Dalva Lina da Silva
A serial killer de animais foi como ficou conhecida a brasileira Dalva Lina da Silva,[1] que se apresentava como protetora dos animais.[2] Foi o primeiro caso no Brasil em que uma pessoa é condenada por maus tratos aos animais.[2] O caso foi retratado em um episódio da telessérie Investigação Criminal (Netflix, em 2018) e o O Crime Não Compensa (SBT, em 2019).
Dalva Lina da Silva | |
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Situação | Dalva Lina da Silva foi condenada a 17 anos de prisão |
Assassinatos | |
Data | 2012 (quando o caso foi descoberto) |
Armas | Agulhas |
História
editarAntecedentes
editarA ONG Adote Um Gatinho desconfiou da rapidez que Dalva Lina da Silva arranjava um lar para os animais que recebia, então contratou um detetive particular.[1] Após a investigação, descobriu-se que ela matou pelo menos 37 animais.[2]
Julgamento
editarNo julgamento de 2015, a juíza Patrícia Álvarez Cruz disse que Dalva Lina da Silva já recebia os animais para os matar, já que não tinha para onde os encaminhar.
"A ré tem todas as características de uma assassina em série, com uma diferença: as suas vítimas são animais domésticos. De resto, os crimes foram praticados seguindo o mesmo ritual, com uma determinada assinatura, com traços peculiares e comuns entre si, contra diversos animais com qualidades semelhantes e em ocasiões distintas. E o que é bastante revelador: não há motivo objetivo para os crimes. O assassino em série, como o próprio nome diz, é um matador habitual.(…) [Após ser observada recebendo 200 animais pelos detetives particulares, a juíza declarou] Diante disso, não é demasiado afirmar que centenas de animais foram mortos pela acusada (…) Não é difícil imaginar a morte desses animais: das milimétricas perfurações provocadas, o sangue se esvaía lentamente, até, por fim, provocar o choque hipovolêmico que os levava ao óbito."[1]
Dalva Lina da Silva foi condenada em 2017 a 12 anos, seis meses e 14 dias de prisão, após o Ministério Público pedir aumento, foi condenada a 17 anos de prisão. Dalva Lina da Silva fugiu após julgamento, sendo presa em fevereiro de 2018.[3]
Repercussão
editarDa ONG Adote um Gatinho, Juliana Bussab, que é uma das sócias e fundadora da instituição disse: "Eu já tinha experiência com maus tratos animais quando cheguei na porta da casa da Dalva naquela noite. Mas nenhum tipo de experiência prepara você para abrir gatinhos mortos embalados em jornal e com as agulhas ainda espetadas no coração."[1] O médico veterinário Paulo César Maiorka, que faz parte da Comissão de Especialidades Emergentes do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), foi quem coordenou o trabalho de perícia declarando "Eu nunca tinha visto um caso como esse (…) Esse é um caso inédito da história do Direito e vai servir para repensar o Código Penal, os direitos dos animais, e muitas questões serão levantadas a partir desse caso. É um divisor de águas no direito dos animais".[1]
O caso foi estudado pelo Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo devido à primeira condenação por crueldade animal no Brasil. Além disso, o artigo foi publicado na revista Forensic Science Internacional.[4]
Referências
- ↑ a b c d e Mônica Reolom (19 de junho de 2015). «Serial killer de animais é condenada pela morte de 37 cães e gatos». O Estado de S. Paulo. Consultado em 29 de julho de 2019. Cópia arquivada em 15 de novembro de 2017
- ↑ a b c Kleber Tomaz (9 de fevereiro de 2018). «'Serial killer' de animais condenada por matar 37 cães e gatos é presa em SP». G1. Rede Globo. Consultado em 29 de julho de 2019. Cópia arquivada em 9 de fevereiro de 2019
- ↑ Márcio Neves (7 de fevereiro de 2018). «Serial killer de animais que estava foragida é presa em SP». Notícias R7. RecordTV. Consultado em 29 de julho de 2019. Cópia arquivada em 29 de julho de 2019
- ↑ Salvagni, Fernanda Auciello; de Siqueira, Adriana; Fukushima, Andre Rinaldi; Landi, Marina Frota de Albuquerque; Ponge-Ferreira, Heidi; Maiorka, Paulo Cesar (outubro de 2016). «Animal serial killing: The first criminal conviction for animal cruelty in Brazil». Forensic Science International. 267: e1–e5. doi:10.1016/j.forsciint.2016.08.033