Saíbe Axama (Sahib ax-Xama - lit. "o homem da marca"), nascido Huceine ibne Zacarauai (al-Husain ibn Zakarauaih), foi um líder dos carmatas no deserto da Síria nos primeiros anos do século X.

Saíbe Axama
Nascimento século IX
Morte 13 de fevereiro de 904
Bagdá
Progenitores Pai: Zacarauai ibne Mirauai
Ocupação general
Religião islamismo
 
Dinar do califa Almoctafi (r. 902–908)

Huceine foi o filho mais novo do líder carmata Zacarauai ibne Mirauai e um descendente do sétimo imame ismailita, Maomé ibne Ismail. Huceine seguiu seu irmão Iáia, que alegou ser o Mádi e assumiu o nome de Saíbe Anaca ("mestre da camela"), e estabeleceu uma base de operações em Palmira. Os irmãos foram bem-sucedido em adquirir apoio de muitos beduínos locais — especialmente dos calbitas, assim adquirindo uma potente força militar.[1][2]

De sua base, eles começaram a lançar raides contra as províncias abássida e tulúnida da Síria, com efeito devastador. Em 902, os carmatas derrotaram os tulúnidas sob Tugueje ibne Jufe próximo de Raca, e lideram cerco de Damasco. A cidade foi protegida por Tugueje com sucesso, e Iáia foi morto. A liderança passou para seu Huceine, que igualmente alegou ser o Mádi sob o nome de "Abul Abas Amade ibne Abedalá" e assumiu o título de "Saíbe Axama" ("homem da marca"). Ele liderou os carmatas na invasão de Homs, Hama, Heliópolis, Maarate Anumane e mesmo a antiga base deles de Salamia, de onde o Mádi fatímida rival, Abedalá, havia partido recentemente rumo ao Magrebe no oeste.[3][4]

As depredações não reprimidas dos carmatas forçaram o governo abássida sob o califa Almoctafi a intervir diretamente para combatê-los; em 29 de novembro de 903, um exército sob Maomé ibne Solimão Alcatibe encontrou e infligiu uma derrota decisiva sobre as forças de Huceine na batalha de Hama. Huceine conseguiu escapar junto de seu primo Almudatir, seu associado Almutavaque e um pajem grego. Eles fugiram através do deserto, tentando alcançar Cufa. Foram capturados em Dália sobre a Estrada do Eufrates, próximo de Arraba (ar-Rahbah), e foram executados publicamente em Bagdá junto com outros líderes e simpatizantes carmatas em 13 de fevereiro de 904.[5]

Zicrauai, o pai dos irmãos, também rebelou-se em 906 próximo de Cufa, mas foi morto no ano seguinte durante um ataque contra a caravana haje. Com estas derrotas, o movimento carmata virtualmente deixou de existir no deserto da Síria, embora sua contraparte no Barém (Arábia Oriental) permaneceu uma ameaça ativa até várias décadas depois.[6][7][8]

Referências

editar
  1. Brett 2001, p. 65.
  2. Kennedy 2004, p. 286–287.
  3. Kennedy 2004, p. 286.
  4. Brett 2001, p. 65–66.
  5. Tabari 1985, p. 135–144.
  6. Tabari 1985, p. 158–168.
  7. Kennedy 2004, p. 185, 286.
  8. Brett 2001, p. 66.

Bibliografia

editar
  • Brett, Michael (2001). The Rise of the Fatimids: The World of the Mediterranean and the Middle East in the Fourth Century of the Hijra, Tenth Century CE. The Medieval Mediterranean 30. Leida: BRILL. ISBN 9004117415 
  • Kennedy, Hugh N. (2004). The Prophet and the Age of the Caliphates: The Islamic Near East from the 6th to the 11th Century (Second ed. Harlow, RU: Pearson Education Ltd. ISBN 0-582-40525-4 
  • Tabari (1985). Rosenthal, Franz, ed. The History of al-Ṭabarī, Volume XXXVIII: The Return of the Caliphate to Baghdad: The Caliphates of al-Muʿtaḍid, al-Muktafī and al-Muqtadir, A.D. 892–915/A.H. 279–302. SUNY Series in Near Eastern Studies. Albânia, Nova Iorque: Imprensa da Universidade Estadual de Nova Iorque. ISBN 978-0-87395-876-9