Rosa Virgínia Mattos e Silva
Rosa Virgínia Barreto de Mattos Oliveira e Silva (Salvador, 27 de julho de 1940 – 16 de julho de 2012[1]) foi uma linguista histórica baiana, pioneira e uma das autoridades no estudo da história da Língua Portuguesa no Brasil.[2][3]
Rosa Virgínia Barreto de Mattos Oliveira e Silva | |
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Nascimento | 27 de julho de 1940 Salvador, Bahia, Brasil |
Morte | 16 de julho de 2012 (71 anos)[1] Salvador, Bahia, Brasil |
Residência | Brasil |
Nacionalidade | brasileira |
Alma mater | Universidade Federal da Bahia |
Orientador(es)(as) | Isaac Nicolau Salum |
Instituições | Universidade Federal da Bahia |
Campo(s) | Linguística histórica |
Tese | A mais antiga versão portuguesa dos Quatro Livros dos Diálogos de São Gregório. Edição Crítica com Introdução e Índice geral das palavras lexicais (1971) |
Formação
editarGraduada em Línguas Anglo Germânicas, pela Universidade Federal da Bahia em 1961, Rosa fez mestrado em Letras, pela Universidade de Brasília, em 1965 e obteve o doutorado em Linguística pela Universidade de São Paulo, em 1971.[4]
Foi ainda durante sua graduação que Rosa se interessou pelas raízes históricas da língua portuguesa. Em suas décadas de dedicação ao ensino e à pesquisa, Rosa foi considerada uma "arqueóloga da língua", onde descreveu minuciosamente a história do idioma, tanto no Brasil quanto em Portugal, seguindo as origens desde a Idade Média até os dias atuais.[3] Dedicou-se a estudar não apenas as origens do idioma, mas também trabalhou com Sociolinguística e a Dialetologia.[2][4]
Rosa acreditava que ao contribuir para a história da Língua Portuguesa, ela contribuiria também para o ensino da mesma em sala de aula e na alfabetização e que a pesquisa acadêmica não podia ficar distante das escolas.[4][3] Em uma entrevista, Rosa assim disse:
“ | Olha, muita gente está alfabetizando pelo Brasil e poucos se dedicam ao passado da língua portuguesa. No meu caso, tanto posso alfabetizar, como pesquisar o português do período arcaico.[2] | ” |
Foi Professora Titular e Emérita da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e pesquisadora nível 1A do CNPq, atuando na graduação e na pós-graduação. Fundou o Programa de Pós-Graduação em Letras e Linguística da UFBA. Publicou mais de 60 artigos em revistas brasileiras e estrangeiras, produzindo também 18 livros e 40 capítulos de livros, muitos publicados em Portugal.[4] Dedicou-se com afinco à criação do Programa para a História da Língua Portuguesa (PROHPOR),[3] da UFBA, que reúne pesquisadores das mais variadas tendências linguísticas, cujo objetivo principal é o estudo da constituição histórica da língua portuguesa, desde o período arcaico, a partir do século XVI, para a investigação do português brasileiro.[2][4]
Rosa fez parte da equipe editorial de diversos periódicos, como a Alfa Revista de Lingüística. Alguns de seus livros são considerados leitura obrigatória na área de Linguística e Linguística Histórica, tanto no Brasil quanto em Portugal.[2]
Morte
editarRosa faleceu poucos dias antes de seu aniversário, aos 71 anos, em 16 de julho de 2012, em Salvador.[1]
Principais publicações
editar- O português arcaico, uma aproximação. 1. ed. Lisboa: Imprensa Nacional Casa da Moeda, 2008. v. 2. 1098 páginas.
- Caminhos da lingüística histórica. São Paulo: Parábola, 2008. 206 páginas.
- O português arcaico: fonologia, morfologia e sintaxe. 1. ed. Sâo Paulo: Editora Contexto, 2006. v. 1. 203 páginas.
- O português são dois: novas fronteiras, velhos problemas. São Paulo: Parábola, 2004. 151 páginas.
- Contradições no ensino do português. A língua que se fala X a língua que se escreve. São Paulo/Salvador: Contexto/EDUFBA, 1995. 98 páginas.
Links
editarReferências
- ↑ a b c Portal de Cultura do Governo do Estado da Bahia (ed.). «Nota de Pesar». Portal de Cultura do Governo do Estado da Bahia. Consultado em 11 de janeiro de 2017
- ↑ a b c d e Universidade Federal da Bahia (ed.). «Sobre a vida e obra de uma linguista histórica brasileira» (PDF). Grupo Nemêsis. Consultado em 11 de janeiro de 2017
- ↑ a b c d PROHPOR (ed.). «Perfil da fundadora». PROHPOR. Consultado em 11 de janeiro de 2017
- ↑ a b c d e Roberto Leiser Baronas (ed.). «Pioneiras da Ciência no Brasil». CNPq. Consultado em 11 de janeiro de 2017