Robotização
Robotização é o processo que envolve a substituição de tarefas outrora executadas por humanos, de forma que tais atividades passem a ser executadas por meio de robôs.[1]
A tecnologia envolvendo a robotização é altamente sofisticada e requer elevado grau de desenvolvimento técnico-científico. Dentre as áreas mais comumente robotizadas, temos os setores computacional, aeroespacial, automação industrial, militar e médico.[2] Contudo, diversas outras áreas podem ser robotizadas, como o caso do comércio, onde máquinas robotizadas conhecidas por vending machines fazem a comercialização de produtos como café, refrigerantes, chocolates, lanches, cigarros, preservativos, ingressos para eventos, entre inúmeros outros itens.[3]
Histórico
editarComo o próprio nome indica, a robotização corresponde à adoção de robôs para execução de atividades anteriormente empreendidas com intervenção manual. A palavra robô deriva do termo eslavo robota , que significa trabalho forçado ou escravo.[4]
A globalização é responsável por diversas modificações no mundo. Um desses fatores fortemente influenciados pelo processo de globalização foi o surgimento da robotização nos processos industriais.[5] A robotização nas fábricas, começou nas últimas décadas do século XX com o uso de computadores e robôs para a fabricação de vários produtos.
Com o avanço dos conhecimentos em robótica, os robôs passaram a executar um grande número de tarefas, reduzindo a possibilidade de falhas humanas. Eles também substituíram os operários em atividades que representam condições perigosas e cansativas, como soldagem de peças, pintura de veículos, operação de alto-forno em siderúrgicas, manipulação de produtos petroquímicos.
O processo produtivo envolvido relaciona-se fundamentalmente aos avanços técnicos que favorecem o aumento da produtividade, tanto de forma quantitativa quanto qualitativa. Desde que a produção industrial começou a ser feita na base de tarefas simples e repetitivas, essas se tornaram alvos de estudos visando a sua automação, ou seja: substituição de trabalho humano por máquinas.
Esse processo evoluiu até culminar na criação do processo de robotização industrial. Uma vez que que a produção envolve grandes montantes financeiros e os custos relacionados à quantidade de pessoas empregadas é cada vez maior, a robotização implica economia a longo prazo.[6]
Características do processo
editarA cada ano, aproximadamente 85 mil novos robôs são introduzidos nas indústrias do planeta, segundo dados divulgados pela Organização das Nações Unidas (ONU). Estima-se que existam mais de 800 mil robôs atuando, gerando força de trabalho suficiente para substituir cerca de dois milhões de pessoas.[5] Esse processo tem diversos objetivos, sendo que um dos principais deles é a maximização da produção: a utilização de robôs é capaz de quadruplicar a produção em determinados segmentos industriais.[5]
As indústrias estão, cada vez mais automatizadas. Essas máquinas são especificamente desenvolvidas e programadas para executar movimentos rápidos, padronizados e extremamente eficazes, aumentando significativamente a produção e, consequentemente, maximizando os lucros. Porém, as consequências podem ser drásticas para os trabalhadores, pois esse fenômeno pode agravar o problema do desemprego.[7]
Notadamente, o setor industrial que mais investe em robôs é o ramo automotivo. De todos os robôs utilizados nas indústrias, estima-se que 68% deles pertençam à indústria automobilística.[4]
A robotização também ocorre nos ambientes domésticos, de modo que é cada vez mais comum a existência de equipamentos autônomos que realizam atividades cotidianas.[4] Robôs aspiradores de pó, limpadores de piscinas robotizados, alimentadores automáticos de animais e assistentes digitais como o Google Assistant e o Amazon Alexa são exemplos de como o processo de robotização avança de forma praticamente irreversível, alterando a rotina doméstica das pessoas.[4][8][9]
Impactos sociais
editarApós passarem por processos de robotização, muitas empresas relatam queda nos custos de operação e aumento da produtividade.[4] Contudo, há preocupação constante de entidades civis quanto ao desemprego que pode ocorrer em função dessa mudança de paradigmas.[5]
Críticas negativas
editarDentre as críticas frequentemente executadas contra o processo de robotização destacam se as seguintes:
- Com o passar dos tempos, a robotização se intensificou e substituiu pessoas, causando desemprego em alguns setores da indústria, afetando a economia, sobretudo em setores mais vulneráveis da sociedade.[5]
- O elevado custo dos equipamentos pode ser fator impeditivo de sua adoção por pequenas empresas.[10]
- Os robôs são incapazes de pensar por conta própria, não podendo tomar decisões de elevado grau de complexidade.[11][12]
- Há preocupações quanto à privacidade dos usuários dessas máquinas, pois muitos robôs são conectados à internet e podem coletar dados sobre sua utilização, repassando tais informações ao fabricante do equipamento.[13]
Vantagens
editarDentre as vantagens frequentemente relacionadas ao processo de robotização, destacam se as seguintes:
- Para os detentores dos meios de produção, a utilização de máquinas é mais vantajosa, visto que, além da produção ocorrer de forma mais rápida, os custos da folha salarial são diminuídos.[5]
- Os robôs são benéficos para as empresas, pois raramente param suas atividades.[5]
- As novas tecnologias forçam os trabalhadores a procurarem por especialização, visto que é necessário a formação de técnicos aptos a operar os equipamentos das empresas que optam por adotar operação robotizada.[2][4]
- Há redução nos níveis de insalubridade no trabalho, visto que as tarefas mais perigosas podem ser desenvolvidas por robôs.[4]
- A redução no custo de produção proporcionada pela robotização pode se refletir em produtos mais baratos para o consumidor final.[14]
Referências
- ↑ Bernard Marr (16 de outubro de 2017). «The 4 Ds Of Robotization: Dull, Dirty, Dangerous And Dear». FORBES. Consultado em 14 de agosto de 2018
- ↑ a b Wakefield, J. «Quais profissões estão ameaçadas pelos robôs?». BBC
- ↑ «Robotization of retail stores: are we ready for such innovations?». Medium
- ↑ a b c d e f g Leal, Rafael Della Giustina (2005). «Impactos sociais e econômicos da robotização: Estudo de caso do projeto roboturb» (PDF). Dissertação submetida à Universidade Federal de Santa Catarina. Consultado em 15 de agosto de 2018
- ↑ a b c d e f g FRANCISCO, W.C. «A robotização na produção industrial». Mundo Educação
- ↑ ROMERO, R. A. F.; PRESTES, E. Robótica Móvel. São Paulo: LTC, 2017.
- ↑ GROOVER, M. P. Robótica Tecnologia e Programação. Belo Horizonte: MGH, 1988.
- ↑ TEMPO, O (30 de julho de 2016). «Robôs "do lar" viram aliados na rotina doméstica». Interessa
- ↑ Willians, Andrew (17 de janeiro de 2018). «Google Assistant vs Amazon Alexa: Which digital assistant is best in 2018?». Trusted Reviews (em inglês). Consultado em 15 de maio de 2018
- ↑ ALMEIDA, P. S. Indústria 4.0: Princípios básicos, aplicabilidade e implantação. São Paulo: Erica, 2019.
- ↑ «Robôs nunca atingirão nível de consciência similar ao humano, diz físico Marcelo Gleiser». Folha de SP
- ↑ «Where machines could replace humans--and where they can't (yet)». McKinsey & Company (em inglês). Consultado em 15 de agosto de 2018
- ↑ Hartzog, Evan Selinger and Woodrow. «The dangers of trusting robots» (em inglês). Consultado em 15 de agosto de 2018
- ↑ https://exame.abril.com.br/revista-exame/robos-estao-mudando-o-jogo-e-china-lanca-ofensiva/