Santuário de Nossa Senhora da Paz
O Santuário de Nossa Senhora da Paz é um santuário mariano e local de peregrinação localizado na atual freguesia de Vila Chã, no município de Ponte da Barca e Distrito de Viana do Castelo,[1] situando-se a cerca de 10 km de distância da sede do município, a vila de Ponte da Barca, e numa entrada do Parque Nacional da Peneda-Gerês.
Santuário de Nossa Senhora da Paz | |
---|---|
Inaugurada a 15 de setembro de 1969, a Capelinha de Nossa Senhora da Paz é desde essa data uma pequena e esbelta construção decorada com cristais de quartzo. | |
Informações gerais | |
Religião | Católica |
Diocese | Viana do Castelo |
Website | santuariosenhoradapaz.pt |
Geografia | |
País | Portugal |
Cidade | Ponte da Barca |
Localização | São João Batista de Vila Chã |
Região | Região do Norte |
Distrito | Viana do Castelo |
O Santuário faz memória dos acontecimentos que levaram à sua fundação, ou seja, as aparições de Nossa Senhora da Paz a Severino Alves em 10 e 11 de maio de 1917.
Narrativa das aparições
editarO protagonista do caso foi um pobre pastorinho, de nome Severino Alves, de dez anos de idade, filho de uma pobre e virtuosa viúva, e irmão de mais outros seis, todos eles muito tementes a Deus. No dia 10 de maio de 1917, deviam ser oito horas da manhã, ia esse rapazinho a caminho do monte rezando o terço, como costumava fazer, quando numa ramada próxima da Ermida de Santa Marinha, sentiu um relâmpago que o impressionou. Dá mais alguns passos, atravessa um portelo e defronta uma Senhora, sentada, com as mãos postas, tendo o dedo maior da mão direita destacado, em determinada direção. O seu rosto era lindo como nenhum outro, toda Ela cheia de luz e esplendor, de maneira a confundir vista, cobrindo-lhe a cabeça um manto azul e o resto do corpo um vestido branco. Logo que o pequeno vidente a viu, caiu para o lado surpreendido com tal acontecimento. Readquirindo ânimo, levantou-se, e exclamou: “Jesus Cristo!”. Nesse mesmo instante desapareceu a Visão. O pároco da localidade, que não parecia ser um espírito que facilmente se dominava por factos, que não parecessem credíveis, ouviu com atenção o rapazinho, não só atendendo á fama de bem comportado, que gozava na localidade, mas atendendo à sinceridade e à precisão com que relatou tudo o que viu. O pároco aconselhou-o, finalmente, a que voltasse ao lugar da Aparição e pedisse a essa Visão que o informasse quem era. No dia seguinte ao da primeira Aparição, dia 11 de maio de 1917, uma sexta-feira, deviam ser também oito horas da manhã, pois ia soltar as ovelhas e os carneiros a fim de os levar para o monte, sem que sentisse relâmpago algum, quando atravessava o portelo, deparou-se com a mesma Senhora, que estava sentada no mesmo sítio do dia anterior. Nesse dia, 11 de maio, Severino foi ao local, à mesma hora, mas já preparado pelo seu pároco, a quem logo terá contado do sucedido. Ao ver de novo a dita senhora, ajoelhou-se e disse: “Quem falou ontem fale hoje”. Perante a firmeza da frase, “a Aparição com uma voz que era um misto de rir e cantar, diferente do falar de todos os mortais que tem visto, tranquilizou-o dizendo-lhe: "Não te assustes. Sou Eu, menino". E acrescentou: ‘Diz aos pastores do monte que rezem sempre o terço, e que os homens e mulheres cantem a Estrela do Céu. E as Mães que têm filhos lá fora, que rezem o terço, cantem a Estrela do Céu e se apeguem comigo, que hei-de acudir ao Mundo e aplacar a guerra' ”.[2] Depois de dizer o que fica escrito, sem que a criança tivesse mais tempo para formular uma resposta além de: “Sim, Senhora”, a Visão, olhando para uma ramada, acrescentou: “Que gomos tão lindos, que cachos tão bonitos!”. Mal o pastorinho tinha olhado para a ramada, voltando a cabeça, já a Visão tinha desaparecido. O privilegiado vidente foi imediatamente avisar do acontecido às mães dos filhos da localidade que estavam no exército. A comoção do pequeno teria sido tamanha que depois destes factos, nunca mais quis voltar sozinho ao sítio da Aparição. Às perguntas feitas, o rapazinho respondia sempre da mesma forma: “Se quiserem acreditar, que acreditem, se não quiserem que não acreditem”, e acrescentava: “Eu fiz a minha obrigação, avisando como me mandaram”.[3]
De 1917 até ao Cinquentenário das Aparições (1967)
editarAs primeiras multidões de devotos dirigem-se a partir do momento em que o relato chega aos jornais A Ordem (Porto - 9 de junho de 1917) e Echos do Minho (Braga - 17 de junho de 1917), muito antes de serem publicadas as primeiras notícias sobre as aparições de Fátima.
"No Barral, as pessoas, de forma muito zelosa, mantiveram-se fiéis e cumpriram as orientações do senhor arcebispo primaz de Braga, que recomendava contenção, reserva e que aguardassem as orientações das autoridades eclesiásticas, e nunca tomaram a liberdade de colocar, sequer, à veneração popular uma imagem".[4]
Após uma elevada afluência de peregrinos, apenas 50 anos depois da Aparição foi autorizada a colocação de uma imagem num nicho - no local das duas aparições. É ainda por esta altura, década de 1960, que é realizada um comunicado sobre as "Aparições do Barral", o qual é levado ao Congresso Mariano Internacional, por ocasião do Cinquentenário das Aparições de Fátima. É despertado, de novo, o interesse de muitos perante algo que ficara "esquecido".
Galeria
editar-
Capelinha de Nossa Senhora da Paz
-
Monumento ao Anjo Padroeiro de Portugal
-
Busto de Homenagem ao Cónego Prof. Dr. Avelino de Jesus da Costa
-
Vista Exterior da Igreja Imaculado Coração de Maria
-
Vitral da Igreja Imaculado Coração de Maria
-
Vista Exterior do Museu do Quartzo
Ver também
editarReferências
- ↑ Ficha na base de dados SIPA
- ↑ «Excerto do jornal A Ordem (9 de junho de 1917)». Jornal Expresso. 13 de maio de 2017
- ↑ «Narrativa das Aparições – SANTUÁRIO DE NOSSA SENHORA DA PAZ». www.santuariosenhoradapaz.pt. Consultado em 24 de outubro de 2018
- ↑ «Luís Arezes». TSF. 11 de maio de 2017
Ligações externas
editar- «Santuário de Nossa Senhora da Paz». – Site oficial do Santuário
- «Santuário de Nossa Senhora da Paz». – Página Oficial de Facebook do Santuário