Saul Alinsky
Saul David Alinsky (Chicago, 30 de janeiro de 1909 – Carmel-by-the-Sea, 12 de junho de 1972) foi um organizador de comunidades norte-americano. Ele é geralmente classificado como o pai dos métodos modernos de organização comunitária.[1]
Saul Alinsky | |
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Data de nascimento | 30 de janeiro de 1909 |
Local | Chicago, Illinois, EUA |
Morte | 12 de junho de 1972 (63 anos) |
Local | Carmel-by-the-Sea, Califórnia, EUA |
Principais interesses | política, ideologia, cultura |
Ideias notáveis | ativismo político, organização comunitária |
Trabalhos notáveis | Regras para radicais: um guia pragmático para radicais realistas |
Era | Filosofia do século XX |
Biografia
editarSaul Alinsky formou-se como bacharel em Filosofia pela Universidade de Chicago, onde se especializou em arqueologia, um assunto que o fascinava.[2] Seus planos para se tornar um arqueólogo profissional foram alterados devido à corrente depressão econômica nos EUA.[3] Ao longo de quase quatro décadas de organização política, ele recebeu muitas críticas, porém também conquistou elogios de diversas figuras públicas. Suas habilidades organizacionais focaram-se na melhora das condições de vida de comunidades pobres ao longo dos Estados Unidos. Na década de 1950, Alinsky voltou sua atenção para a melhoria das condições de vida nos guetos afro-americanos, começando por Chicago — porém mais tarde trabalhou em outros guetos localizados na Califórnia, Michigan e Nova Iorque, bem como em vários outros "pontos de conflitos".
Suas ideias foram adaptadas na década de 1960 por alguns estudantes universitários norte-americanos e outros organizadores da contracultura da época, que as usaram como parte de suas estratégias para formar organizações nos campus universitários e em outras entidades. Um artigo da Revista Time publicado em 1970 avaliou que "não seria exagero argumentar que a democracia americana vem sendo alterada pelas ideias de Alinsky".[4] O autor conservador William F. Buckley Jr. afirmou em 1966 que Alinsky "estava muito próximo de ser um gênio organizacional".[5] Em 1969, Hillary Rodham Clinton escreveu uma tese de 92 páginas para Wellesley College sobre o ativista político, Saul Alinsky, intitulado "Há apenas a luta… Uma análise do modelo de Alinsky".[6] Hillary escreveu sua tese entrevistando Alinsky e outros ativistas, realizando visitas a áreas de baixa renda de Chicago (perto de sua cidade natal, Park Ridge, Illinois) e observando programas de ação comunitária nessas áreas.[7]
Alinsky é citado com frequência por conta de um de seus livros, intitulado "Regras para radicais: um guia pragmático para radicais realistas" — que contém táticas não-violentas voltadas à arte de organizar comunidades com o intuito de promover mudanças sociais. Na publicação em questão, o intelectual apresenta uma lista de 13 regras que representariam seu legado duradouro.[8][9] O livro conta com uma menção à Lúcifer, como sendo o primeiro radical das lendas — um indivíduo que se rebelou contra o establishment e conquistou seu próprio reino.[9]
Saul Alinsky morreu com 63 anos, vítima de um ataque cardíaco perto de casa em Carmel, Califórnia, em 12 de junho de 1972. Foi cremado na mesma cidade e teve suas cinzas enviadas ao cemitério Mt. Mayriv, em Chicago.[10][11]
13 Regras
editarAbaixo estão as regras formuladas por Saul Alinsky em seu livro mais famoso, o supramencionado "Regras para radicais: um guia pragmático para radicais realistas". [12] A versão original continha apenas 11 regras, ao passo que as regras números 12 e 13 foram adicionadas pela edição de 1972 antes desta ser publicada. Tais regras de Alinsky podem ser classificadas como "táticas de confronto", e são projetadas para derrotar seus oponentes através de resistência não violenta, baseando-se nas diversas campanhas de sucesso que Alinsky promoveu ao longo dos anos, em seus esforços para ajudar pessoas pobres na luta contra os poderosos e privilegiados.[1]
1 - O poder não é apenas aquilo que você possui, mas o que seu inimigo pensa que você possui;
2 - Nunca abandone o campo de experiência do seu próprio povo;
3 - Sempre que possível, faça o inimigo sair do campo onde ele possui experiência;
4 - Faça o inimigo viver de acordo com seu próprio livro de regras;
5 - A ridicularização é a arma mais poderosa do homem;
6 - Uma boa tática é aquela da qual seu povo pode desfrutar;
7 - Uma tática que se prolonga demais torna-se contraproducente;
8 - Mantenha a pressão;
9 - A ameaça geralmente é mais aterrorizante do que a própria ação;
10 - A principal premissa tática é o desenvolvimento de operações que mantenham uma pressão constante sobre a oposição;
11 - Ao pressionar um ponto negativo com força e profundidade suficientes, ele será reconhecido pelo lado contrário;
12 - O preço de um ataque bem-sucedido é uma alternativa construtiva;
13 - Escolha o alvo, congele-o, personalize-o e polarize-o.
Referências
- ↑ a b «Saul Alinsky is the Father of Modern Communism Organizing». Fact/Myth. Consultado em 9 de julho de 2017
- ↑ «Entrevista: Saul Alinsky». Revista Playboy. Consultado em 9 de julho de 2017
- ↑ Playboy Interview: Saul Alinsky". Playboy Magazine. March 1972.
- ↑ «Essay: Radical Saul Alinsky: Prophet of Power to the People». Time. 2 de março de 1970. ISSN 0040-781X
- ↑ William F. Buckley Jr. (19 de Outubro de 1966). «The Fashionable Saul Alinsky – Trouble Maker». Chicago Daily News Para uma transcrição do artigo de Buckley, ver PDF páginas 41 e 42 neste arquivo do FBI sobre Alinsky, publicado através do Freedom of Information Act.
- ↑ Kruse, Michael (26 de agosto de 2016). «The First Time Hillary Clinton Was President». Politico. Consultado em 3 de Outubro de 2017
- ↑ Bernstein, Carl (2007). A Woman in Charge: The Life of Hillary Rodham Clinton. [S.l.]: Knopf. 57 páginas. ISBN 0-375-40766-9
- ↑ «Saul Alinsky, community organizing and rules for radicals». inFED. Consultado em 9 de julho de 2017
- ↑ a b «Rules for Radicals (Full text)». Stream archive. Consultado em 9 de julho de 2017
- ↑ The Pittsburgh Press, June 15, 1972, "Saul Alinsky To Be Cremated"
- ↑ «Saul Alinsky». Find a Grave
- ↑ «Rules for Radicals». Vancouver Community Network. Consultado em 9 de julho de 2017