dominante | Moderno |
Arquiteto | Oscar Niemeyer |
Construção | 1940 |
Estado de conservação | MG |
Património nacional | |
Classificação | IPHAN |
Data | 1994 |
Geografia | |
País | Brasil |
Cidade | Cataguases |
Coordenadas | 21° 23′ 24″ S, 42° 41′ 41″ O |
Localização em mapa dinâmico |
Além de Niemeyer outros nomes de vulto deixaram marca na residência: o paisagismo foi projeto de Roberto Burle Marx, o mobiliário desenhado por Joaquim Tenreiro e possui obras expressivas de artes plásticas: Cândido Portinari, José Pedrosa, Santa Rosa, Jan Zach e Jean Luçart, Alexander Calder, Pablo Picasso, Lasar Segall e outras preciosidades, como é o caso do quadro do Iberê Camargo.
A iniciativa de Francisco Peixoto em alguns anos mudou a estética da cidade de Cataguases, que após a construção da residência e do Colégio Cataguases, atraiu diversos arquitetos (principalmente do Rio de Janeiro) a projetar a nova arquitetura na cidade.[1]
O projeto
editarA casa se situa em um terreno de 1880m² à margem do rio Pomba, para a qual Niemeyer fez o projeto que descreve abaixo:[2]
"O serviço foi desviado para junto do terreno vizinho, o que permitiu à sala de jantar ligação direta com o pátio interno. As escadas para o sobrado também foram alteradas. O primeiro lance conduz à sala de música localizada a 0,80 (m) do piso do living room. O escritório passou para o segundo pavimento e, além de estar próximo ao quarto de dormir e funcionar independente da circulação dos quartos e do banheiro, tem ainda um terraço próprio com ligação direta com o pátio.
- Espero que o meu serviço lhe satisfaça, pois estou certo de que a casa poderá ficar muito boa. A parte dos fundos formará um conjunto de salas e pátio onde o ambiente será agradável. Plasticamente, ela apresentará esse aspecto simples e despretensioso que caracterizou a nossa velha arquitetura colonial.
- Sugeria-lhe que a casa fosse encostada lateralmente nos vizinhos. É a solução que sempre propomos em casos iguais ao seu. Geralmente os proprietários não aceitam bem essa sugestão, mas é a que convém."
– Oscar Niemeyer.
"Externamente, a meu ver, ela deveria ser caiada de branco. As esquadrias poderiam ficar azuis por fora e por dentro na cor da parede, num tom um pouco mais forte apenas. Internamente, a não ser nas paredes indicadas para azul, eu gostaria da casa num tom único - pérola por exemplo. Os banheiros, a copa, a cozinha e os tetos ficariam ainda em caiação branca. As colunas externas e os caibros ficariam num tom marrom e branco respectivamente. No papel anexo indico o tom conveniente para o azul e o marrom. Para obtê-los será necessário empregar tinta a óleo. O seu pintor vai achar o tom muito escuro, mas é o que convém. (…) Quando a obra estiver rebocada e as esquadrias colocadas peço a você o favor de avisar-me para ir vê-la."
– Oscar Niemeyer.
Tombamento
editarAtualmente a casa faz parte do Patrimônio Histórico e Artístico de Cataguases, tombada pelo IPHAN em dezembro de 1994[3], mas o acervo de Artes visuais está desprotegido.
Referências
- ↑ «Patrimônio modernista em Cataguases: razões de reconhecimento e o véu da crítica». Consultado em 6 de setembro de 2008
- ↑ «Revista aU: OSCAR NIEMEYER - CATAGUASES, MG - 1941». Consultado em 6 de setembro de 2008
- ↑ «Departamento Municipal do Patrimônio Histórico E Artístico de Cataguases - MG DEMPHAC». Consultado em 6 de setembro de 2008. Arquivado do original em 1 de novembro de 2008
Ver também
editarLigações externas
editar- «Revista aU Slide Show». acessado em 6 de setembro de 2008