Sapo-parteiro-de-maiorca

espécie de anfíbio

O Alytes muletensis, chamado de sapo-parteiro-de-maiorca ou sapo-baleares[1] é um pequeno anuro endêmica das ilhas Baleares, especificamente a ilha de Maiorca, Espanha. Foram encontrados restos mortais deste sapo e pensava-se que ele já havia se extinguido a mais de 2.000 anos atrás. O sapo Baleares pertence ao género Alytes, uma espécie bem representada na fauna espanhola.

Como ler uma infocaixa de taxonomiaAlytes muletensis

Estado de conservação
Espécie em perigo
Em perigo
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Amphibia
Ordem: Anura
Família: Alytidae
Género: Alytes
Espécie: A. muletensis
Nome binomial
Alytes muletensis
Sanchiz & Adrover, 1979
Distribuição geográfica
Em verde, distribuição geográfica do Sapo-baleares.
Em verde, distribuição geográfica do Sapo-baleares.

O sapo baleares é um anfíbio de hábitos noturnos e são frequentemente encontrados entre fendas de rochas bem escondidas com grupos de até cinco indivíduos. O macho do sapo baleares mede cerca de 3,4 centímetros (cm) de comprimento na fase adulta e as fêmeas são ligeiramente maiores medindo 3,8 centímetros (cm) de comprimento total. Embora a diferença de tamanho entre machos e fêmeas, é uma tarefa difícil distinguir machos e fêmeas. A sua cabeça é relativamente grande se comparada a seu corpo. A sua coloração é bem diversificada. Pode ser encontrado principalmente próximo a riachos em desfiladeiros inacessíveis na Serra de Tramuntana ao norte de Maiorca.[2]

Até o ano de 1977, o sapo baleares era somente conhecido por fósseis, e por acaso um indivíduo fugiu das fendas estreitas que habitava ao norte de Maiorca o que permitiu se conhecer a espécie. O estado de conservação do sapo baleares vem mudando desde 1988 que nessa época foi classificado como indeterminada. Novos estudos foram feitos e reclassificaram como Ameaçado em 1990. Em 1994 a espécie passa a Ameaçada de extinção. Em 1996 foi classificada como criticamente em perigo. No ano de 2006 (até hoje) encontra-se classificada como vulnerável na lista da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN).[3]

Classificação

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O sapo baleares é assim chamado porque habita as Ilhas Baleares, também é conhecido como sapo-parteiro-de-maiorca ou sapo-parteiro-maiorquino que também se refere ao lugar específico onde esta espécie mora, na Maiorca. A classificação e a primeira descrição desta espécie deve-se a Sanchiz e Adrover no ano de 1979 após dois anos de sua primeira aparição. O sapo baleares teve o estado de classificação mudado por muitas vezes desde o ao de 1988 que foi classificado como indeterminado, em 1990 classificado como Ameaçado, em 1994 ameaçado de extinção, em 1996 classificado como criticamente em perigo e em 2006 (até hoje) classificado como vulnerável.[3]

Descrição

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O sapo-parteiro-de-maiorca é um pequeno anuro da família Alytidae de cabeça relativamente grande. Os machos medem 3,47 centímetros sendo ligeiramente menores que as fêmeas que medem cerca de 3,8 centímetros. Embora essa diferença, não é uma tarefa fácil distinguir machos e fêmeas. Os olhos dos sapo baleares são grandes e tem uma pupila vertical no formato de um fenda. As patas são relativamente longas, a pele é muito suave e brilhante, com exceção das costas que apresentam verrugas.[1] A coloração do sapo-parteiro-de-maiorca é muito variável. Geralmente a sua cor de fundo é ouro-enverdeado, com a presença de manchas verde-escuro ou preto de vários tamanhos. Pode haver a presença de uma forma que lembra uma triângulo acima dos olhos do sapo-parteiro-de-maiorca. A sua parte inferior é branca com uma tonalidade mais suave do que a parte de trás.[1]

Ecologia

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Habitat

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O sapo-parteiro-de-maiorca é endêmico para a ilha de Maiorca, na costa leste da Espanha. Esta espécie habita riachos inacessíveis em desfiladeiros ou vales de calcário no norte de Maiorca, e se esconde sob pedras e em fendas em grupos de até 5 indivíduos. Sua preferência são pequenos córregos e profundamente esculpidas nas montanhas de calcário. Ela está presente em maior densidade de populações em encostas íngremes e altitudes mais elevadas, nesses lugares os predadores são menos comuns. A espécie é encontrada em riachos (Torrentes) na Serra de Tramuntana. A área recebe uma precipitação anual de 1000 a 2000 mm de água e as temperaturas variam entre 9 º C a 22 º C. Esta espécie não tolera a degradação do habitat, apesar de algumas populações ocorrerem por fontes de água pelo homem, tais como, bebedouros, tanques, recipientes de chuva, entre outros.[2]

Reprodução

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A reprodução do sapo-parteiro-maiorquino é muito parecida com a do sapo-parteiro-bético (Alytes dickhilleni). O acasalamento tem inicio no inverno e ocorre quando o sapo macho chama a atenção da fêmea (através da emissão de sons), e esta vem até seu companheiro. O macho a abraça com força por trás e a força a por os ovos. Elas colocam cerca de 7 a 12 ovos, que ocorre em uma sequência longa e demorada. Os ovos são maiores em diâmetro em comparação aos dos outros sapos-parteiros de seu gênero Alytes, medido 5,4 mm a 7 mm de diâmetro. A medida que os ovos vão saindo o macho os agarra com suas patas e lança seu esperma para fertiliza-los. Quando o macho consegue enrolar todos os ovos em suas pernas, a fêmea o deixa para cuidar dos ovos. Os machos mantém os ovos embrulhados entre suas pernas por um mês ou mais, protegendo-os de predadores e da seca.

O sapo baleares procura um abrigo com muito água para que os ovos se mantenham úmidos. Fica ali até chegar a época dos girinos saírem. Da mesma maneira que ocorre com o sapo-parteiro-bético, os ovos e girinos do sapo-parteiro-de-maiorca também são sensíveis a luz solar, por essa razão o macho procura um lugar fechado, onde não haja entrada de luz solar, mas que haja água, e nesse local faz a postura dos ovos. No mês de maio saem os primeiros girinos (medindo 18 mm). No verão, nos meses de Junho a Setembro ocorre a metamorfose dos girinos, em apenas algumas semanas os girinos crescem rapidamente até 76 mm de comprimento.

Distribuição geográfica

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Esta espécie é restrita à Serra de Tramuntana norte de Maiorca, nas Ilhas Baleares, Espanha. A máxima altitude onde sapo baleares pode ser encontrado é de 850 metros acima do nível do mar. A área de ocorrência é de 180 quilômetros quadrados (Km²), embora a área de ocupação seja menor que 10 Km². No entanto, isso está aumentando lentamente, como resultado do esforço de conservação intensiva.

Conservação

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Proteção

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O sapo parteiro de Maiorca é protegida por legislação nacional e sub-nacionais, seu habitat foi sugerido como Reserva Biogenética do Conselho da Europa. As leis estaduais e regionais têm proibido a captura, detenção ou morte desta espécie desde 1980. Ela está listada no apêndice II da Convenção de Berna, e nos anexos II e IV da Directiva Habitats Naturais da UE. É também registrada em nível nacional e sub-nacionais Red Data Books. Esta espécie está presente nas áreas protegidas das montanhas de Tramuntana. Um projeto em andamento para a conservação é a parteira de Maiorca, em cooperação entre o Governo das Ilhas Baleares, Maiorca Consellaria de Medi Ambient, Durrell Wildlife Conservation Trust, o Instituto Durrel de Conservação e Ecologia na Universidade de Kent, e jardim zoológico de Barcelona. Esta espécie produz-se bem em cativeiro e a reintrodução vêm ocorrendo desde 1988, com várias populações já estabeleceram com sucesso seu resultado. Pelo menos 10 populações têm sido reintroduzidas com sucesso. Reintrodução de animais a partir da instituição Wildlife Preservation Trust Jersey parou de funcionar em 2002, porém um mecanismo de criação em cativeiro novo agora existe em Mallorca, e as reintroduções devem continuar. No entanto, como resultado da recente descoberta de doenças, a recomendação foi cancelada em 2004, pelo Governo das Ilhas Baleares para interromper o programa de reintrodução. Pesquisas anuais estão ocorrendo e uma reserva tem sido proposto para ajudar a proteger as espécies. O número de locais adequados para a reintrodução é limitado, por isso o trabalho está concentrado na criação de novas piscinas. Um novo programa de recuperação para as espécies está sendo desenvolvido.[2]

Referências

  1. a b c Evoluções Distintas e Globalmente Ameaçadas (EDGE). «Sapo-parteiro-maiorquino (Alytes muletensis. edgeofexistence.org. Consultado em 15 de Março de 2011 
  2. a b c amphibiaweb.org (2006). «Alytes muletensis (Amphibia Web)». Consultado em 15 de Março de 2011 
  3. a b União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN) (2006). «Alytes muletensis (IUCN)». iucnredlist.org. Consultado em 15 de Março de 2011 
 
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