Sant'Ambrogio della Massima
Sant'Ambrogio della Massima, chamada também de Sant'Ambrogio alla Massima, é uma igreja de Roma, Itália, localizada no rione Sant'Angelo, na via di Sant'Ambrogio, perto do Pórtico de Otávia. É dedicada a Santo Ambrósio, que, segundo a tradição, teria vivido no local.[1]
Igreja de Santo Ambrósio de Máxima Sant'Ambrogio della Massima | |
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Fachada da igreja | |
Informações gerais | |
Início da construção | século IV? |
Fim da construção | século XVII (reconstrução) |
Religião | Igreja Católica |
Diocese | Diocese de Roma |
Geografia | |
País | Itália |
Localização | Rione Sant'Angelo |
Região | Roma |
Coordenadas | 41° 53′ 35″ N, 12° 28′ 42″ L |
Localização em mapa dinâmico |
Era um convento até uma visita apostólica realizada pela Santa Sé no século XIX, quando foi desmantelado para que o fosse utilizado como uma universidade missionária. Depois passou a ser uma igreja abacial, parte da paróquia de Santa Maria in Portico in Campitelli.
Etimologia
editarO nome da igreja é uma referência a uma antiga tradição segundo a qual a igreja teria sido construída sobre a casa na qual Santo Ambrósio viveu em Roma antes de tornar bispo de Mediolano (moderna Milão). O cognome "Massima" ("de Maxima"[a]) pode ser uma referência à Cloaca Máxima, que tem uma ramificação passando nas imediações, ou a alguma outra propriedade da igreja ou a uma suposta fundadora chamada "Máxima"[3] ou ainda a um vestígio toponímico da localização do Pórtico dos Máximos na região.[4]
História
editarEsta igreja surgiu da fusão de duas outras igrejas anteriores no mesmo local por volta de 1500: uma dedicada a Santa Maria e outra, a Santo Estêvão. De acordo com a lenda, o convento de Santa Maria teria sido fundado por Santa Marcelina, irmã mais velha de Santo Ambrósio, em 353. Foi reconstruído na década de 700 e, novamente, na década de 1100. A igreja de Santo Estêvão também foi reconstruída no início do século XII. O novo edifício que uniu as duas foi dedicado a Santo Ambrósio pelos beneditinos e foi gradualmente sendo ampliado. Giacomo della Porta acrescentou uma nova ala em 1578[3] Em 1606, Carlo Maderno reprojetou a igreja por encomenda da freira Beatriz Torres e seu irmão, Ludovico Torres.[5] Durante a ocupação napoleônica de Roma, a igreja foi abandonada e só foi restaurada em 1814 por ordem do papa Pio VII.[3]
A partir daí, o convento, passou a ser exclusivamente feminino e enclausurado, habitado por freiras franciscanas.[6] A abadessa fundadora do novo convento, Maria Agnese Firrao, foi condenada em 1816 de "falsa santidade" (fingir ser um santo), removida do posto e presa.[7] Apesar disso, ela continuou a dirigir as atividades no local através de correspondências contrabandeadas por suas seguidoras.[8] Em 1859, a princesa Catarina de Hohenlohe-Waldenburg-Schillingsfürst, recém-admitida como noviça, denunciou atividades ilícitas no local à Inquisição, acusando a mestre das noviças, Maria Luísa, entre outras, de "transgressões sexuais, práticas heréticas e esquemas homicidas", segundo a revista Salon.[6] Catarina notou ainda a veneração à abadessa Firrao e também à própria Maria Luísa; esta última alegava receber mensagens de Jesus e estava realizando rituais permitidos apenas para os padres, além de dormir com diversas noviças.[6] Outras transgressões incluíam a incorporação de beijos e outros atos sexuais no ritual da imposição das mãos e supostos casos amorosos entre as freiras e os padres.[7] Ainda de acordo com Catarina, quando ela questionou as práticas do convento, foi vítima de uma tentativa de envenenamento. Conforme as investigações prosseguiam, a Santa Sé removeu as freiras do local e colocou Maria Luísa em "isolamento forçado", mas detalhes dos eventos posteriores no convento foram mantidos em segredo pelas autoridades eclesiásticas.[6][7]
Em 1861, o papa Pio IX entregou o edifício a um grupo de monges beneditinos, que o transformaram numa universidade missionária e trocaram a fachada depois que ela ruiu no ano seguinte.[3] Depois da unificação da Itália (1870), a igreja e o mosteiro foram expropriados pelo novo Reino da Itália, mas logo em seguida a igreja e parte do convento foram devolvidos aos beneditinos. A universidade foi suprimida em 1883 e a igreja hoje é a igreja abacial e residência da cúria da Congregação Subiaco-Cassinesa.[9]
Arquitetura
editarO edifício atual, partes do qual remontam ao início do século XVII, é uma basílica encimada por uma cúpula. A planta é em cruz latina, com uma capela de cada lado da nave. O interior inclui "ricas decorações em estuque e afrescos sobre a Vida de Maria".[10] Um afresco no refeitório do convento sobre a "Deposição", com uma irmã beneditina em oferenda, é atribuídos a Antoniazzo Romano. No subterrâneo da igreja é possível visitar os restos da suposta casa de Santo Ambrósio.
Galeria
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Detalhe da fonte no claustro.
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Interior e o altar-mor.
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Contra-fachada.
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Altar da Madona com o Menino.
Referências
- ↑ Rome, ancient and modern: and its environs, Volume 2 by Jeremiah Donovan 2010 ISBN 1-174-37350-4 pages 179–180 (em inglês)
- ↑ Danti, Alberto (1992). «Una lastra a rilievo altomedievale dal Monsatero di Sant'Ambrogio alla Massima». L'Erma di Bretschneider. Bollettino dei Musei comunali di Roma. Nuova serie (em italiano). 6: 50. ISBN 9788870628111
- ↑ a b c d «Sant'Ambrogio della Massima» (em inglês). Hidden Churches of Rome
- ↑ «Via di Sant'Ambrogio» (em italiano). RomaSegreta
- ↑ Dunn, Marilyn (1997). «Convents». In: Gaze, Delia. Dictionary of women artists (em inglês). [S.l.]: Fitzroy Dearborn. p. 27. ISBN 9781884964213
- ↑ a b c d Miller, Laura (15 de janeiro de 2015). «Nuns gone bad». Salon (em inglês)
- ↑ a b c Bethune, Brian (19 de janeiro de 2015). «The sex cult inside a convent». Maclean's (em inglês): 56
- ↑ Gordon, Susan. «Poison, power struggles, and the mysterious nuns of Sant'Ambrogio». Biographile (em inglês)
- ↑ «The Order of St Benedict» (em inglês). Chilworth Benedictines
- ↑ Monico, Nicolle (7 de fevereiro de 2014). «8 obscure churches in Rome that will take your breath away». Huffington Post Italy (em inglês)
Nota
editarBibliografia
editar- Pietrangeli, Carlo (1976). Guide rionali di Roma. Sant'Angelo (em italiano). Roma: Fratelli Palombi
- Wolf, Hubert (2015). The Nuns of Sant'Ambrogio (em inglês). [S.l.]: Knopf Doubleday Publishing Group. ISBN 9780385351928
- Armellini, M. (1891). Le chiese di Roma dal secolo IV al XIX (em italiano). Roma: [s.n.]
- Hülsen, Christian (1927). Le Chiese di Roma nel Medio Evo (em italiano). Florença: [s.n.]
- Titi, F. (1763). Descrizione delle Pitture, Sculture e Architetture esposte in Roma (em italiano). Roma: [s.n.]
- Rendina, Claudio (2000). Newton & Compton Editori, ed. Le Chiese di Roma (em italiano). Roma: [s.n.] p. 23. ISBN 978-88-541-1833-1
- Quercioli, M. (2000). I rioni e i quartieri di Roma. Rione XI S. Angelo (em italiano). II. Milão: Newton & Compton Editori. p. 726–765
- Wolf, Hubert (2013). Die Nonnen von Sant’Ambrogio. Eine wahre Geschichte. Rione XI S. Angelo (em alemão). Munique: C.H. Beck. p. 726–765
Ligações externas
editar- «Chiesa Rettoria di Sant'Ambrogio della Massima» (em italiano). Vicariato de Roma
- «Chiesa di Sant'Ambrogio della Massima» (em italiano). GCatholic
- «Sant'Ambrogio della Massima» (em inglês). Roma Felix
- «Sant'Ambrogio della Massima» (em italiano). Roma SPQR
- «Sant'Ambrogio della Massima» (em italiano). Info.Roma
- «S. Ambrogio alla Massima» (em inglês). Rome Art Lover