Igreja de Jerusalém

Antiga comunidade cristã
(Redirecionado de Sé de Jerusalém)

A Igreja de Jerusalém, posteriormente, Sé de Aelia Capitolina, foi uma das quatro sés apostólicas do Cristianismo primitivo, juntamente com Antioquia, Roma e Alexandria (Constantinopla foi adicionada posteriormente como a quinta), e uma das cinco Grandes Igrejas que compunham a pentarquia antes do Grande Cisma.[1][2]

Igreja de Jerusalém
(Sé episcopal de Jerusalém)
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Aelia Capitolina
Líder Bispo de Jerusalém
Área geográfica Élia Capitolina
Sede Jerusalém
Fundador Apóstolo Tiago
Origem Séc. I
Separações Igreja Ortodoxa Grega de Jerusalém
Designada como patriarcado em 531

De 135 a 451, foi uma diocese sufragânea da Metrópole de Cesareia da Palestina.

História

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Jerusalém

Origens

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Na Era Apostólica, os primeiros centros do Cristianismo consistiam em um número indefinido de igrejas locais que inicialmente olhavam para Jerusalém como seu principal centro e ponto de referência. Alguns encontraram o caminho para Antioquia, onde empreenderam esforços evangélicos e para quem o termo "cristãos" foi usado pela primeira vez.[3] No entanto, Jerusalém foi consistentemente central para o Cristianismo.

Durante os primeiros séculos cristãos, a igreja desse lugar era o centro do cristianismo em Jerusalém, "Santa e gloriosa Sião, mãe de todas as igrejas". Certamente nenhum lugar na cristandade pode ser mais venerável do que o local da Última Ceia , que se tornou a primeira igreja cristã.[4]

Anciãos de Jerusalém

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As primeiras comunidades cristãs de Jerusalém eram lideradas por um Conselho de Anciãos e se considerava parte de uma comunidade maior judaica. Este sistema colegiado de governo em Jerusalém é atestado em Atos 11:30 e em Atos 15:22. Os líderes passaram, numa data posterior, a serem chamados de "bispos".

Eusébio de Cesareia (Hist. Ecles. II, 1.3) afirmou - baseado em Clemente de Alexandria - que Tiago, o Justo (um dos irmãos de Jesus) foi o primeiro líder da Igreja em Jerusalém.[5]

Mas Clemente, no sexto volume de sua Hypotyposes, assim escreveu: 'Pois eles dizem que Pedro e Tiago e João após ascensão do nosso Salvador, como se também fosse preferido do nosso Senhor, lutaram não pela honra, mas escolheram Tiago, o Justo, como bispo de Jerusalém.
 

O relato é posteriormente confirmado por Jerônimo em sua De Viris Illustribus (cap. 2), onde se lê que:[6]

E assim ele reinou sobre a Igreja de Jerusalém por trinta anos, ou seja, até o sétimo ano de Nero, e foi enterrado do templo de onde ele fora atirado [ quando foi martirizado ]. A lápide com seu nome era muito conhecida até o tempo de Tito e o final do reinado do imperador Adriano.
 

Ælia Capitolina

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No início do século IV, Eusébio de Cesaréia diz que todos os primeiros bispos de Jerusalém eram "hebreus de linhagem antiga" até a revolta de Bar Kokhba, vindos da "família de Jesus" como Tiago, o Justo. Jerusalém foi tomada e destruída por Tito em 70 e reconstruída pelo Imperador Adriano sob o novo nome de Ælia Capitolina em 135.[7] Sua diocese foi então anexada à de Sé metropolitana de Cesareia. Adriano também se recusa a admitir bispos “resultantes da circuncisão” na Ælia Capitolina, o que provavelmente contribui para consolidar a preeminência dos cristãos do paganismo dentro do cristianismo.

Eusébio de Cesaréia ainda relata que Jerusalém não tinha mais nenhum significado teológico para os cristãos de seu tempo, ao contrário dos judeus, e eles não parecem ter dado a ela nenhum interesse particular. Foi o Imperador Constantino quem estabeleceu a importância da cidade, promovendo-a como local de peregrinação a partir do século IV e construindo ali a partir de 326 a Basílica do Santo Sepulcro.

Sé com status especial

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A Sé de Jerusalém recebeu um reconhecimento especial no cânon 7 do Primeiro Concílio de Niceia, em 325 d.C., sem ainda conseguir se tornar uma sé metropolitana.[8][nt 1][nt 2] Além disso, o concílio determinou que os bispos de Jerusalém fossem apontados pelo metropolita de Antioquia.

Patriarcado

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Em 451, na sétima sessão do Concílio de Calcedônia, o "Decreto sobre a jurisdição de Jerusalém e Antioquia", elevou a Sé de Jerusalém à dignidade patriarcal.[2][9] Foi formalmente designada como Patriarcado desde 531.[2][10]

Divisões

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Atualmente, cinco diferentes ramos da Igreja cristã alegam a sucessão a Igreja de Jerusalém:

e, num sentido mais amplo, também:

  1. Em Schaff. Seven Ecumenical Councils. First Nicaea: Canon VII (em inglês). [S.l.: s.n.], o autor cita o cânon: "Como lá prevalece uma tradição e um costume antigos que resultam no bispo de Élia Capitolina sendo honrado, que lhe seja dado tudo o que concerne a esta honra e, com exceção da dignidade apropriada apenas à Metropolis, tenha o próximo lugar de honra". Ele continua: "É muito difícil determinar o que era a 'precedência' concedida ao bispo de Élia e também não é claro qual é a metropolis referida na última frase. A maior parte dos autores, incluindo Hefele, Balsamon, Aleixo Aristeno e Beveridge consideram-na como sendo Cesareia, enquanto que Zonaras acredita que a intenção era Jerusalém, um ponto de vista recentemente adotado - e defendido - por Fuchs; outros ainda supõem que seja Antioquia a referida."
  2. "Como lá prevalece uma tradição e um costume antigos que resultam no bispo de Élia Capitolina sendo honrado, que lhe seja dado tudo o que concerne a esta honra e, com exceção da dignidade apropriada apenas à Metropolis, tenha o próximo lugar de honra". «Cânone 7 do Primeiro Concílio de Niceia» (em inglês). Eternal Word Television Network. Consultado em 21 de agosto de 2011

Ver também

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A Pentarquia
Bispo de Roma
(Lista de Papas)
Patriarca da Igreja de Alexandria
(Lista de patriarcas)
Patriarca da Igreja de Antioquia
(Lista de patriarcas)
Patriarca da Igreja de Jerusalém
(Lista de patriarcas)
Patriarca da Igreja de Constantinopla
(Lista de patriarcas)


Referências

  1. «Pentarchy | Christianity | Britannica». www.britannica.com (em inglês). Consultado em 1 de junho de 2023 
  2. a b c «A IDEIA DA PENTARQUIA NO CRISTIANISMO.». www.homolaicus.com. Consultado em 1 de junho de 2023 
  3. Atos 11:19–26
  4. «CATHOLIC ENCYCLOPEDIA: Jerusalem (A.D. 71-1099)». www.newadvent.org. Consultado em 1 de junho de 2023 
  5. Cesareia, Eusébio de. «1.3». História Eclesiástica. The Course pursued by the Apostles after the Ascension of Christ. (em inglês). II. [S.l.: s.n.] 
  6.   "De Viris Illustribus - James, the brother of our Lord", em inglês.
  7. «Palestine: People and Places». web.archive.org. 10 de março de 2008. Consultado em 1 de junho de 2023 
  8. «Philip Schaff: NPNF2-14. The Seven Ecumenical Councils - Christian Classics Ethereal Library». ccel.org. Consultado em 1 de junho de 2023 
  9. «Philip Schaff: NPNF2-14. The Seven Ecumenical Councils - Christian Classics Ethereal Library». www.ccel.org. Consultado em 1 de junho de 2023 
  10. «CATHOLIC ENCYCLOPEDIA: Patriarch and Patriarchate». www.newadvent.org. Consultado em 5 de junho de 2023