Romualdo Antônio de Seixas
Dom Romualdo Antônio de Seixas (Cametá, 1 de novembro de 1787 — Salvador, 29 de dezembro de 1860) foi um bispo católico e político brasileiro. Foi o 16º Arcebispo da Bahia, Primaz do Brasil, conde e marquês de Santa Cruz.
Romualdo Antônio de Seixas | |
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Arcebispo da Igreja Católica | |
Arcebispo de Salvador | |
Título |
Primaz do Brasil |
Ordenação e nomeação | |
Ordenação presbiteral | 8 de outubro de 1809 |
Ordenação episcopal | 28 de outubro de 1827 por José Caetano da Silva Coutinho |
Nomeado arcebispo | 21 de maio de 1827 |
Brasão arquiepiscopal | |
Dados pessoais | |
Nascimento | Cametá 1 de novembro de 1787 |
Morte | Salvador 29 de dezembro de 1860 (73 anos) |
dados em catholic-hierarchy.org Arcebispos Categoria:Hierarquia católica Projeto Catolicismo |
Biografia
editarRomualdo de Seixas nasceu em Cametá, filho de Francisco Justiniano de Seixas e de Ângela de Sousa Bittencourt, e sobrinho de Dom Romualdo de Sousa Coelho, oitavo bispo do Pará. Finalizou os estudos eclesiásticos em Lisboa.
Com a chegada da Família Real Portuguesa ao Brasil, em 1808, o bispo do Pará, Dom Manuel enviou padre Manuel Evaristo de Brito Mendes e o diácono Romualdo de Seixas cumprimentar El Rei, Dom João VI, em nome do clero paraense. Manuel e Romualdo voltaram a Belém com a nomeação de cônegos da Sé Paraense e Cavaleiros da Real Ordem de Cristo.
Romualdo de Seixas foi ordenado presbítero em Belém, em 1 de novembro de 1810, por Dom Manuel de Almeida de Carvalho. Foi nomeado pároco de Cametá e posteriormente Vigário Capitular.
O cônego Romualdo de Seixas presidiu a Junta Governativa Provisória da província do Grão-Pará e Rio Negro de 1821 a 1822 e em 1823.[1]
O Imperador do Brasil, D. Pedro I, por decreto de 12 de outubro de 1826, o nomeou 16º Arcebispo da Bahia. O Papa Leão XII confirmou a nomeação em 30 de maio de 1827.
O cônego Romualdo foi ordenado bispo em 28 de outubro de 1827, pelo Bispo Capelão-Mor Dom José Caetano da Silva Coutinho, bispo do Rio de Janeiro.
Recebeu o pálio arquiepiscopal em 4 de novembro de 1827. Em 31 de janeiro de 1828 tomou posse por procuração e fez sua entrada solene na catedral de Salvador, em 26 de novembro de 1828.
Foi deputado pelo Pará e pela Bahia, tendo presidido a Câmara em 1828 e 1829. Recebeu de D. Pedro I o título de pregador da Capela Imperial e a grande dignitária da Imperial Ordem da Rosa.
Em 18 de julho de 1841, como único arcebispo do Brasil à época (a província eclesiástica de São Salvador da Bahia abrangia todo o território brasileiro, e todas as demais dioceses eram sufragâneas da arquidiocese metropolitana de Salvador), presidiu a solenidade de sagração de D. Pedro II, Imperador do Brasil, e dele recebeu a Grã-Cruz da Imperial Ordem de Cristo. Recebeu o título de Conde de Santa Cruz, por decreto imperial de 2 de dezembro de 1858. Em 14 de março de 1860 foi nomeado Marquês de Santa Cruz.
Dom Romualdo pertenceu ao grupo dos bispos ultramontanos ou reformadores, como Dom Antônio Ferreira Viçoso, de Mariana, Dom Antônio Joaquim de Melo, de São Paulo, Dom Antônio de Macedo Costa, do Pará e Dom Vital de Oliveira, de Pernambuco.
Foi sócio da Academia de Munique, do Instituto da África em Paris; do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Sociedade Real dos Antiquários do Norte e outras sociedades de ciências e letras.
Correspondeu-se com Carl Friedrich Philipp von Martius e Johann Baptiste von Spix após manter contato pessoal quando da viagem destes à Amazônia. Ao regressarem à Europa, os naturalistas lhe enviaram de lá o diploma de sócio da Real Academia das Ciências de Munique.
Sucessão
editarDom Romualdo foi o 16º Arcebispo da Bahia, sucedeu a Dom Frei Vicente da Soledade e Castro, OSB e teve como sucessor Dom Manuel Joaquim da Silveira.
Homenagens
editarEm Cametá há uma escola com seu nome Grupo Escolar Dom Romualdo de Seixas que é o mais antigo da cidade.
Uma das ruas do Bairro do Cambuci em São Paulo tem o nome de Rua Dom Romualdo de Seixas. Assim como em Belém do Pará, no bairro Umarizal.
No Bairro de Santa Cruz, Rio de Janeiro, uma praça próxima a Igreja Matriz recebe seu nome: Praça Dom Romualdo.
Referências
- ↑ Galvão, Miguel Archanjo (1894). Relação dos cidadãos que tomaram parte no governo do Brazil no periodo de março de 1808 a 15 de novembre de 1889. Rio de Janeiro: Imprensa nacional. p. 89
Bibliografia
editar- BAENA, Antônio Ladislau Monteiro (1782-1850). Compêndio das eras da Província do Pará. Belém: Universidade Federal do Pará, 1969. 395 p.
- BLAKE, Augusto Victorino Alves Sacramento. Diccionario Bibliographico Brazileiro. Rio de Janeiro, 1883-1902. 7v.
- COUTINHO, Afrânio; SOUSA, J. Galante de (dir.). Enciclopédia de literatura brasileira. 2. ed. rev., ampl, atual. e il. Sob a coordenação de Graça Coutinho e Rita Moutinho. São Paulo: Global; Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional e Academia Brasileira de Letras, 2001
- GUIA histórico e catálogo da Arquidiocese de Belém. Belém, 1982. 45 p.
- RAMOS, Alberto Gaudêncio. Cronologia eclesiástica do Pará. Belém: Falângola, 1985. 305 p.
- SILVA, Cândido da Costa e; AZZI, Riolando. Dois estudos sobre D. Romualdo Antônio de Seixas Arcebispo da Bahia. Salvador: CEB, UFBA, 1981. 38 p. (Centro de Estudos Baianos, 95).
Ligações externas
editar- Archbishop Romualdo Antônio de Seixas Catholic Hierarchy (em inglês) NB: Há erro na grafia; não há “Barroso” no sobrenome do arcebispo.
- «GCatholic» (em inglês)
- Arquivos e Coleções Particulares: Dom Romualdo Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro
- Cônego Benigno José de Carvalho: imaginário e ciência na Bahia do século XIX Sérgio Luis Muricy de Almeida (dissertação de mestrado)
- Galeria dos brasileiros ilustres S. A. Sisson
- Biblioteca Nacional Acervo de obras raras referentes a Dom Romualdo.
Precedido por Vicente da Soledade e Castro |
Arcebispo de São Salvador da Bahia 1827 — 1860 |
Sucedido por Manuel Joaquim da Silveira |