Semiótica cinematográfica

A semiótica cinematográfica é o estudo dos processos de significação — semiose — ou qualquer outra forma de produção sígnica elaborados por meio de imagens em movimento. Este ramo une teorias do cinema, da semiótica e da linguística para analisar como o sentido é construído nos filmes, seja na narrativa ou na manipulação de outros recursos audiovisuais, como mixagem de som, direção de arte e fotografia. Faz-se, portanto, diálogos recorrentes com a estética da recepção e com a construção da mise-en-scène, que analisa como signos articulam-se entre si em textos cinematográficos.[1]

Alguns teóricos do cinema, como Ricciotto Canudo, Louis Delluc e Béla Balázs, ainda na primeira metade do século XX, fazem alusão ao cinema como linguagem, entendendo-o como um forma linguística.[2] Pesquisadores do formalismo russo, como Yuri Tynianov e Boris Eikhenbaum, ampliam a aproximação entre esse pensamento a partir da noção de construção sintagmática: o filme construído a partir de uma sintaxe, disposição ordenada de signos. A semiótica cinematográfica consolida-se, por fim, com o paradigma pós-estruturalista, em especial os trabalhos de Umberto Eco, Christian Metz,[3] Roland Barthes, Pier Paolo Pasolini e Gilles Deleuze.[4]

Referências

  1. Chandler, Daniel (1994). Semiotics for Beginners. [S.l.: s.n.] 
  2. Monaco, James (2000). How to read a film: the world of movies, media, and multimedia: language, history, theory. USA: Oxford University Press 
  3. Metz, C. (1974). Film language; a semiotics of the cinema. New York: Oxford University Press.
  4. Eco, U. (January 1970). "Articulations of the Cinematic Code". Cinemantics 1(1), 590–605.