São Martinho das Chãs

freguesia do município de Armamar, Portugal

São Martinho das Chãs é uma freguesia portuguesa do município de Armamar, com 9,67 km² de área[1] e 478 habitantes (censo de 2021)[2]. A sua densidade populacional é 49,4 hab./km².

Portugal Portugal São Martinho das Chãs 
  Freguesia  
Localização
Localização no município de Armamar
Localização no município de Armamar
Localização no município de Armamar
São Martinho das Chãs está localizado em: Portugal Continental
São Martinho das Chãs
Localização de São Martinho das Chãs em Portugal
Coordenadas 41° 04′ 25″ N, 7° 39′ 33″ O
Região Norte
Sub-região Douro
Distrito Viseu
Município Armamar
Código 180115
Administração
Tipo Junta de freguesia
Características geográficas
Área total 9,67 km²
População total (2021) 478 hab.
Densidade 49,4 hab./km²

São Martinho é uma freguesia bastante grande com três povoações: São Martinho, Gogim e Lumiares. Com 762 habitantes (Censos 2001) e 226 famílias clássicas é a segunda maior em área total com 9,7 km² (num total de 117,1 km² que tem o Município).

História

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A povoação fez parte do termo da vila de Lumiares até à extinção do mesmo Concelho em 1834, altura em que passou a integrar o de São Cosmado até 1855. É uma das mais antigas paróquias da diocese de Lamego e o templo primitivo que existia no local da atual igreja terá origens no período da monarquia visigótica. (século VI).

Em 1527 o “Numeramento” dava à cabeça de Concelho (Lumiares) 43 moradores, tendo: S. Martinho, 30; Vila Nova, 6; Santa Cruz, 43; Gogim, 63; e Casal de Fagilde, 2. Todos estes lugares eram pertencentes ao Concelho de Lumiares.

No Couto de Lumiares, composto pelas povoações de S. Martinho, Gogim, Vila Nova e Santa Cruz imperou o influente barão e trovador medieval D. Abril Peres, bisneto de Egas Moniz.

Património

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As ruas de São Martinho, estreitas e compondo na sua totalidade um povoado muito compacto, remontam ao típico ordenamento medieval. Do património de S. Martinho ressalta a importância da Igreja Paroquial, coeva da de Armamar e das mais antigas do Município. É um monumento que requer uma visita atenta para apreciar alguns pormenores interessantes: um relógio de sol na parede sul; a torre do relógio; a cornija repleta de modilhões representando motivos simbólicos, isto para falar só do exterior do monumento.

Geografia

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A freguesia de São Martinho das Chãs, situada na parte sul do Município e já numa zona de transição para climas mais frios, teve e tem uma agricultura diferente da que encontramos nas freguesias mais a norte, junto ao vale do Douro. Aqui se produzia antigamente muito cereal, nomeadamente centeio e milho, azeite e vinho.

Nos dias de hoje já não se vê cereal nem azeite e, mesmo vinhas, são muito poucas. A cultura dominante é a maçã. Gogim é o centro da fruticultura do Município. Na freguesia estão concentradas grande parte das unidades de refrigeração que conservam toneladas de maçã entre o período da colheita e expedição para os pontos de venda.

A cultura da maçã terá surgido aqui pela mão de D. Francisco Maria Martinho de Almeida Manuel de Vilhena (9.º conde de Vila Flor e 2.º de Alpedrinha). Era um famoso engenheiro agrónomo e a ele se deve a experiência bem sucedida da cultura da maçã em Gogim.

Em Gogim merece destaque pela sua beleza, imponência e importância histórica a Casa Grande. Residência nobre, é o único solar existente no Município e aqui viveram os condes de Vila Flor e Alpedrinha. Tem capela particular de invocação a S. Domingos. Em 1713 teve obras de reconstrução para receber a boda de D. Miguel Teixeira de Carvalho (1669-1756) com D. Maria Engrácia de Albuquerque. Este acontecimento marcou a memória dos habitantes de Gogim e de todas as gentes do Concelho pela dimensão da festa com grande número de convidados, e pela abundância das sedas e dos damascos e o luxo dos coches que ali se viram.

Lumiares, a outra povoação da freguesia, foi em tempos terra muito importante. Cabeça de Concelho e de Condado, no primeiro terço do século XIV era paróquia da diocese de Lamego.

Teve foral antigo e D. Manuel concedeu-lhe foral novo em 9 de março de 1515 com casa de Câmara, vereadores e justiça própria com juiz. Em 1834 o Concelho foi extinto.

Do património de Lumiares, que terá sido muito rico, pouco resta. A capela paroquial, de invocação a Sra. da Graça persiste juntamente com o pelourinho, muito embora este tenha sido transformado em cruzeiro. No entanto não há grandes vestígios da arquitetura urbana medieval, nem dos paços nobres que foram habitação dos filhos de Egas Moniz e depois de D. Abril Peres, senhor do Condado.

Demografia

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A população registada nos censos foi:[2]

População da freguesia de São Martinho das Chãs[3]
AnoPop.±%
1864 1 004—    
1878 1 099+9.5%
1890 1 085−1.3%
1900 1 135+4.6%
1911 1 107−2.5%
1920 1 042−5.9%
1930 1 102+5.8%
1940 1 032−6.4%
1950 1 168+13.2%
1960 1 097−6.1%
1970 1 011−7.8%
1981 903−10.7%
1991 759−15.9%
2001 726−4.3%
2011 549−24.4%
2021 478−12.9%
Distribuição da População por Grupos Etários[4]
Ano 0-14 Anos 15-24 Anos 25-64 Anos > 65 Anos
2001 127 111 353 135
2011 76 71 278 124
2021 40 66 243 129

Referências

  1. «Carta Administrativa Oficial de Portugal CAOP 2013». descarrega ficheiro zip/Excel. IGP Instituto Geográfico Português. Consultado em 10 de dezembro de 2013. Arquivado do original em 9 de dezembro de 2013 
  2. a b Instituto Nacional de Estatística (23 de novembro de 2022). «Censos 2021 - resultados definitivos» 
  3. Instituto Nacional de Estatística (Recenseamentos Gerais da População) - https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes
  4. INE. «Censos 2011». Consultado em 11 de dezembro de 2022 

Ligações externas

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