O mapa de seppômen é um método para reconstituir virtualmente a paleo-geomorfologia aproximada a partir do mapa topográfico. Este termo é originado do idioma japonês significando o plano com o contato com pontos culminantes. Há tradução em inglês summit level map, porém pouco divulgada. O método é eficiente para reprodução de peneplanície elevada e edifício vulcânico erodido e, portanto vêm sendo utilizado principalmente por geógrafos e geólogos do Japão para pesquisas de origem de relevos de regiões sob influência de movimentos verticais de falha ativa, vulcão e caldeira vulcânica (e.g. Nakayama & Kumamoto, 2002; Sato & Raim, 2004). Essa técnica foi introduzida ao Brasil por Motoki (1988) e Motoki et al. (1988).

Conceito de seppômen

Método de confecção

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A reconstituição da paleo-geomorfologia é feita por meio de preenchimento de vales conforme seguintes etapas: 1) dividir do mapa topográfico em pequenas áreas quadradas por uma malha; 2) marcar o ponto mais alto de cada área quadrada; 3) elaborar novo mapa topográfico utilizando-se somente os pontos culminantes de cada área. Atualmente, a tarefa é executado por meio de software gráfico que elabora curvas de nível, tal como SurferTM.

Intervalo da malha

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O mapa de seppômen com base em uma malha fina realiza preenchimento seletivo de drenagens pequenas, simulando paleo-geomorfologia do relativamente recém-passado. O mapa de seppômen com base em uma malha grossa simula a paleo-geomorfologia do passado remoto, porém de forma ambígua.

Como por exemplo, na ilustração o seppômen 1, de malha grossa, reproduz bem a peneplanície elevada, preenchendo todas as drenagens. Entretanto, não consegue detectar o movimento da falha ativa 1. Por outro lado, o seppômen 2, na malha fina, determina a falha 1 e knickpoint, porém não consegue preencher drenagens grandes. Desta forma, o intervalo da malha deve ser escolhido adequadamente conforme o objetivo de cada pesquisa. A malha comumente utilizada é de 1 a 2 km de intervalo.

Aplicação aos estudos geológicos

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O mapa de seppômen de uma região de baixo efeito de erosão, com preservação parcial da morfologia original, apresenta uma morfologia similar daquela antes da erosão. Porém, no caso de uma região com profunda erosão, sem preservação da morfologia original, o mapa de seppômen fornece outras informações. Na região com as características geológicas homogêneas, o seppômen apresenta uma morfologia regular, sem anomalia notável. Porém, quando ocorre diferença de rochas constituintes, movimento vertical de falha geológica, vulcão ou cratera de meteorito, observa-se anomalia no seppômen. Desta forma, este método é eficiente para determinar certos fatores geológicos a partir de mapa topográfico.

Ver mais

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Seppômen-zu de miru katsute no Rokko Sanchi (Morfologia do passado do Monte Rokko reconstituído por mapa de seppômen). [1] Acesso: 31 de dezembro de 2006.(em japonês)

Seppômen-zu to Suikê-zu (Mapa de seppômen e análise de drenagens). [2] Acesso: 31 de dezembro de 2006.(em japonês)

Seppômen-zu to sekkokumen-zu. GIS Institute, Tokyo, Japan. [3]. Acesso: 31 de dezembro de 2006. (em japonês)

Referências bibliográficas

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Motoki, A. An outline about problems of volcanic caldera hypothesis of the Poços de Caldas Alkaline Complex Rock Body, Minas Gerais - São Paulo, Brazil. Anais do 7º Congresso Latinoamericano de Geologia, Belém, 1, 309-323.

Motoki, A., Sichel, S.E., Baptista Neto, J.A., Szatmari, P., Soares, R., Melo, R.C., Petrakis, G.H. 2007. Características geomorfológicas do Arquipélago de São Pedro e São Paulo, Oceano Atlântico Equatorial, e sua relação com a história de soerguimento. Revista Brasileira de Geomorfologia. (em submissão)

Motoki, A., Soares, R., Petrakis, G.H., Motoki, K.F. 2007. Origem dos relevos do maciço Mendanha, RJ, com base nas análises geomorfológicas pelo método de seppômen e de sistema de drenagens. Revista Brasileira de Geomorfologia. (em submissão)

Motoki, A., Vargas T., Chianello E., Corrêa, F.J.G., Oliveira, J.L.S., Klotz M. 1988. Nível de denudação atual do Complexo Alcalino de Poços de Caldas, MG-SP. Anais do 35º Congresso Brasileiro de Geologia, Belém, 6, 2633-2648.

Nakayama, D., Kumamoto, T. 2002. Seimitsu DEM ni kansuru kenkyû jôho. Kûkan Kagaku Gijutsu Center Symposium. 31-34.[www.csis.u-tokyo.ac.jp/dp/dp29/1_5_Nakayama_Kumamoto.pdf] (em japonês)

Sato, H., Raim. R. 2004. Landform analysis using summit level and streamline surface in Abukuma mountains. Transactions of Japanese Geomorphological Union, 23-3, 480-481. [4][ligação inativa] (em japonês)